23.8.10

Carta-desabafo de uma leitora

"Entendo que me falta muita coisa, como ainda não as tenho, vou caminhando e aprendendo... Falta-me às vezes, habilidade, mas sobra-me força. A vida imprimiu algumas marcas em meu corpo e vigor ao meu espírito. Fiquei pronta para enfrentar os desafios do mundo com leveza. E justamente por ser mulher, disponho da energia extra que vem do âmago do meu ser, da alma que se alterna entre energia e suavidade, entre ousadia e delicadeza, como uma espada a cortar as dificuldades, porém precisa ser muito bem cortada, pois se não...
Depois de uma reforma em meu novo apartamento, percebi o quanto à presença de homem impõe respeito. Fiquei e continuo sem entrar no novo espaço devido aos péssimos profissionais que lá passaram e, o Condomínio Residencial, em que pretendo morar, é de causar-me tristeza. Contudo, deixo pra lá, por enquanto.
Vamos aos “benditos” profissionais. Entre eles: pedreiros, projetistas, montadores, comerciantes, decoradores, encanadores, técnicos em ar, geladeira, fogões, serralheiros e por último “àqueles” que dizem fazer tudo. Até me curvei à ajuda de um deles e, pagando pelo serviço. Mostrei tudo que precisava para ser corrigido ou mesmo consertado. Levei as mercadorias para serem trocadas, ajustadas etc. Porém, houve aquelas em que não puderam ser trocadas (prejuízo). Há uma loja em especial, de aparência requintada, só aparência. Um dito “entendido” dessa mui conhecida loja, me atendeu e, logo ao chegar, mostrou-me maravilhas que deixariam o meu “apê” lindo. Fiz o que toda cliente deve fazer: conversar e negociar. Passado esse período, aceitei todas aquelas “belesuras” que deixariam o meu apartamento bonito e acolhedor. Abri as portas do “apê” para ser reformado, e ainda não entendi como os ditos profissionais fizeram o que fizeram.
O pedreiro, estupefato, só sabia dizer eu não tenho culpa. Os demais não quiseram reconhecer as “bobagens” feitas. Contudo, deram o seu preço direitinho, mas a garantia... Cada vez que ia ao “bendito” apê, mais problemas, Cada ida e volta, um “vazio e uma dor”. Antes disso, alguns se retiravam de mansinho, com cuidado, para não serem vistos como maus profissionais. Eu, a beira de um ataque de nervos, como toda essa situação.

Seremos nós, mulheres, nos acostumado à tamanha burrice?
Olhei para um lado, olhei para o outro e, cá comigo, pensei: Isso não está acontecendo?!?!
Mas está sim, respondi!
Às vezes esqueço que eles, os homens, servem para alguma coisa. Tipo: briga pela gente, quando esses espertinhos profissionais querem nos enganar.
O que faço? Bato boca no trombone, argumentando as minhas razões, denuncio os tais profissionais e empresas para termos um pouco de respeito?O que falta é SERIEDADE e COMPROMISSO ao consumidor.
Mas, o que percebo é que nem os órgãos competentes nos ouvem. E, para minha tristeza, os cartórios Iguaçuanos estão cada vez MAIS enrolados e, parece-me que desaprenderam o OFÍCIO.

Nós, mulheres, assumimos postos importantes, papéis de igual peso, mas continuam brincando conosco.
Admito que nós, algumas vezes nos excedemos no calor das nossas tensões, mas convenhamos essa turma que presta os mais variados serviços e vende produtos, nos causam HORRORES.

De volta ao cotidiano, àquelas imagens não saíam da minha cabeça, nem os “benditos” profissionais. Lembrei de várias vezes em que tomei atitudes e providências masculinas, mesmo não estando sozinha. E, mesmo assim, fui desrespeitada. Avaliei as circunstâncias, mas fingi não sentir a dor rasgando o meu peito. Recordei todos os embates e debates que tive durante a reformar e os demais processos, todavia de nada adiantou. Revivi todas as cenas em que me virei sozinha para não depender de nenhum deles (homens), e quando refiz as forças, os expulsei. Por isso, peço as mulheres em especial e a todos os consumidores ATENÇÃO! Cuidado com as “conversinhas”, cuidado com as aparências desses profissionais seja de que área for, porque se nos virem sozinhas, aí eles ABUSAM.
Não esqueci de ser mulher (aliás, me gosto assim!), mas aprendi muita coisa: a não deixar “barato” e a valer os meus direitos de consumidora. Pena que muitas vezes tenho que fazer BARULHO.
Valéria Augusto Pinto "

Um comentário:

Unknown disse...

Parabés.
Muito aplausos, para você amiga.
Não desista nunca. Lute por seus direitos. A luta é ardua em inglória. Mas vale apena.