23.8.10

"INCOMPETÊNCIA MUITO ALÉM DO JARDIM"

Por Carlos Gilberto Triel

Quando o paisagista Burle Max idealizou o gramado do Aterro do Flamengo, alguns dos seus colaboradores sugeriram que se plantasse a Poaceae Grass, uma espécie muito comum no Reino Unido.

Sabedor do descaso em certos ciclos da administração pública, Burle Max optou por uma gramínea própria da região da Baixada Fluminense em detrimento as espécies raras exatamente por esse desvio de conduta dos borra-botas que se propõem a zelar pelo bem público.

Ora, todos sabem que conquistar não é lá algo tão inacessível e, difícil mesmo é manter a conquista. Quer comprar um carrão? Esforço de louvor daqui, pensamento ligado na fé do show dos canalhas dali e, rapidinho em demoradas prestações, a benção da posse! Glória a Deus!

Mas vá manter o carrinho para ver com quantos dízimos é necessário para manter a xaropada do caçador de encosto com seus templos faraônicos; o bom emprego, o casamento e, sobretudo, o nunca mais outra vez a amada amante.

Bom mesmo é a vida do cachorro vira-lata de paladar de abutre, que bebe da poça d’água, não é vacinado, perambula entre lixos e esgotos e, sobrevive entre as pragas, sarnas e pontapés do passa fora, e sempre com as bênçãos de outro Deus que nossos avôs conheceram.

O cão de raça? Coitado, basta um descuido do seu tratador numa ou noutra vacina em seus medianos sete anos, para pegar uma Parvovirose da vida e se mudar para a fauna eterna do reino da prosperidade pentecostal.

Por saber de tudo isso, Burle Max optou pela espécie Paspalun Notatun, conhecida como Batatais ou grama de pasto. É uma espécie que está mais para o vira-lata do que para os de pedigree. É de fácil manutenção e resistente ao pisoteio constante.

Das laranjeiras sufocadas da Via Ligth passando pelos jardins
internos/externo do Paço Municipal, o desleixo é a marca dos que respondem pelo ambiente de Nova Laranja. Quem pode levar a sério quem diz que melhorará a vida dos moradores e não consegue cuidar da própria casa em que trabalha?

A inércia é tão forte, tão paralisante, que uma simples guia para pagamento de impostos faz com que os contribuintes e funcionários invadam à noite. E o burocrata e seus arautos ainda têm coragem de alardear aos quatro ventos que uma criatividade fiscal está a caminho.

E aí os homens trajados em ternos de lojas de departamento, limpinhos nem tanto, mas cheirosinhos como filhos de barbeiro, voltam para casa, com poses de conteúdo e arzinho de importância, deixando para trás a imundície dos banheiros onde se obraram e se pentearam.

Dá a impressão que essas pessoas só sabem falar, falar, e jogar conversa fora. Está certo que o dinheiro é pouco para cuidar do porquinho, mas então que se corte o açúcar e até se preciso for o cafezinho dos secretários, jamais o papel higiênico.

Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a Rádio Tropical 830 AM na web www.tropical830am.com.br

2 comentários:

Unknown disse...

É amigo...
Um bom indicador da sensibilidade social desta gente que administra a cidade são as calçadas. É vergonhosa, e no mínimo suspeita, a omissão prefeitura em relação ao que está acontecendo no Centro de Nova Iguaçu, onde o desrespeito aos mais básicos princípios de boa convivência e cidadania já se tornaram uma banalidade.
E onde está atuando o setor de fiscalização e posturas da cidade que não consegue vê a desordem instalada?
Tenho informações que pequenos estabelecimentos comerciais localizados nos bairros periféricos estão sendo visitados regularmente por este “fiscais”, que não estão preocupados com a observância da ordem urbana, mas sim em criar dificuldades para vender “facilidades”.

Rogério Luiz Cunha disse...

Nova Laranja é ótimo! rsrs