31.1.08

Mais cargos

Por Claudia Maria

Os vereadores aprovaram hoje a criação de novos cargos. Ainda não temos detalhes, mas, pelo jeito, houve um grande "acordão" e ficou tudo bem entre o Legislativo e o Executivo e o povo, mais uma vez, paga as consequências. Um dia antes, eles aprovaram o orçamento do jeitinho que Lindberg quis. Mais um sinal de que a sintonia entre os poderes está em alta e o povo em baixa, como sempre. Ainda não temos os nomes dos vereadores que votaram mas sabemos que Celso Valentim e Marcos Ribeiro se retiraram da sessão.

29.1.08

Disse o leitor

Muito obrigado Drª. Helida por complementar a informação e retomo a nota sobre a "Carta dos Direitos dos Usuários do SUS" que diz que o usuário do SUS também pode recorrer ao CONTROLE SOCIAL (o Conselho Municipal de Saúde) para obter as informações necessárias.

E ALERTO AOS GESTORES DO SUS DE NOVA IGUAÇU QUE PROVIDENCIEM A DISTRIBUIÇÃO DESTA CARTA PARA OS USUÁRIOS

!"O SEXTO PRINCÍPIO assegura o comprometimento dos gestores para que os princípios anteriores sejam cumpridos.( ... )

II. Adotar as providências necessárias para subsidiar a divulgação desta carta, inserindo em suas ações as diretrizes relativas aos direitos e deveres dos usuários, ora formalizada.

"Sugiro que seja distribuída nas Unidades de Saúde, no HGNI, no Conselho Municipal de Saúde, nas recepções dos Programas de Saúde e na recepção da própria Secretaria Mnicipal de Saúde. Sem mais. Obrigado!

Flaminio Freitas - Cidadão e Profissional de Saúde

Curiosidade

Amigos, quando digo que em 1964 a palavra Iguaçu era escrita assim: Iguassú, na verdade esse era um capricho do jornalista Luiz Martins Azeredo, do Correio da Lavoura. Ele, gostava de preservar essa grafia. Porém, quem consultar os jornais daquela época poderá perceber que alguns editais publicados por entidades ou clubes a palavra Iguassú já era escrita Iguaçu. Isso é para alertar quem vai ler o artigo abaixo.

Mais História

Caros amigos, os fatos aqui registrados foram coletados do arquivo do Correio da Lavoura.
A cassação do vereador Ismael Ramos e os primeiros
impactos do Golpe Militar no início de abril de 1964
Em 14 de abril de 1964, 13 dias depois do Golpe Militar que depôs João Goulart da presidência do Brasil, em Nova Iguassú (grafia da época), o vereador Ismael Ramos foi cassado em uma sessão extraordinária realizada na Câmara de Vereadores de Nova Iguassú (grafia da época), convocada pelo então presidente da Casa, Boulivard Assumpção, marcada para iniciar às 20h.
No edital de convocação publicado pelo jornal Correio da Lavoura em 12 de abril daquele ano, já podia perceber que a sessão seria tumultuada, já que nos itens para serem apreciados estava a cassação do vereador, que era acusado de ser comunista.
Na sessão plenária, o requerimento do vereador Sérgio Gaspar contou com a assinatura de sete parlamentares. Segundo registra o colunista João Barbosa em sua coluna “Notícias 64”, na edição do Correio da Lavoura que circulava no dia 19, mostra que Ismael já se encontrava foragido da polícia.
“Em sua reunião na têrça-feira última, a Câmara Municipal de Nova Iguassú cassou o mandato do vereador Ismael Ramos. A cassação partiu do requerimento do vereador Sérgio Gaspar. O projeto obteve assinaturas dos edis Walter Borges Pereira, Geraldo Miguelotti, Valcir Almeida, Mauro Miguel, Sérgio Gaspar, Moacir da Silva Rocha e Antônio Mota. Enquanto isso, Ismael continua foragido e, na Delegacia local, existe ordem de prisão. A Câmara oficiou o Comando Revolucionário a fim de serem cassados os seus direitos políticos”, registrou João Barbosa em sua coluna semanal.
Ainda de acordo com o registro no jornal Correio da Lavoura, o suplente Nain André tomou posse na sexta-feira seguinte. Na mesma edição, outro fato ocorrido também envolvia a política iguaçuana. Ari Shiavo assumia uma cadeira na Assembléia como deputado, assumindo a vaga deixada pelo deputado Elzio Ramalho, também cassado pelos seus pares.
Depois da cassação de Ismael Ramos, foi votado o preenchimento da vacância do cargo de 2º secretário da Mesa Executiva da Câmara, cargo antes ocupado por Ismael. Sérgio Gaspar foi eleito com 13 votos dos 15 parlamentares presentes. Um pronunciamento feito pelo vereador Geraldo Mguelotti, transcrito por João Barbosa em sua coluna, mostra como a cautela era necessária em cada pronunciamento. “A trabsformação por que passou o País há de servir de advertência a todos os brasileiros”, e foi além: “Que surja daí uma campanha de humanização, para que juntos possamos dar ao Brasil o lugar que merece por sua extensão territorial e formação”, discursava Miguelotti.
Neste período, tudo conspirava para dizer que comunista era um perigo à Nação. Até a Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu promoveu uma exposição, realizada no dia cinco de abril daquele ano, na Praça da Liberdade, mostrando bombas “molotov” e materiais subversivos, segundo a ACINI, que eram utilizados pelos comunistas.
Dias antes, seis pessoas foram presas em Miguel Pereira, todas acusadas de tentativa de atentado ao comércio local com bombas caseiras. Parte do material apresentado pela ACINI na exposição feita na Praça da Liberdade foi apreendida pelo então Delegado de Polícia, Stênio Antônio de Matos Pereira.
Segundo os registros do jornal Correio da Lavoura feitos à época, no dia em que o Golpe Militar obrigou Jango se refugiar, as ruas de Nova Iguassú (grafia da época) amanheceram desertas, com poucas pessoas circulando. Algumas, na verdade, buscavam as padarias para comprar algo em razão do vazio das dispensas. Todos, na verdade, acordavam para um início de um pesadelo que o País iniciava.
Outros fatos que merecem registros no impacto que o Golpe Militar causou na cidade nos seus primeiros dias, são os atos do prefeito Aluízio Pinto de Barros. Entre eles podemos destacar a anistia das multas por mora do pagamento do IPTU e o aumento escalonado, na ordem de 100%, para o funcionalismo municipal.
O vereador cassado Ismael Ramos era proprietário da Farmácia São Jorge, que ficava localizada na Rua Mal. Floriano Peixoto, próxima da Rua Nilo Peçanha. Era era próxima a um dos bares mais famosos da cidade, naquela época, chamado de Bar Brasil.

Mais postagem sobre o Cerest

Lendo os comentários que o Flamínio fez, constatei que não ampliei suficientemente a informação: Infelizmente, ainda não temos telefone, já que nos mudamos há pouco tempo; mas nosso endereço é Rua Bernardino de Melo, 1895 – CEP 26255-140 - Centro - Nova Iguaçu - RJ, na casa que fica dentro do Vasco Barcellos, e nosso e-mail é strabalhador.ni@gmail.comEsclareço ainda que QUALQUER trabalhador, segurado, informal, rural, etc, tem acesso à essa estratégia do Ministério da Saúde. Informo ainda que as prestações de conta são públicas, no Conselho Municipal de Saúde de Nova Iguaçu e nos municípios que fazem parte do pólo, conforme informei em nota anterior.Drª Hélida Mascarenhas FerreiraCoordenadora do Programa de Saúde do TrabalhadorCoordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Nova Iguaçu

28.1.08

Prefeito em dois tempos

Por Claudia Maria

O prefeito Lindberg teve dois momentos ruins semana passada. Foi prestar depoimento no Ministério Público Estadual e teve uma discussão séria, em público, com um ex-colaborador. A discussão aconteceu em um restaurante da Baixada e, quem assistiu, diz que os dois ficaram muito exaltados. Não era para menos, o ex-colaborador levou um calote de quase R$ 1 milhão. Quanto ao depoimento na Justiça, ainda não dá para saber em qual dos 294 processos que ele e a Prefeitura respondem, ele foi depor. Assim que souber será devidamente publicado.
Flaminio deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Nota":

Informar e difundir as ações e serviços de saúde é dever de todo gestor público do SUS.Os usuários em posse da informação sobre os serviços disponibilizados poderão recorrer e colaborar na ampliação do acesso à saúde.
CARTILHA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS.

"O primeiro princípio assegura ao cidadão o acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde, visando a um atendimento mais justo e eficaz.Todos os cidadãos tem direito ao acesso às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde promovidos pelo Sistema Único de Saúde.(...)

VI. As informações sobre os Serviços de saúde contendo critérios de acesso, endereços,telefones,horários de funcionamento, nome e horário de trabalho dos profissionais das equipes assistenciais devem estar disponíveis aos cidadãos nos locais onde a assistênciaé prestada e nos espaços de controle social."Parabens Drª. Helida Mascarenhas pela informação prestada.
CONHEÇA OS SEUS DIREITOS.
A Cartilha dos Direitos dos Usuários do SUS na íntegra
CONHEÇA OS SEUS DIREITOS.
Obtenha a Cartilha dos Direitos dos Usuários do SUS na íntegra!http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cartilha_integra_direitos_2006.pdf

Mais histórias

Caros amigos, neste blog vocês leram sobre o sequestro do Dom Adriano. Só para falar mais um pouco deste religioso que preferiu ficar ao lado dos pobres e, em razão do ocorrido, a repercussão que deu o sequestro. Segue a nota emitida para Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, no dia 23 de setembro de 1976, um dia após o sequestro.

Nota da CNBB

A opinião pública de todo o Brasil foi informada do ato de terrorismo acorrido ontem à noite, do qual foram vítimas Dom Adriano Hypolito e seu sobrinho, Fernando Leal Webering, cujo carro foi feito explodir posteriomente diante da sede da CNBB.
A presidência da CNBB reunida com a Comissão Episcopal Pastoral, em sua sessão ordinária, julga de ser dever pronunciar-se a respeito:
1- Manifestando de público sua mais incondicional solidariedade com seu irmão no episcopado, Dom Adriano, que na Igreja de Nova Iguaçu vem dando admirável exemplo de testemunho cristão a favor dos desvalidos, incluindo na mesma solidariedade o seu sobrinho Fernando.
2 - Reafirmando que considera uma glória para a Igreja do Brasil o fato de seus filhos serem objetos de sanha daqueles que, no seu fanatismo primário, são incapazes de compreender o profundo sentido criatão do compromisso com os oprimidos, confundindo-o com inspirações ideológicas que radicalmente repudiamos. A Igreja conhece a sordidez das armas empregadas contra seus filhos e, num ato como esse, na consequência de outros fatos sangrentos, longe de se atemorizar, ela enche de júbilo, na certeza de ser julgada digna de milenar tradição daqueles que selaram com o sangue o seu testemunho cristão.
3 - Agradecendo, em nome das vítimas, as inúmerqas provas de solidariedade em que vêm recebendo de todos os recantos do Brasil.
4 - Renovando, nesta circunstância, o seu repúdio a todas as formas de terrorismo e de violência, donde quer que venham e a quem quer que atinjam.


Notas deste blog: ainda a respeito de assuntos ligados ao Dom Adriano, este blog ainda vai publicar outras manifestações de solidariedade, como a Nota da ABI e o cominicado do então Mons. Arthur Hartmann, que era o Vigário-geral da época. Ele foi mais contunde em seu artigo dirigido ao povo da diocesse. Aguardem.

Nota

Caros amigos, vejam a nota que recebemos da Coordenadora do Cerest.

NOTA DE ESCLARECIMENTO
Tem esta a finalidade de agradecer aos colunistas deste blog o apoio que sempre prestaram a Equipe Multiprofissional do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador em diversos momentos em que esta política pública esteve ameaçada e assim o necessitou, assim como solicitar que publiquem em tela esta minha nota, para que a população tenha acesso a informações desta ainda pouco conhecida estratégia do Ministério da Saúde, que é a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), que inclusive financia as ações de saúde do trabalhador. Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) são um serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), que visa atender as questões relativas à saúde dos trabalhadores e foram criados no intuito de fortalecer as ações relacionadas à saúde dos trabalhadores no país.Os CEREST são implantados pela Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) através da Portaria 1679/GM de 19 de Julho de 2002 e a Portaria 2437/GM de 07 de Dezembro de 2005 que dispõe sobre a ampliação e o fortalecimento da RENAST. Importante: o município-sede não precisa investir no CEREST, senão fornecendo um lugar para seu funcionamento, e apoiando, através do gestor local do SUS, a implantação das ações necessárias ao seu funcionamento.Há dois tipos de CEREST, com atribuições distintas: o Estadual e o Regional. Nova Iguaçu é um município-sede e aqui funciona um CEREST Regional, que serve como referenciador para os municípios de Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, Itaguaí, Japeri e Seropédica. No Brasil, já foram implantados 150 CEREST. Até o final de 2008, o Ministério da Saúde deve habilitar outros 50 CEREST, estendendo em 200 as unidades implementadas para executar ações em Saúde do Trabalhador.

Algumas das atribuições dos CEREST são:

Atuar como agentes facilitadores na descentralização das ações de Saúde do Trabalhador;
Capacitar a rede de serviços de saúde, em saúde do trabalhador em nível local e regional;
Ser referência técnica para as investigações de maior complexidade, em conjunto com técnicos do CEREST estadual;
Estabelecer os fluxos de referência e contra-referência com encaminhamentos para níveis de complexidade diferenciada;
Desenvolver práticas de aplicação e de treinamento regional para a utilização dos Protocolos em Saúde do Trabalhador, visando à consolidação dos CEREST como referências de diagnóstico e de estabelecimento da relação entre o quadro clínico e o trabalho;
Efetuar o registro, a notificação e os relatórios sobre os casos atendidos e o encaminhamento dessas informações aos órgãos competentes, visando às ações de vigilância e proteção à saúde;
Desenvolver ações de promoção à Saúde do Trabalhador;
Participar de treinamento e da capacitação de profissionais relacionados com o desenvolvimento de ações no campo da Saúde do Trabalhador, em todos os níveis de atenção.

E esclarecer a população, em todos os momentos possíveis, sobre qual é a sua missão.

Atenciosamente,

Dra. Hélida Mascarenhas Ferreira
Coordenadora do Programa de Saúde do Trabalhador e do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador de Nova Iguaçu

26.1.08

Novidades

Esta semana falarei do vereador comunista que foi cassado na Câmara, no dia 14 de abril de 1964, através do Decreto Legislativo nº 05/64. Falarei que votou pela cassação e quem foi o autor do requerimento.

Completando

Cláudia Maria tem toda razão. Zezé de Camargo e Luciano valeram aos cofres públicos mais de R$ 100 mil. Fora isso, ainda tem a questão do investimento pesado em propraganda. Mas, pergunte se algum membro do alto-escalão do governo faz tratamento na Posse. Lembro, ainda, que Lindberg prometeu transforma o Hospital da Posse em uma Posse D'or. Acabou virando um "hospital de campanha". Assim não dá!

25.1.08

Por falar nisso...

Por Claudia Maria

O coronel Lindberg posso tudo o que eu quiser Farias, pode bater o próprio recorde em número de processos nos próximos dias. É que o MP estadual está investigando como ele conseguiu os R$ 5 milhões para fazer propaganda do governo. O tal Oba Oba Obras, que parece não ter passado de um bom oba oba!. Até agora, o recorde é dele mesmo de 294 processos em seu governo. A expectativa é de que chegue a 300 até o final de fevereiro.

Sem ar condicionado

Por Claudia Maria

O Centro Cirúrgico do Hospital da Posse está sem ar condicionado. Para operar os médicos tiveram que improvisar os aparelhos em outra sala. A situação já tem mais de dois meses. Enquanto isso, a Prefeitura gasta dinheiro pagando shows bem caros. Afinal, quem precisa de Saúde se pode assistir à Zezé di Camargo e Luciano de graça?

Muita coisa pode mudar

Por Claudia Maria

A Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu pode mudar nos próximos dias. Seis vereadores podem perder seus mandatos. Para que isso aconteça basta a Justiça Eleitoral acatar o pedido de afastamento dos vereadores por infidelidade partidária. Se isso acontecer o cenário pode não ficar muito bom para o general Lindberg e seus seguidores. Vamos esperar.
Flaminio disse...
Aproveito o ensejo para desejar ao novo Secretário Municipal de Saúde, Henrique Jonhson, um bom trabalho na SEMUS-NI que começou bem a sua gestão fortalecendo a Saúde do Trabalhador e RECOMENDO ao mesmo a observação da Política Nacional de Humanização: Humanizar o SUS para fortalecer o SUS e construir o direito essencial à saúde de todo cidadão brasileiro. O item que quero comentar aqui para o novo Secretário Municipal de Saúde desta Política Nacional de Humanização implementada pelo Ministério da Saúde é a Gestão Participativa. Algumas formulações desta Política Nacional apontam o acordo entre desejos e interesses tanto dos usuários quanto dos trabalhadores e gestores através de “Contratos de Gestão”. No âmbito interno deste acordo de partes temos metas em três grandes eixos:
1. Ampliação do Acesso e Qualificação e Humanização da Atenção.
2.Valorização dos Trabalhadores e Implementação de Gestão Participativa.
3.Garantia de Sustentabilidade da Unidade de Saúde.Este “Contrato de Gestão” deve ser acompanhado e avaliado em Comissões com a participação de trabalhadores, usuários e gestores.

Outro elemento da Gestão Participativa é a instituição de Colegiados em vários níveis de gestão e de poder. “O modelo de gestão que estamos propondo, é centrado no trabalho em equipe, na construção coletiva (planeja quem executa) e em colegiados que garantem que o poder seja de fato compartilhado, por meio de análises, decisões e avaliações construídas coletivamente.” cartilha da PNH – Política Nacional de Humanização / Gestão Participativa * Co-Gestão) A Cartilha do PNH para a Gestão Participativa no SUS está disponível para download no seguinte endereço:
http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/impressos/folheto/04_1164_FL.pdfBoa Gestão

Mais História

A reação do prefeito Aluízio Pinto de Barros ao golpe de 1964

Na edição de número 2.458, datada de 26 de abril de 1964, o valente jornal Correio da Lavoura publicou, em sua capa, uma manchete onde o então prefeito Aluízio Pinto de Barros, considerado um progressista, que concedia um aumento escalonado de 100% para os servidores da então Nova Igaussú (grafia da época). Esse aumento, na verdade, mostrava que o prefeito já fizera a previsão do que lhe aconteceria em razão do golpe militar de 1 de abril de 1964. A manchete do semanário foi a seguinte: “Aumento para o funcionalismo será na ordem de 100 por cento”.
Ligado aos setores mais da esquerda e porterior ao dia 14 de abril de 1964, data em que marca a cassação do vereador iguaçuano e comunista Ismael Ramos, Aluízio Pinto de Barros resolveu publicar um artigo para a população iguassuana (grafia da época). Este artigo assinado pelo então prefeito também foi publicado na capa do Correio da Lavoura, o que mostra o posicionamento do jornal contrário ao golpe militar. Mas, conforme revela o texto de Aluízio, tal artigo também serviria para acabar com boatos malidecentes e reafirmar o seu papel de defensor democracia.
Dias depois do artigo publicado, o prefeito foi afastado e quem assumiu foi o seu vice, João Luís do Nascimento, que de acordo com pessoas que acompanharam a sua administração, ele fez um bom governo.
Vejamos o artigo:

DO PREFEITO AO POVO IGUASSUANO

Nesta hora democrática, em que todos se manifestam por palavras seus propósitos e pensamentos, não posso silenciar-me. E trago uma palavra de tranquilidade e fé na democracia.
Após o período de instabilidade, em que o povo assistiu, entre estarrecido e assustado, à infiltração maquiavélica, nos mais diversos quadros administrativos brasileiros, de pessoas interessadas na subversão da ordem pública e, pior que tudo, na alteração da própria estrutura democrática de nossas instituições, contrariando o sentido de pensar de nosso povo, buscando implantação de regimes em dissonância com nossa tradição e história, minha palavra de confiança nos destinos democráticos de nossa Pátria não poderia faltar, sob pena de interpretações maldosas.
E manifesto-me dentro do paradigma que sempre me norteou. Paradigma de democracia, de liberdade; paradigma de respeitos às instituições democráticas. Nunca, quer por atos, quer por pensamentos, quer por formação cohonestei procedimentos contrários à nossa tradição democrática. E, por isso, principalmente por isso, sinto-me muito à vontade para manifestar-me publicamente. Em meu governo, por exemplo, procurei cercar-me de auxiliares, requisitados no melhor de nossa sociedade, pessoas capazes e honestas, com passado e respeito do qual nenhuma dúvida poderia preocupar-me.
Minhas atitudes, à frente da Prefeitura, foram sempre em busca de solução para os graves problemas municipais. Preocuparam-me sempre os problemas administrativos e não os políticos, daí a razão do apoio que venho recebendo das diversas correntes políticas nesta cidade.
E espero contar sempre com êsse apoio, na ânsia de bem encaminhar a administração, pautando nossa atitude dentro do melhor sentido democrático, longe, distantes das doutrinas extremistas, que visam solapar a democracia em nossa terra.
E, com esteio nos verdadeiros democratas, nos que amam a Pátria deveras, nos iguassuanos preocupados com nossos problemas, nos industriais, nos comerciantes, nos representantes das diversas profissões liberais, nos trabalhadores e no povo que querem a grandeza de nosso Município, haveremos de engrandecê-lo, levando, outrossim, nossa parcela de contribuição a essa obra grandiosa de restauração democrática, porque, antes e acima de tudo, está nossa Pátria. E que cada um dê um pouco na grandiosa altura a que faz jus pelo valor de seu democrático povo.

Nova Iguassú, 20 de abril de 1964.
ALUÍZIO PINTO DE BARROS
Prefeito

24.1.08

Já melhorou

Por Claudia Maria

Parece incrível mas é verdade. Pela primeira vez tenho que aplaudir uma ação do governo do general Lindberg. O mais novo secretário de Saúde, Henrique Jonhson, devolveu para os funcionários o prédio que pertence ao programa da Saúde do Trabalhador e a ex-secretária teimava em tomar para si. Vamos ver se ele vence o desafio de passar a pagar as clínicas conveniadas sem que os amigos tenham que interceder junto ao comandante geral, Lindberg. Se conseguir esse feito vai ganhar o prêmio de Secretário do Ano dado por esse humilde blog. Afinal, pegar a verba do governo federal e repassar para as clínicas parece ser uma tarefa muito difícil de cumprir. Pelo menos, até agora, nenhum dos quatro secretários que o antecederam conseguiram tal façanha. Mas, por hora, parabéns Jonhson!

Para amanhã

Amanhã, caros leitores, transcreverei o artigo do prefeito Aluízio Pinto de Barros, escrito em 20 de abril de 1964. Ele, que foi afastado do cargo de prefeito, mostrou, através do seu texto publicado na primeira página do Correio da Lavoura em 26 de abril daquele ano, qual o seu pensamento sobre o regime militar que se instalava. Um grande homem! Aguardem.

Fala, leitor

O leitor identificado como Marcos mandou o seguinte comentário sobre Dom Adriano. Vejamos:

Comove-me bastante o artigo. Quem conheceu D.Adriano sabe do que estou falando. Um ser humano único que carregou consigo até o final da vida, uma inabalável fé nas pessoas. Emanava a todos, independente da classe, formação, raça ou religião, docilidade e vontade de ajudar.Realmente um bom pastor que encarnou em si o ideal evangélico de Jesus Cristo.Em mundo sombrio onde a ambição desmedida dos homens excede todos os limites, e a barbárie virou coisa cotidiana, que não assusta mais ninguém, faz muita falta homens como D.Adriano. É importante que mantenhamos viva a lembrança do caráter deste grande líder que fez brotar no chão da Baixada Fluminense tempos de esperança e renovação

D. Adriano

Conforme prometido, amigos, segue o artigo escrito pelo Dom Adriano Hypólito sobre o seu sequestro.

NAS MÃOS DE DEUS

(A NOITE DE 22 DE SETEMBRO DE 1976)

Na quarta-feira, dia 22 de setembro, pelas 19 horas, saí do meu gabinete na Cúria Diocesana. Tinha acabado o expediente normal meia hora mais tarde. O último atendido então foi o nosso operário Fidélis, que foi assaltado no domingo anterior e vinha pedir um adiantamento em dinheiro. Desci a galeria, mas fiquei conversando ainda uns dez minutos com o P. Henrique Davis, da Catedral. No meu Volkswagen Sedan já estavam sentados o meu sobrinho Fernando Leal Webering, ao volante e, no banco traseiro, sua noiva Maria Del Pilar Iglesias.
Pelas 19,15 horas me despedi, entrei no VW ao lado de Fernando e saímos. Tomamos o caminho de todos os dias. Sem notar nada de extraodinário. Íamos para casa, no Parque Flora. Pilar, que aproveita todas as tardinhas a carona, ficaria no caminho, na Rua Paraguaçu.
Ao entrarmos na rodovia Pres. Dutra (direção São Paulo), um pouco depois do km 13, como um caminhão passasse em alta velocidade, tivemos que manter no acostamento. Ai estava parado um Volkswagen vermelho, que atrapalhou um pouco a nossa entrada na Dutra. Passamos do acostamento para a rodovia e parece que o VW vermelho seguiu atrás de nós.
Passamos pelo viaduto que liga a rua Roberto Silveira com a estrada de Ambaí e o bairro da Posse mas, como fazemos nos últimos meses para evitar um cruzamento perigoso e muito movimentado na praça da Posse, seguimos até o posto de gasolina e dobramos à direita pela rua Minas Gerais. Continuamos por essa rua normalmente. No ponto onde a rua Minas Gerais corta a rua Gama, na esquina esquerda, estava parado um carro de faróis acesos que procurou avançar com rapidez na nossa frente. Fernando avançou mais rápido, pelo que o repreendi. Dobramos, como sempre, à direita, pela rua Gama, daí entrando pela esquerda na rua D. Benedita. Dois carros nos seguiam. Fernando observou: “Parecem malucos, ou estão brigando”. Eu acrescentei: “Aprece mais para a gente não se envolver na briga”. Ele acelerou e assim entramos à esquerda, na rua Moçambique. Neste momento, um VW vermelho nos fechou. Paramos um instante e olhamos indignados. Logo recomeçamos a viagem, sem ainda percebebemos a situação real. Eu estive certo de que era mesmo uma briga de dois carros. Galgamos a rua Moçambique, que é ladeirosa e curta, e no topo dobramos para rua Paraguaçu, que é onde mora Pilar, no fim, na penúltima casa antes de entrar na estrada de Ambaí. Eu disse a Fernando que se aproximasse mais do meio-fio, para Pilar poder saltar sem perigo e os briguentos poderem passar sem nos incomodar.
Uns cinco metros antes do portão de Pilar, o VW vermelho nos cortou pela frente e um outro carro pelo lado. Saltam cionco ou seis homens armados de pistolas, ameaçadores, e se aproximam do nosso carro. Do lado um grita: “É um assalto. Sai logo senão atiro”. Hesitei um pouco, tentando saber de que se tratava. Com palavrões abriu a porta do meu lado e me puxaram . Tropecei e cai, perguntando ainda: “Meu irmão, o que foi que eu te fiz?”.
Com brutalidade, dois elementos me arrastaram e me atiraram no banco traseiro do carro deles, com pancadas na cabeça e no corpo, para eu me acachapar. Ainda vi por dois ou três segundos a cara do que ia no volante, chamando-me atenção s óculos quadrados sem aro. O outro elemento, de cara redonda e rude, tinha a cara marcada por cicatrizes de espinhas infeccionadas. Julgo ter visto ainda Pilar imóvel na frente do portão da casa dela e algumas pessoas, imóveis também, nas portas da padaria que fica logo depois da casa de Pilar, na esquina da rua Paraguaçu com estrada de Ambaí.
Logo o elemento que estava ao lado do motorista se virou com pancadas para mim e me encapuzou. O capuz era de fazenda grossa, parecendo lona. Senti-me asfixiar. Amarrou o capuz, mas ainda pude ver as algemas: eram pretas, talvez de ferrugem. Ainda me algemando, deram o arranque com toda violência, sempre batendo-me na cabeça e no corpo para eu me abaixar. Logo me algemou, primeiro no pulso do braço direito e depois na mão esquerda. Senti que viraram pela estrada de Ambaí, na direção de Nova Iguaçu. Sempre me batia, soltando palavrões. A cena na porta da casa de Pilar deve ter durado uns oito a dez minutos e foi muito violenta.
Depois de uns poucos minutos encapuzado, com voltas do carro sempre em disparadas loucas, perdi totalmente a noção do espaço. Não consegui um só instante identificar os lugares que passávamos. Andamos por estrada asfaltada, por estrada de paralelepípedos, por estrada de barro. Sempre em alta velocidade. Parecia uma viagem de louco. Logo no começo, ouvi o elemento da direita dizer para o motorista: “Este serviço vai render quatro milhas”.
Daí a pouco, começou a me apalpar, à procura talvez de arma ou carteira. Como não encontrasse nem uma nem outra, começou a cortar os botões de minha batina, um por um. E quando descobriu os bolsos, esvaziou-os. Num tinha lenços, óculos de leitura e um terço. No outro, a agenda de bolso, com meus documentos e algum dinheiro e ainda lenços. Tirou tudo o que encontrou. Tirou o relógio cortando a pulseira de plástico.
Depois de corrermos como loucos uns trinta ou quarenta minutos (antes tinha feito duas ou três paradas), saíram do carro e daí a pouco mandaram que eu saísse também: “”Sai...” (com palavrão). Saí puxado. A primeira que fizeram foi tirar toda a minha roupa, deixando-me inteiramente nu. Aí então tentaram enfiar-me na boca o gargalo de uma garrafa de cachaça. Senti nos lábios o gosto e resisti. Não insistiram, mas um derramou a cachaça no capuz. Senti-me asfixiar e cai no chão estrebuchando. Pensei que ia perder completamente os sentidos, mas aos poucos me recuperei.
Eu estava deitado, no lado esquerdo, num chão irregular de pedras e gravetos. E uma distância de 50-100 metros ouvia-se passar algum carro, devíamos estar assim perto de uma estrada.
Começaram os insultos e provocações. Outro me disse: “Chegou tua hora, miserável, traidor vermelho. Nós somos da Ação (não me recordo se disseram Ação, Aliança ou Comando) anticomunista brasileira e vamos tirar vingança. Você é um comunista traidor. Chegou a hora da vingança para você, depois é a hora do bispo Calheiros de Volta Redonda, e de outros traidores. Temos a lista dos traidores”. Depois acrescentou: “Diga que é comunista, miserável”. Ao que respondi: “Nunca fui, não sou, nem serei comunista. O que fiz foi sempre defender o povo”. De vez em quando me davam pontapés.
A certa altura ouvi, numa distância que calculo de 20 metros aproximadamente, a voz de Fernando que gritava: “Não façam isso comigo, eu não fiz nada”. Tive a impressão de que estavam batendo nele. Resolvi então falar: “Deixem o rapaz, ele não tem culpa de nada. O que foi que ele fez?”. Repeti ainda outra vez estas ou palavras semelhantes. Alguém retrucou: “Que nada! Quem ajuda comunista é comunista”.
Começaram a lançar spray no meu corpo. Eu sentia o borrifar e o frio do spray. Tinha um cheiro acre. Pensei que iam me queimar. Depois me disseram duas vezes: “O chefe deu ordem para não matar. Você não vai morrer não. É só para aprender a deixar de ser comunista”. Houve um silêncio mais prolongado e deram ordem de entrar novamente no carro. A cena tinha durado entre 30 a 40 minutos.
Empurraram-me, todo nu, para dentro do carro, novamento no banco traseiro. Sempre encapuzado e algemado. Fizeram-me acachapar ao máximo no banco, sempre às custas de pancadas, depois colocaram por cima de mim umas tiras do que acho que tinha sido minha batina.
O carro arrancou. Quem falava agora no volante era um elemento de voz fanhosa. O outro indivíduo, ao lado do motorista, falava enrolado, dava berros selvagens, como que para me amedrontar. Recomeçou uma corrida selvagem, como anteriormente. O elemento da direita começou a abrir as algemas, o que conseguiu com muita dificuldade. Depois me amarrou fortemente com cordas, primeiros as mãos. Com a ponta da mesma corda desceu até os meus pés e amarrou também fortemente os tornozelos.
Senti que andávamos correndo por estrada asfaltada, ou de paralelepípedos,ou de barro. Às vezes, estávamos mais pertos de lugar mais habitado, pois eu ouvia vozes de crianças e latidos. Paramos duas vezes. Em certo momento, julguei que estávamos perto da minha casa, pois latidos dos cachorros pareciam conhecidos. Sempre em corrida louca. Não falavam. Apenas o elemento da direita acomodava de vez em quando os trapos da batina sobre mim, parace que para não ser visto. Devemos ter andado uma meia hora. Paramos então.
Nu e atado fiquei na calçada. Era uma rua ajeitada, com pouca luz, lembrando alguns bairros de Nova Iguaçu. Na casa defronte, uma luz fraca saia da janela. Tentei desamarrar a corda, mas os nós estavam muito apertados. Passa um carro da esquerda para a direita, bem perto de mim. Faço um gesto com as mãos amarradas. Vêem mas não param. Do outro lado, vejo andando três mulheres. Preferi não fazer sinal algum. Passa um segundo carro da esquerda para a direita também. Não me vê? Nisto se aproxima, do outro da rua em que me encontro, um rapaz. Chegou perto de mim e eu peço: “O senhor pode me desamarrar? Eu sou padre e fui assaltado”. Começa a me ajudar. Nisto chega, vindo da direita, um carro que pára e pergunta: O que aconteceu?”. Digo o que foi. Um senhor dalta, vem me ajudar e corta as cordas e pergunta o que eu preciso. Respondo: “Uma calça”. Ele promete ir buscar, porque mora perto. Eram cerca de 21,45hs.
Juntaram-se alguns homens que me perguntaram o que aconteceu. Tento explicar. Não entendem os nomes das ruas e dois bairros. Pergunto então: Em que bairro de Nova Iguaçu a gente está?”. Acham certa graça e respondem: “O senhor está em Jacarepaguá”. Perguntam ainda se estou ferido. Eu descubro que o spray me deixou todo vermelho.
Daí a pouco, o carro voltou, trazendo uma calça e um blusão. Convida-me em seguida a ir ver o padre da paróquia. Diz que é perto. Despeço-me das pessoas que ajudaram e mostraram interesse por mim, entro no carro e seguimos. Ai o motorista se revela como repórter fotográfico da Manchete, Sr. Adir Mera. Revelo-me como bispo de Nova Iguaçu. E acrescento em tom de brincadeira: “O senhor aprite o furo”. Ele reponde que agiu por solidariedade, que neste caso não é repórter, que é espírita, mas que todos devemos fazer o bem e etc. Chegamos à Casa Paroquial, na Praça Seca. O vigário demora a atender. Neste momento passa uma rural, cheia de pessoas. Adir descobre na rural um amigo major do exército, a quem comunica o ocorrido. Acham necessário irmos à Delegacia de Madureira, para declaração à polícia. Aparece P. Pedro, vigário da paróquia, que me conhece de nome e estranha a minha situação.
No DOPS, fui interrogado pelo Dr. Borges Fortes. Soube então que o meu VW tinha explodido na frente da CNBB e que meu sobrinho Fernando tinha sido encontrado; ele e a noiva estavam a caminho do DOPS. Durante meu depoimento-interrogatóri, avisaram que o Sr. Núncio Apostólico queria me ver. Como demorassem atendê-lo, entrou de repente na sala de depoimento. Depois saiu da sala, dizendo que esperava por mim a o final do interrogatório.
Depois de três horas, chegaram Fernando e Pilar. O delegado Dr. Borges Fortes mandou Fernando para o Hospital Souza Aguiar para fazer exames.
Terminado o depoimento, fui ter com o Sr. Núncio Apostólico. Pelas trrês e meia, saímos o P. David e eu com o Sr. Núncio Apostólico. Fomos primeiro à sede da CNBB, para cumprimentar o secretário D. Ivo Lorcheiter. Diante da sede da CNBB estava o meu VW quase que destruído completamente.
Conversamos um pouco com D. Ivo e, da CNBB, seguimos para o Colégio Santa Marcelina, no Alto da Boa Vista, onde ficamos hospedados com o Sr. Núncio.
Na parte da manhã, recebi a visita do cardeal D. Eugênio, do arcebispo de Niterói D. José Gonçalves da Costa, do bispo-auxiliar do Rio de Janeiro D. Eduardo Koalk. Com este último fui ao oculista, pois se perderam os meus dois óculos no seqüestro. Em seguida, me retirei para o Centro de Estudos do Sumaré, a convite de D. Eugênio, para repousar.


Nova Iguaçu, 27 de setembro de 1976
Dom Adriano Mandarino Hypolito

23.1.08

Epitáfio

Por Claudia Maria

Eu disse que só me pronunciaria sobre a saída da super secretária quando saisse em Diário Oficial. Agora que já saiu vamos ao epitáfio:

Aqui jaz aquela que conseguiu enganar pouca gente por pouco tempo mas não muita gente por muito tempo. Aqui falece uma boa profissional da Educação mas que se deslumbrou com um governo que podia ser muito e pouco conseguiu. Aqui está sepultada uma pessoa que levou com ela a esperança de muitos funcionários e pessoas inocentes que acreditaram em um governo de esquerda. Nesse adeus não poderíamos deixar de lembrar as vítimas da má gestão dessa senhora. As gestantes que perderam seus filhos por falta de atendimento. Os pais que perderam suas filhas gestantes pelo mesmo motivo. Não podemos deixar de lembrar os funcionários das clínica conveniadas que não conseguiram dar um presente aos seus filhos no fim de ano. Não puderam ter uma ceia como mereciam por causa da má gestão dessa senhora. Não podemos deixar de lembrar as crianças que ficaram fora de sala de aula, as mães que precisaram dormir nas filas para conseguir uma vaga na rede pública. Em fim, essa senhora representou bem esse governo covarde que se esconde atrás de uma bandeira de esquerda já machada pelo sangue de muita gente dessa terra. Meus sentimentos à todas as suas vítimas e espero que na nova caminhada que essa senhora terá pela frente encontre pessoas capaz de enfrentá-la à altura. Em meu nome posso dizer apenas: JÁ VAI TARDE!!!

Tem mais

Nosso leitor Flamínio mandou mais esta:

Agradeço a publicação da informação à população iguaçuana sobre a Verba da Saúde do mês de janeiro e acrescento que este valor é 85% do financiamento que cabe ao Ministério da Saúde, restando 15% de financiamento ao Município em conformidade com a EC-29 (Emenda Constitucional 29). Mediante isto, gostaria de saber da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu como usou os 15% que a mesma tem a obrigação de financiar...já que a Fonte de Consulta para este fim é o SIOPS (Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde) encontra-se desatualizado (contendo apenas as informações do Exercício de 2006), pois as informações do SIOPS são de caráter declaratório e a Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu ainda não informou.Seria correto informar para que nós cidadãos iguaçuanos possamos acompanhar e saber prá onde foi o nosso dinheiro através do RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA"DEMONSTRATIVO DA RECEITA DE IMPOSTOS E DAS DESPESAS PRÓPRIAS COM SAÚDE, ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL."
Acesse o SIOPS e VEJA POR COTA PRÓPRIA
http://siops.datasus.gov.br/

É demais

Nada tenho contra qualquer religião. Sei respeitar o credo das pessoas. Mas, olha só essa. Um cartaz colado em um õnibus me chamou a atenção. A Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), que é presidida pela excelente técnica Gisele Dornelles, está patrocinando o lançamento do CD de uma igreja... da Barra da Tijuca, gente. Sei que isso não é coisa da Gisele, pois ela é muito responsável. Mas, como todos sabem, há uma pressão política da IURD muito grande na Fenig. Todos sabem também que a fundação está sendo usada como uma máquina a serviço da IURD, ou seus dois vereadores eleitos.
Ora! Tivemos um aniversário de 175 anos de Nova Iguaçu que se resumiu em Zezé de Camargo e Luciano. Pouco trabalho de resgate sério da história de Nova Iguaçu recebeu patrocínio da Prefeitura. Sabemos, ainda, que há uma penca de poetas, músicos, artistas das mais variadas manifestações da ARTE que estão sofrendo a falta de incentivo. Quando vejo um patrocípio a uma igreja, não ligo, não. Mas, é um absurdo a igreja patrocinada ser da Barra da Tijuca, templo que deve ser frequentado por empresários convertidos. Veja se a igreja lá de Marapicu, ou Km-32, ou Austin ou Cabuçu tem patrocípio!
Essa ação da Fenig, que torno a repetir que sofre a pressão política da IURD, ultrapassou o limite do bom-senso. Sei que a minha amiga Gisele Dornelles não é a autora de tal afrontamento aos limites do gerenciamento da verba pública. Atenção Promotores de Justiça, sei que vocês leem o blog. Ação!

Extrato

Caros amigos, esta mensagem veio através de uma postagem do amigo leitor deste Blog. Resolvemos colocar na tela principal por sua grande importância. Com a palavra, Cláudia Maria. Segue:

Só para ciência do cidadão iguaçuano, neste mes de janeiro de 2008, já foram depositados na Conta Bancária da Saúde por parte do Ministério da Saúde (Verba do SUS), os seguintes valores:

ATENÇÃO BÁSICA -R$ 1.055.737,50.

MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E HOSPITALAR - R$ 735.805,77.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL EM SAÚDE - R$ 240.701,65

VIGILÂNCIA SANITÁRIA - R$ 265.836,44.

SOMANDO UM DE TOTAL - R$ 2.057.379,71.

Como cidadão, gostaria de saber onde está sendo usada esta verba.

FONTE: FUNDO NACIONAL DE SAÚDE.

Flaminio Freitas - Cidadão e Profissional de Saúde

O passado

Amanhã, caros amigos, tentarei postar o artigo escrito por D. Adriano Mandarino Hypólito, em 27 de setembro de 1976. Com riquezas de detalhes, D. Adriano relata, em seu artigo, como foi a noite da quarta-feira, em 22 de setembro do mesmo ano. Nesta noite, D. Adriano foi sequestrado, espancado, abandonado nu e pintado de vermelho, em uma rua de Jacarepaguá. O artigo preparado por ele tem, aproximadamente, cinco laudas de história. Sabemos que isso é um texto grande para um blog, mas vale ressaltar que a importância de socializar a história é maior ainda. Aos que se interessarem, que leiam.
A iniciativa deste Blog em resgatar fatos acontecidos na época da opressão, é que este ano o Ato Institucional nº 5 (AI-5) completa 40 anos de história. Por essa razão, entre outras, estou coletando histórias desse período para (quem sabe?), publicar um livro sobre a importância de alguns personagens, iguaçuanos ou não, em resistir aos "anos de chumbo".
Espero que o resgate dessas histórias também possa servir para ruborizar algumas faces que fizeram parte dos movimentos sociais, hoje completamente massacrado por interesses mesquinhos, servindo de exemplo como um tempo onde os interesses coletivos se sobrepunham às vantagens imediatas e pessoais.
Só para citar um exemplo das histórias que estamos resgatando, contaremos onde a hoje renomada colunista Teresa Cruvinel ficou escondida, quando escapou dos "braços fortes" das forças opressoras. Daremos o endereço. Cruvinel, hoje, está no governo federal como a responsável pela TV Brasil.
Espero que o trabalho deste Blog possa servir para mostrar como era resistente a nossa Nova Iguaçu.

Finalmente

Caros leitores, por falta de tempo não deu para postar notinhas, conforme vocês perceberam. Mas, vamos lá:

Ontem, no nos Atos Oficiais da Prefeitura, finalmente saiu publicada a saída da Profª Marli de Freitas da secretaria de Saúde. Conforme este blog antecipou, foi nomeado o Henrique Jonhson, um cara que até precisa fazer uma dietinha - não falo aquela da Lua, onde pode se comer tudo, menos a Lua. Um abacaxi que ele terá que descascar é a questão da casa que fica no posto de saúde Vasco Barcellos. Lá, a turma da Coordenadoria do Programa de Referência da Saúde do Trabalhador (Cerest), perdeu duas salas. Querem entregar para Apae, o que está deixando o clima tenso.

18.1.08

Falando sério

Por Claudia Maria

Não dá para levar a sério um governo que se diz de esquerda e tentar calar a Imprensa. Por isso, escrevi as notas anteriores. Mas, é sempre bom lembar que o balcão da Prefeitura é público!!!

Mais abuso

Por Claudia Maria

Mais uma do governo autoritário de Nova Iguaçu. Jornais independentes foram proibidos de colocar seus exemplares no balcão de entrada da Prefeitura. Pelo que dizem os puxa-sacos, o local agora é controlado pela Secretaria de Fazenda que não admite jornais por ali. Queremos avisar que, logo logo, vamos imprimir as notas do Blog e deixar no balcão!!! Se alguém tentar impedir levará uma "canetada virtual" na próxima edição.

Atenção prefeito e adjacências!!!

Por Claudia Maria

Puxa-sacos de plantão e prefeito coronel Lindberg, eu e o Almeida avisamos que COMPRAMOS UMA CÂMERA!!!! Vamos fotografar TODOS os prédios públicos da cidade!!! Portanto, é bom reunir a tropa para nos impedir. Afinal, é tudo o que queremos! Cada tapa será um flash!!

Entrevista

Turma, na próxima semana pretendo publicar uma entrevista com o Robinson Belém de Azeredo, editor-chefe do Correio da Lavoura. Como disse, na época dura do regime militar, ele foi visitado algumas vezes na redação por agentes do governo. Certa ocasião, ele não só foi visitado como também intimado para depor. Sobre esse depoimento faremos uma matéria para este blog. Darei os detalhes de como ele foi interrogado. Aliás, Robinson pertenceu à Comissão de Paz liderada pelo Bispo Dom Adriano Hypólito, entre os anos de 1978 e 1982. Neste período, palestras mensais eram feitas com grandes nomes que militavam no campo dos Direitos Humanos. Até o bispo Dom Pedro Casaldáglia, aquele que estava do lado do Pe. João Bosco Penido Buriner, em Mato Grosso, veio dar a palestra. Contam algumas pessoas que presenciaram o assassinato do Pe Burnier, quando tentava impedir a totura de soldados em duas mulheres, ele foi confundido com o Bispo Dom Pedro e, loucamente, um soldado deu um tiro fatal no padre, pensando ser o bispo.
Essas palestars, com nomes como o de Hélio Bicudo, serão resgatadas e transcritas neste blog.

Outra grande pessoa

Recentemente falei que o Dr. Nilson e o "Seu" Filhinho são dois patrimônios da Câmara. Outro patrimônio é Zé Borges, o responsável pelo arquivo da Casa. Borges, assim como os outros dois que citei, há décadas trabalha na Câmara. Tem um zelo especial com a documentação. Às vezes fica esquecido lá entre à poeira e a papelada. Ele também é do tempo dos anos de chumbo.

Eu faria

Sobre a notinha postado por Cláudia Maria cujo título é "ditadura da esquerda", tenho o seguinte comentário. Se fosse com um fotógrafo da minha equipe, não só mandaria fotografar o posto como também diria para fazer fotos do funcionário. Esse funcionário é um agente público, investido de função pública e, portanto, é chamado de servidor público por ser remunerado com dinheiro público. Tiraria fotos dele e do posto e as publicaria na primeira página com a seguinte manchete: "Esse servidor quer criar as próprias leis da Republiqueta das Bananas". E pronto! Ainda no texto sobre a matéria do posto, dedicaria um parágrafo dando o endereço do fórum e da Defensoria Pública sugerindo que ele entresse com uma ação contra o autor da matéria, ou mesmo contra o jornal. Sei qual foi a pessoa que foi impedida de fotografar e sei o caráter tranquilo dela. Comigo não teria "ti-ti-ti nem dança de rato". Teria a foto.

17.1.08

Ditadura de Esquerda

Por Claudia Maria

Um amigo sempre me diz que a pior Ditadura é a de esquerda. Não acredito muito nesse negócio de esquerda e direita mas, as vezes, acho que ele tem razão. Veja bem o nosso caso em Nova Iguaçu. Essa tarde, uma colega de Imprensa foi fazer uma foto do posto de Saúde de Miguel Couto cheia de boa vontade. Ela queria fazer uma matéria sobre a fala do prefeito de que o posto passaria por uma reforma para passar o atendimento para 24 horas. Mas, foi impedida porque um funcionário, que não quis se identificar não deixou que ela fotografasse o posto. É bom lembrar que ela estava na calçada, na rua. Indignada, minha amiga foi até o administrador do posto para reclamar do funcionário e ele, que também não se identificou, disse "ele está certo. Esta crumpindo ordens do prefeito".
Para completar o samba atravessado, uma mulher que, para variar não se identificou, disse: "esse é um prédio público e não pode ser fotografado sem autorização". Gostaria de informar a esses funcionários que todo prédio público é de propriedade pública, como o próprio nome diz. Todo morador de Nova Iguaçu tem o direito constitucional de entrar, sair e até mesmo fotografar o prédio desde que não cometa vandalismo. Nós, iguaçuanos, pagamos bem por isso através de nossos impostos e somos os proprietários do posto de Miguel Couto e de todos os outros. Esse prefeito coronel, ditador, é que não tem o direito de dar uma ordem como essa e mais ainda, esse funcionários deveriam estar mais bem informados. Pena, Lindberg perdeu os votos da minha amiga e de toda a família dela por essa arbitrariedade. Os adversários agradecem. Com funcionários como esses, quem precisa de inimigos?

Desabafo

Nova Iguaçu completou 175 anos de fundação. No entanto, esta cidade rica em sua história, não possui um museu. Isso é lamentável. É a comprovação de que nossos governantes, ao longo dos anos, nunca deram valor às nossas histórias. Se não fosse nossos historiadores, como o professor Ney Alberto, o historiador e pesquisador Antônio Lacerda de Meneses, do Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu, entre outros, nosso passado estaria jogado no lixo. Atualmente, só para vocês terem uma idéia, Lacerda está pesquisando as raízes de Machado de Assis em Nova Iguaçu. Enquanto ele trabalha e sofre por não ter patrocínio para publicar um livro, segue a secretaria de Cultura acreditando que o Espaço Cultural Sylvio Monteiro é maior do que a nossa história. Neste chão iguaçuano muitas histórias aconteceram, sem que hoje nossos alunos tenham o direito de conhecê-las. Seria interessante que essas pessoas que militam no campo cultural fizessem uma campanha, um abaixo-assinado ou coisa parecida, na luta pela conquista de um museu.
Voltando a falar da secretaria de Cultura, é preciso dizer que ela tem que parar de ser uma secretaria de cerimonial. Ou melhor: uma produtora de eventos. O Lontra que está na titularidade da pasta, poderia fazer mais coisas se não fosse a obrigação de servir, cegamente, as determinações de Maria Antônia, que acredita que o Bairro-Escola está acima do nosso passado. É que este governo deve acreditar que Nova Iguaçu só passou a existir depois da eleição de Lindberg. Assim como os portugueses, ele trouxe pessoas de fora para nos colonizar, como se aqui fosse uma tribo de índios que não tiveram contato com a civilização. É vergonhoso! É lamentável! É repugnante!
Nova Iguaçu, terra-mãe da Baixada Fluminense, é rica e grande que não consegue ser alcançada pelas mentes brilhantes que norteiam este governo. Ela merecia como presente, nos seus 175 anos de fundação, um museu à sua altura. Algo que pudesse dar ao nosso povo o orgulho de poder ver o seu passado. O orgulho de dizer que nós somos muito importante na história do Brasil. Pouca gente sabe que foi um iguaçuano, nascido em Marapicu, que foi o responsável pela educação (era tutor) de Dom Pedro II, que na sua época era considerado um dos imperadores mais sábios. Até quando vamos nehar este direito ao nosso povo???
Tenho amigos na secretaria de Cultura e quero crer que no íntimo, lá onde mora o silêncio da reflexão, eles também sofram com isso. Que seja respeitada a nossa memória.

"Instituto Cianni"

O vereador Cláudio Cianni (DEM) não saia do Calçadão. Na parte da manhã, cinco pessoas que fazem assessoria para ele ficam com as pranchetas e perguntando ao transeuntes em quem eles votarão para prefeito. Na parte da tarde, outro grupo continua o trabalho. É bem verdade que o "instituto Cianni" não usa as metodologias científicas para as suas pesquisas, mas ele jura que o resultado é semelhante as oficias divulgadas. Segundo Cianni, a coisa está feia para Lindberg Farias (PT). É, né.

Claudinha acertou

Realmente o governo Lindberg vive de marketing. Depois de contratar o sociólogo Luiz Eduardo Soares, que adora uma mídia - aliás, eu não vi a exoneração ou afastamento dele, pois acho que ele já está em Havard -, agora chama a Fani Pacheco para trabalhar no governo. Qualquer dia a sede da Prefeitura vai virar o "Palácio das Darlenes".

Nove décadas de história

O jornal Correio da Lavoura caminha para o seu nonagésimo primeiro aniversário de fundação, que completa em 22 de março deste ano. Ele, no período do regime militar, era considerado "ninho de comunistas". Pelos menos assim está escrito em alguns documentos que vieram à tona do DOI-CODI. Certa ocasião, o editor-chefe Robinson Belém de Azeredo trabalhava sozinho na redação, quando um indivíduo entrou e começou a fazer perguntas a ele. Na verdade, era uma tentativa de intimidação, que ficou claro quando o homem disse para o Robinson:

_Aqui é muito perigoso. Percebi que o senhor trabalha sozinho e com a porta aberta. É bom tomar cuidado -, comentou.

Esse mesmo homem que visitou o editor-chefe, já havia feito uma visita anterior, à distância.

Curiosidades

Na "época de chumbo", os funcionários da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu sofriam. Diz a história que constantes cartas chegavam à Casa, enviadas pelo Exército. No entanto, eram dois envelopes juntos. No primeiro envelope, vinha uma determinação das forças opressivas. As missivas eram enviadas para os presidentes, mas estes chamavam o chefe-de-gabinete para abrí-las. É que a determinação era de quem tivesse aberto a carta deveria manter sigilo sobre o assunto contido nela, isso sob pena de punicão dura. Por essa razão os presidentes sempre pediam ao assessores para abrí-las. Depois de abertas, as cartas eram colocadas em um cofre. Este colunista até tentou ter acesso às cartas, mas não conseguiu. Não sabemos se elas ainda estão na Câmara. Seria muito importante para a história de Nova Iguaçu que essas cartas fossem divulgadas. Dr. Nilson, que é funcionário da Câmara há aproximandamente 40 anos, vivenciou bem este período, assim como o Seu Filhinho, que completou no ano passado meio século de serviços prestados ao Poder Legislativo. O Diretor da Câmara, Hélio Duarte, tem feito um bom trabalho e foi o responsável pela criação do "Painel Histórico", que fica no plenário da Casa. Com o mais profundo respeito ao diretor, bem que ele poderia procurar estas cartas e coloca-las à mostra. Se é que elas existem, ainda.

16.1.08

Sugestão

Esse Blog sugere aos seus leitores a leitura do jornal Tribuna da Região, editado pelo josnalista Elizeu Pires. Na edição de hoje, que pode ser encontrada nas bancas, além das matérias do jornal - sempre bombásticas -, Cláudia Maria escreveu um excelente artigo sobre a Saúde em Nova Iguaçu. Ela revela que novamente o Hospita Iguaçu corre o risco de fechar as portas para o atendimento do SUS por falta de pagamento em dia. A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Isabel, deveria procurar o jornal e levá-lo para a próxima reunião. Fica, aqui, a sugestão.

Um exemplo

O texto abaixo, amigos, foi extraído do site da Mitra Diocesana de Nova Iguaçu. Ele é fruto de um estudo do historiador Antônio Lacerda de Meneses, do Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu.



Dom Adriano Hypolito nasceu a 18-01-1918 em São Cristovão - Sergipe. Aos 14 anos entra para o Convento dos franciscanos. É ordenado padre em 18-10-1942 , em Salvador. No ano seguinte é nomeado professor do Seminário Franciscano de Ipuarana, Paraiba, permanecendo aí até julho de 1948. Neste ano parte para Europa em estudos para a história dos franciscanos no Brasil. Em abril de 1951 volta para o Seminário de Ipuarana, atuando como diretor de estudos e professor até 1961. Neste ano é transferido para o Convento Franciscano de Salvador, onde assume a função de visitador da província franciscana e presidente do Capitulo Provincial. Em novembro de 1962 é nomeado pelo Papa João XXIII, Bispo-auxiliar de Salvador. Participa do Concilio Vaticano II, em Roma entre 1963- 1965. Em 1966 é nomeado Bispo de Nova Iguaçu. Ao tomar posse propõe um trabalho pastoral que desse respostas aos problemas da Baixada.Dez anos após assumir o pastoreio na Diocese, Dom Adriano fora seqüestrado, espancado e abandonado, despido. De 22 de setembro de 1976, quando ocorrera o seqüestro, até hoje, ninguém foi processado, embora o jornal Movimento tenha denunciado um tenente da Vila Militar.As intimidações não cessam. O semanário litúrgico A Folha, de 29-05-77, foi falsificado aos milhares e distribuído nas igrejas da Baixada e enviada para várias partes do Brasil. No dia 19 de junho do mesmo ano, por determinação do Comandante do 1° Exército, foi cancelada uma conferência sobre Direitos Humanos, para constituição de uma Comissão de Justiça e Paz, que realizar–se–ia no Centro de Formação. E no sábado dia 18, elementos do Exército e da Polícia, procuraram repetidas vezes, o Centro de Formação sob os mais diversos pretextos e no domingo dia 19, cercaram e ocuparam o Centro de Formação, com verdadeiro aparato de guerra.Dom Adriano não se intimidou , em 12 de fevereiro de 1978, cria a Comissão de Justiça e Paz com a finalidade de “defender os Direitos Humanos à luz da fé; considerando que se faz necessária uma entidade que assuma na Baixada Fluminense de maneira estável esta missão de defender a Justiça e a Paz, ...”Em março de 1978, Dom Adriano fora seguido secretamente em suas visitas dentro da Diocese e nas visitas que fez a outros Bispos da região. Foi vigiado até mesmo de helicóptero, durante uma conferência para o clero de Volta Redonda. Em Abril do mesmo ano, Dom Adriano recebeu ameaças de novo seqüestro e castigo exemplar. Da noite de 8 para 9 de Novembro de 1979 as igrejas de Santo Antônio da Prata, Catedral e Santa Rita, amanhecem pinchadas com injúrias contra Dom Adriano. A escalada do terror atinge a Catedral, a Igreja – Mãe da Diocese. No dia 20 de dezembro de 1979, uma bomba explode no altar da Catedral. Uma carta deixada na igreja acusa Dom Adriano de proteger comunistas. “quando apoiamos uma organização que não é da Igreja propriamente, mas luta por dias melhores para todos, como o Movimento Amigo de Bairro, nós estamos na linha de Jesus Cristo: nós temos compaixão do nosso Povo.” (sermão de Dom Adriano na missa após o atentado).Em 1993 Dom Adriano inaugura o Centro de Direitos Humanos, que continuou o magnífico trabalho da Comissão de Justiça e Paz. No ano seguinte, Dom Adriano aos 76 anos, deixa a direção da Diocese e assume a título pessoal a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania (SODIHC) e eventual colaboração na Pastoral Diocesana.Dom Adriano faleceu no dia de São Lourenço, 10 de agosto de 1996. Quando o Imperador romano Valeriano exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja, ele encheu o palácio de pobres, dizendo: “Eis o tesouro da Igreja”. Dom Adriano viveu realmente a opção pelos pobres. Concluímos com a saudação que Dom Adriano costumava fechar as grandes celebrações : “ Viva Jesus Cristo...Viva Maria nossa Mãe Santíssima...Viva o nosso Povo sofrido da Baixada ”.

Mais calote

Por Claudia Maria

Professores do Ensino para Jovens e Adultos (Eja) que fazem parte do programaTecendo o Saber, estão sem receber salário desde agosto do ano passado. São cinquenta profissionais com salário de R$ 400 por mês. Mas, parece que o governo não está preocupado. Afinal, trouxe a dupla Zeze di Camargo e Luciano o que, aparentemente, para eles, é tudo o que o povo precisa.

BBB

Por Claudia Maria

Acaba de me chegar a informação de que a ex-BBB, Fani, vai trabalhar no projeto Bairro Escola. Ainda não se sabe fazendo o quê mas parece que a moça é a mais nova aquisição do governo.

Movimento pela Cultura

Por Claudia Maria

Um grupo de artistas e jornalistas da Baixada vai assistir a peça "De Maxambomba à Nova Iguaçu", sábado, pagando ingresso, no Sylvio Monteiro. A idéia é mostrar para o governo que nós sabemos o que é bom e prestigiamos o que é nosso. Quem quiser comparecer, o ingresso é R$ 10 e a meia R$ 5. Prefeitos passam, nossa história fica.

Feliz Aniversário

Por Claudia Maria

Duas versões dão conta do que aconteceu no show de Zezé Di Camargo e Luciano na noite de ontem em Nova Iguaçu. Quem foi até lá só para ver o que estava acontecendo e não tem ligação com o governo (nem com Bornier antes que perguntem), diz que o público não passou de seis mil pessoas. Já quem foi convidado pelo governo garante que "bombou". No que diz respeito a mim, nunca vou saber ao certo. Mas, o que sei é que as clínicas continuam sem receber o repasse do SUS, o hospital Iguaçu a um passo de fechar para o atendimento pelo SUS e o Hospital da Posse cada vez pior. Portanto, ao contrário do que o governo quer fazer parecer, Nova Iguaçu não tem o que comemorar.

Resgatando a história

Já que a secretaria de Cultura de Nova Iguaçu é apenas de enfeite, vou fazer resgates históricos que envolve nossa história política, principalmente. Enquanto isso - eles estão reunidos desde 15h na secretaria de Cultura, inclusive com a presença de vereadores -, vamos fazendo o papel que eles deveriam fazer.
O artigo que colocarei abaixo foi escrito em 1976, assinado pela Cúria de Nova Iguaçu e publicado no jornal Correio da Lavoura de 23 de outubro daquele ano. Para quem não sabe - a secretaria de Cultura ajuda muito nesse ponto -, neste mesmo ano, em 22 de setembro, o Bispo Dom Adriano Hypólito foi sequestrado, violentamente espancado, abandonado nú e pintado de vermelho. Ele era chamado de "Bispo Comunista" pelas forças da repressão. Três anos depois uma bomba explodiu na Diocese de Nova Iguaçu. Em 1976, ano em que foi escrito o artigo, o Pe. João Bosco Penido Burnier foi assassinado por um tiro de um soldado, em Mato Grosso. Vejamos o que publicou a Cúria Diocesana:

Cúria Diocesana emite comunicado sobre o assassinato do Pe. Burnier

A Cúria Diocesana, interpretanto os sentimentos do povo cristão de Nova Iguaçu, acaba de enviar telegramas de solidariedade à família e aos aos irmãos da Prelazia de Diamantino, onde o Pe João Bosco Penido Burnier foi assassinado a bala por um soldado da Polícia Militar.
Não refeita do atentado escandaloso e ainda não desvendado contra o nosso Bispo Diocesano Dom Adriano Hypólito, a consciência cristã do povo brasileiro é novamente afrontada por mais um crime monstruoso e sem sentido.
Pe. João Bosco, da ordem jesuíta, decidiu-se pelos pobres e pequenos e trabalhava entre os índios Bacairi, no Mato Grosso. No último dia 13, Pe João Bosco acompanhou o Sr. Bispo Diocesano Dom Pedro até a delegacia policial de Ribeirão Bonito; o bispo ia reclamar e protestar contra os maus tratos e torturas que os soldados estavam infligindo a duas mulheres do povo. A reclamação e o protesto dos dois açularam ainda mais a má consciência e fúria assassina dos torturadores, resultando daí o assassinato do padre por um soldado do destacamento.
A repetição crescente de crimes e ameaças contra aqueles que lutam na defesa dos direitos humanos, especiamente do direito daqueles que não possuem condições de buscá-los, mostra que a morte do Pe. João Bosco não é fato eventual e isolado: tem claramente algo a ver com a intolerância para com a Igreja que se decediu a ser a cosnciência moral do mundo injusto, consciência que aponta para o esmagamento dos pequenos e fracos como fonte da desorganização da justiça e fraternidade e como fonte dos maus sentimentos que estão tornando esse nosso mundo tão violento e tão ruim.
Nesse mundo assim, onde a tônica dominante e propagada é correr atrás das próprias vantagens imediatas e conseguir o tal progresso mesmo à custa dos mais fracos. Pe. Penido Burnier pelos pequenos, pelos índios e pelos posseiros. Mesmo para quem não o conheceu pessoalmente o Pe. Penido, seu assassinato, perpetrado justamente pelas forças que têm por missão garantir a paz, a ordem e os direitos do povo, repugna a consciência moral de qualquer ser humano, além de ser uma agressão escandalosa contra a fé religiosa do povo. Este fato, semelhante ao assassinato do missionário Pe. Lukenbein e ao sequestro e espacamento de Dom Adriano, retrata um clima de violência em que vivemos, clima que atinge os pequenos e fracos, na pessoa daqueles que se indetificam com os sofrimentos do povo.
Em comunhão com o Sr. Bispo, com os sacerdotes e com o povo cristão da Prelazia de Diamantino, nós cristãos da Diocese de Nova Iguaçu, condenamos este clima de violência e arbítrio, e exigimos em nome da consciência do povo brasileiro, que tais crimes não fiquem impunes.
Como tão bem expressou o cartaz da missa de Pe. João Bosco, a Igreja de Diamantino recebeu um presente: "Deus lhe deu um mártir". O Pe. João Bosco não morreu, apenas passou para a vida eterna, donde já brilha imortal como exemplo de coerência com a justiça do Reino de Deus. Seu exemplo e sua presença junto a Deus nos ajudem a, em nossa Diocesse de Nova Iguaçu, sermos também coerentes com o Evangelho, a não recuar ante a perseguição, a não termos a morte corporal e passageira, a clamar como o apóstolos de Cristo a justiça fraterna do Reino de Deus.
Nova Iguaçu, 15 de outubro de 1976.
Cúria Diocesana de Nova Iguaçu.

Perda

Caros leitores, principalmente as fontes deste blog: perdi meu celular. Estou fora da área de cobertura.... snif

Desabafo

Caros amigos, abaixo segue um texto enviado ao Blog por Flamínio Freitas, um técnico da saúde de Nova Iguaçu. Ele foi citado pela Cláudia Maria no texto de despedida de 2007, como uma pessoa que não se preocupa em ser visto ao lado dos autores deste Blog. Segue o grito de desabafo do Flamínio:



Olá Almeida ...
A você, meu muito obrigado em ser mencionado no teu BLOG ... isso para mim é um elogio.A você um Feliz Ano Novo e continue assim, construindo uma Sociedade Democrática. A imprensa é veículo de pluralidade. Eu não puxo saco de quem eu voto, não! EU COBRO! E quem me conhece sabe que sempre votei no PT! BOTO A BOCA NO TROMBONE, sim! Todos nós pagamos o SUS através de impostos ... não é de graça,não! Eu quero um Sistema Único de Saúde. Eu não quero um SUS para os pobres. Eu quero um Sistema Único de Saúde para ricos e pobres. Porque tantos os ricos, quanto os pobres ... PAGAM por este Sistema! Em cada coisa que compramos, temos impostos incluídos! Não sou político, não sou canditado, nem quero ser. Sou cidadão! Mas numa coisa eu discordo de voce Almeida ... quando voce diz que o Prefeito Lindberg Farias é um General ... não acho, não... Acho que ele é um Coronel! Cidadão iguaçuano, você pode conferir os depósitos que o Ministério da Saúde envia para os município através do site:http://www.fns.saude.gov.br Click em fundo a fundo. Use o CNPJ do município que está no seu talão de IPTU. Digite o nome do município. Digite a UF. O ano de consulta. Click em consultar. O Ministério da Saúde deposita! Navegue por lá e confira. Quanto mais me retaliarem... Mais eu Grito!

Flaminio Freitas

Mal das pernas

O prefeito Lindberg Farias está mal com a turma da saúde. Profissionais da saúde estão aterrorizados com o que acontece na cidade. Aliás, será a saúde que Lindberg prometeu o grande carro-chefe dos opositores na época da eleição. Aguardem.

Melelê

Caros amigos, hoje o Calçadão de Nova Iguaçu amanheceu com uma faixa. Nela, o Sindsprev desce a lenha no prefeito Lindberg Farias, na Câmara, na secretaria de Saúde e na direção do Hospital da Posse. Conforme este Blog informou anteriormente, a Prefeitura de Nova Iguaçu criou uma fundação para tomar administrar o Hospital da Posse. Essa criação aconteceu no apagar das luzes de 2007. Segundo a faixa que ainda se encontra no Calçadão, o prefeito é acusado de traição. O Sindsprev denuncia que 1200 funcionários do Hospital da Posse poderão ser demitidos. Inclusive, está marcado um protesto para esta manhã, que é a paralisação dos funcionários do Hospital da Posse com direito à marcha até o Calçadão de Nova Iguaçu. Isso ainda vai dar muito melelê.

Ps.: Aliás, por falar em saúde, os funcionários das cooperativas já foram avisados: pagamento, só depois da Folia de Momo. Até lá, nenhum cooperado vai colocar o bloco na rua. Mas, vai daqui uma sugestão do Blog: criem o "bloco dos desesperados".

15.1.08

175 anos

Caros amigos, em razão de ter que fazer uns trabalhos sobre os 175 anos para um jornal local, pouco tempo tive para postar notinhas. Mas vou pegar o gancho sobre o caso da Claudina de Oliveira e comentar umas coisas aqui.

O governo Lindberg Farias só joga para a platéia. O negócio dele é valorizar as pessoas de fora da cidade. Não só pessoas. Ele, por exemplo, deu mais de R$ 1 milhão para uma ONG que acabou fazendo uma obra em uma casa em Miguel Couto, logo desabando e matando uma pessoa. Quem não sabe, também, da relação de Lindberg com o grupo "Nós do Morro"? Tem, também, o "Nós de Sampa". Parece que o único grupo que não encontra apoio do prefeito é o "Nós daqui".
Como todo mundo sabe, a prefeitura virou uma Torre de Babel tupiniquim. Tem a mistura de todos os sotaques. São pessoas que vieram de outros estados e foram abrigadas no governo. Nada contra essas pessoas, mas faltou o governo valorizar os técnicos da nossa terra.
A relação do prefeito Lindberg Farias com a população iguaçuana vai cada vez mais de mal a pior. Tanto é que a festa dos 175 anos é, na verdade, uma ação premeditadamente eleitoreira. Perguntem ao prefeito se ele sabe a história ou o nome da Condessa de Iguassú ou quem é a co-padroeira da cidade que ele administra. Tenho dúvidas que saiba. Mas serei benevolente com ele: é a Nossa Senhora da Piedade do Iguassú, que foi erguida em 1699, na então Iguassú. O nome da Condessa de Iguassú, prefeito, é Maria Isabel Bragança de Alcantara. Isso mesmo, ela é a quarta filha de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos. Pergunta se ele sabe o que significa Maxambomba. Ele vai dizer que é um motoclube. Na verdade existe este motoclube, mas com certeza ele não sabe que um dia essa cidade de chamou "Carro de Boi".
Lindberg Farias se coloca distante das nossas raízes, e, portanto, digo a minha amiga Claudina de Oliveira - não confundam com Cláudia Maria - para não ficar decepcionada, não. A secretaria de Cultura existe apenas para o Bairro-Escola. Esse programa é colocado pela administração municipal acima de nossas raízes. Nosso patrimônio cultural e histórico é preservado por nomes como o do professor Ney Alberto, o do Antônio Lacerda de Meneses, do Arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu e por alguns outros pesquisadores de nossa terra.
Cara Claudina, se fosse para patrocinar um time de futebol, com certeza teria verba, como já aconteceu. O problema é que o patrocínio seria para o resgate e manutenção de nossa história e cultura. Aí, não. Eles preferem o "Nós do Morro" do que o "Nós da Daqui".
Por falar em nós, vou parafrasear o Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, conhecido como Barão de Itararé, e arrematar: "Nova Iguaçu é feita pos nós... só falta desatar os nós".

14.1.08

Reação

Por Claudia Maria

O texto abaixo é da produtora, atriz e guerreira, Claudina Oliveira. Vamos participar dessa luta!

O grupo que eu faço parte, os Fios da Roca, completa 10 anos de existência, aos trancos e barrancos...
Imagine a situação da classe teatral na Baixada Fluminense: não temos escolas de formação artística e apenas 06 teatros numa região com aproximadamente 4 milhões de habitantes... E um de nossos sonhos, era o de montar um espetáculo que falasse da nossa cidade.Há uns 4 anos atrás chegamos montar um texto do grande cordelista Mestre Azulão: "Iguassú Velha, Maxambomba e Nova Iguaçu", mas no ano passado ele não permitiu a representação deste cordel por insatisfação com o atual governo. Bem, desta forma o Historiador e Geógrafo Ney Alberto de Barros nos presenteou com o texto: "De Iguassú Velha à Nova Iguaçu", com 58 maravilhosos versos, que narram a formação de Nova Iguaçu, desde a época dos Tupinambás. Convidamos o talentoso Ribamar Ribeiro para nos dirigir, e vamos, eu Tiago Costa e Márcio Guedes nos dividindo na produção do espetáculo, que estreou no último sábado, 12 de janeiro.Na estréia, não cobramos ingresso, e superlotou. A divulgação está boa, O Globo Baixada, O Dia, ZM Notícias, Jornal Hora H, alguns sites...Mas a maior dificuldade é conscientizar as pessoas de comprarem ingressos.Faço um trabalho de formação de platéia aqui na Baixada Fluminense já há algum tempo, e comprovamos que a população gosta de teatro, mas estão acostumadas apenas à entrada franca... Até mesmo os nossos amigos, mesmo sabendo que não temos patrocínio, que bancamos o espetáculo do nosso próprio bolso, pedem insistentemente cortesias...Gostaria de sugerir uma campanha de valorização aos artistas da nossa região através do reconhecimento dos valores das bilheterias.. As pessoas precisam saber que vivemos num mundo capitalista, e que não há chance de sobrevivência sem dinheiro.Porque nossos amigos preferem gastar com chops e drinks, do que colaborar com a bilheteria de um show musical ou teatrAL? Há de se fazer algo para mudar esse quadro, já que ainda não existe políticas públicas nesse sentido.Serviço:Dias: sábados e domingosHorário: 19hLocal: Espaço Cultural Syvio MonteiroEndereço: Rua Getúlio Vargas, 51 (rua dos Cartórios). Informações: 21-2667-2157 & 2668-1362* Na recepção, fale que você é amigo (a) dos Fios da Roca, e ganhe 50% de desconto!

13.1.08

Sem palavras

Por Claudia Maria

O Almeida postou uma nota sobre a saída da super hiper secretária de Saúde e Educação, Marli de Freitas. Mas, só vou colocar minha despedida quando sair a exoneração dessa senhora.

Outra notícia triste

Por Claudia Maria

Além de tentar enterrar nossa Cultura (pode apostar que não vai consseguir), o governo Lindberg também quer acabar com a única maternidade no centro de Nova Iguaçu. A Associação Caridade Hospital Iguaçu está prestes a cancelar o antedimento pelo SUS. O motivo é que a Prefeitura está com o repasse da verba atrasado desde outubro. Funcionários estão com os salários atrasados e fornecedores não querem mais atender ao hospital. O hospital tem 73 anos de prestação de serviço e está agonizando. A erva daninha trazida pelo govenro Lindberg está se alastrando.
Mas, tudo bem, a população fica sem hospital e sem maternidade, mas, em compensação, pode assistir de graça ao show de Zeze di Camargo e Luciano.

Mais uma vergonha!

Por Claudia Maria

Ontem fui assistir à um espetáculo no Sylvio Monteiro que conta a história de Nova Iguaçu. Um texto impecável do professor e meu ídolo Ney Alberto e a interpretação também impecável do grupo Fios da Roca. A gente sai do teatro com um orgulho danado de ser iguaçuano. Mas, a nota triste a respeito disso fica por conta de um dado que não está no texto primoroso do professor Ney. O grupo não conseguiu patrocínio para colocar a peça em cartaz no ano em que Nova Iguaçu comemora 175 anos de vida. Pelo jeito, só teve do governo o espaço para apresentar a peça que cobra R$ 10 e R$ 5 de ingresso. Ao mesmo tempo, recebo um convite de alguém do governo para assistir o show de Zeze di Camargo e Luciano em homenagem ao aniversário de Nova Iguaçu, tudo de graça, bancado pelos cofres públicos. Nada contra dupla de irmãos. Mas um show como esse deve estar custando em torno de R$ 100 mil. Tenho certeza de que se o governo tivesse liberado pelo menos R$ 10 mil para a peça no Sylvio Monteiro a montagem teria sido muito mais fácil e menos penosa para esse heróis da Cultura iguaçuana e a população de Nova Iguaçu e da Baixada teria acesso gratuito. Que pena!
É mais uma prova de que esse governo pouco se importa com as coisas da terra. O show será para tentar demonstrar força. Uma dupla popular como essa com certeza vai lotar o espaço do aeroclube. Líderes de partidos ligados ao governo já colocaram a mão no bolso para alugar ônibus e mais ônibus. A farsa do bom governo tem que ser completa. Mas vai um recado para essa gente que quer tapar o sol com a peneira: quem realmente se interessa pela cidade, vive a vida da cidade, não cai mais nessa. O teatro estava lotado na estréia, são todos formadores de opinião e vão passar, assim como eu, esse dado triste dessa administração desastrosa.

10.1.08

Curiosidade eleitora II

Quatro cidades da Baixada Fluminense estão na lista dos cem maiores colégios eleitorais do Brasil. São elas: Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti e Belford Roxo.

Curiosidade eleitoral

Este ano, por ser eleitoral, este Blog vai colocar algumas curiosidades sobre eleições.

Potência eleitoral
Para quem não sabe, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados em novembro de 2007, a cidade de Nova Iguaçu ocupa a vigésima posição entre os mais de cinco mil municípios em quantidade de eleitores. É o quarto maior colégio eleitoral do Estado. Perde para Rio de Janeiro, São Gonçalo e Duque de Caxias. São mais de 500 mil pessoas em condições de votar. Entedenram, então, o motivo da acirrada disputa por esta terra?

Estrela

O secretário municipal de Valorização da Vida, Luiz Eduardo Soares, vai dar aulas em Harvard. Deixará - acho que já deixou - Nova Iguaçu. Ele, serviu apenas de enfeita no governo municipal, já pode ser exonerado pelo prefeito. Ou será que Lindberg vai manter uma prática de pagar salários a quem não trabalha?

Dúvida cruel

O governo "lindbergueia" ou "lisboeteia"?

Nas ondar do ar

O secretário adijunto de Participação Popular, Hélio Porto (PT), está levando a sério a sua possível candidatura a vereador, em 2008. Tanto é que uma "rádio" que coloca caixas-de-som nos postes da Palhada só vive anunciando o nome do rapaz. Aliás, o vereador Baiano (DEM), que tem reduto eleitoral por aquelas bandas, não está gostando nada do assunto.

Cova rasa

Em recente conversa com o verador Cláudio Cianni (DEM), num desses cafezinhos da vida, ele deixou escapar a seguinte frase: "Daremos remanejamento zero. Se o prefeito quiser alterar R$ 100 terá que pedir autorização da Câmara". Como se vê, o remanejamento que esta previsto para 3% do Orçamento 2008, conforme anunciou este Blog, poderá para... nada.

Ps.:

Ps.: A notinha abaixo é uma homenagem a Cláudia Maria. Fala, Claudinha!

Beijinho, beijinho. Tchau, tchau!

Ontem estava prevista a despedida da secretária de Saúde, Marli de Freitas, com a turma do Conselho Municipal de Saúde. Este blog não pôde comparecer ao "funeral".

Lisboeta

Não se fala outra coisa nas rodas políticas. Xandrinho (PV) teria entregue o cargo de líder de governo ao prefeito Lindberg Farias. Segundo as "bocas malditas", Xandrinho, que entrou na base governista pelas mãos do deputado federal Rogério Lisboa (DEM), resolveu entregar sua liderança para ficar no bloco já apelidado de "lisboeta". Leia-se: bancada de Rogério Lisboa na Câmara.

É possível confiar?

O artigo abaixo foi escrito para o jornal Tribuna da Região, para edição do dia 16.
Almeida dos Santos
É muito comum que no início de cada ano as pessoas parem para fazer reflexões e resgatarem na memória os fatos que aconteceram no ano anterior. Porém, neste caso, farei uma retrospectiva mais ampla, rememorando os três últimos anos do governo Lindberg Farias, sobretudo na relação política que ele manteve ao longo desses anos. Isso se justifica por ser 2008 o último do governo Lindberg, nessa gestão.
Antes mesmo de iniciar o seu governo, e, para ser preciso, em dezembro de 2004, Lindberg Farias dava sinais de que as suas relações com as forças políticas da cidade de Nova Iguaçu não seriam tão harmoniosas. Na lista de secretários anunciados por ele, no auditório do Senai, no Bairro da Luz, nas entrelinhas já se podia ler que muitas histórias de desarmonias aconteceriam durante a sua gestão. Ewerson Cláudio, que era o seu assessor mais próximo em Nova Iguaçu, foi “rifado”, e depois de passar um tempo no governo resolveu abandonar o barco e o PT. Filiou-se ao PSOL, onde hoje se encontra.
Maurílio Manteiga (PSDB), que foi anunciado titular da Articulação Política, não conseguiu tomar qualquer iniciativa no início do governo. Logo ele que chegou a desistir da candidatura a vereador para manter o PSDB na chapa com o PT. Nos primeiros meses da administração percebeu a traição e pediu exoneração, fato que aconteceu meses depois. Hoje ele se encontra no governo, mas isso não quer dizer que a sua confiança em Lindberg seja uma das maiores, ao contrário.
Mais pessoas que se dedicaram à campanha de Lindberg Farias, em 2004, também foram se desgastando. Fernando Gonçalves (PTB), que foi abandonado por Lindberg Farias em plena campanha para deputado federal em 2006. José Távora (PMDB) foi outro que ficou no abandono, assim como os ex-vereadores Manoelino (PDT), Carlão Chambarelli (antes PTB hoje PV), Alexandre Novaes (antes PDT agora PSDB), Djair Cabral (antes PDT e hoje sem partido), e muitos.
Na lista das pessoas ressentidas com Lindberg Farias, até mesmo o deputado Walney Rocha (PAN) tem lá a sua razão. Assim que começou o segundo turno em 2004, tanto Fernando Gonçalves quanto Walney fizeram questão de declarar apoio ao outrora opositor.
Um grupo formado pelos então vereadores Fernando Cid (PCdoB), Carlos Ferreira (PT), Rogério Lisboa (DEM), Maurílio Manteiga (PSDB) e Tuninho da Padaria (antes PSB agora DEM), foi o responsável pela pavimentação da campanha e chegada de Lindberg ao Poder. Hoje esse grupo se desfez, e Lindberg, usando a máxima de Maquiavel, “conseguiu dividir para reinar”.
Mas, a história mais recente da desarmonia na relação política aconteceu poucos meses antes da virada para 2008. Tudo estava certo: a composição das chapas discutidas, mas, repentinamente, talvez em um momento de surto, Lindberg Farias mostrou que podia ir além na sua capacidade de destruir relações. De forma sorrateira, procurou Sérgio Cabral (PMDB), pedindo ao governador uma aliança com o seu maior rival e correligionário de Cabral, o deputado federal Nelson Bornier. Mostrou, nesta movimentação, que seu pragmatismo é mais forte que as relações pessoais e políticas e do que o seu projeto político e de grupo. Fez como fizera com os radicais do PT que debandaram e criaram o PSOL. Perguntem ao Babá, à Heloísa Helena e a Luciana Genro o que pensam do ex-companheiro Lindberg Farias. Só não se assustem com a resposta.
Rogério Lisboa, cotado para ser o vice, sentiu o "frio do punhal" em suas costas e resolveu lançar a sua candidatura própria, abandonando um projeto político que acabou virando uma ameaça concreta. E, hoje, na própria base do governo, não há mais dúvidas sobre a resposta da pergunta que teima em não sair da mente: é possível confiar?

É

O vereador Marcos Rocha será o novo líder do DEM na Câmara Municipal de Nova Iguaçu. O documento indicando a liderança de Marcos Rocha já foi protocolado na Casa.

8.1.08

Interessante

Começou a circular, hoje, uma revista em homenagem aos 175 anos de Nova Iguaçu. Ela foi feita por uma empresa de publicadade de Grajaú. Muito bem feita, a revista contou com a colaboração do Correio da Lavoura, jornal que há noventa anos circula semanalmente. Porém, quem pensar que essa foi uma iniciativa do governo, pensará enganado. Nesta revista, onde o prefeito é entrevistado, ele diz que quando assumiu a Prefeitura apenas 40% das ruas tinham saneamento. Hoje, segundo o prefeito, esse índice se elevou para 60%. Diz Lindberg, ainda, que o seu maior desafio é até o fim de 2008 chegar ao índice de 90% de ruas saneadas. Só faltou ele contar aquela do português...

Tensão

Ontem, à tarde, era só tensão no gabinete do prefeito. A crise com a Câmara, com as mudanças de secretários e a própria briga com o deputado Rogério Lisboa (DEM) deixaram o prefeito com os nervos à flor da pele.

Xiiii

Parece que azedou de vez a relação entre Rogério Lisboa (DEM) e Lindberg Farias (PT). Recentemente eles foram vistos batendo-boca em público. É...

Será

Este Blog disse, ontem, que estaria programado o show de Zezé de Camargo e Luciano para celebrar os 175 de Nova Iguaçu. O show vai acontecer próximo à universidade que está sendo construída. Essa dupla sertaneja foi a mesma que fez a campanha de Lindberg em 2004. Aposto um doce que, quando estiverem no palco, os cantores vão elogiar o prefeito e vão falar bem da universidade. Gravem a pedra que estou cantando. Vai ter eleogio combinado.

Recomendação

O amigo Tigú Guimarães postou um comentário na notinha "Nossa História". Ele, que conhece bem esta terra, fez a seguinte sugestão que poderia ser implementada pelas secretarias de Educação e Cultura. Vejamos:

Almeida: uma boa recomendacao para o Governo seria incluir o livro do Zé Ronaldo no curriculum da educacao municipal. É um excelente livro e traz a historia para a Baixada e a Baixada para a história do brasil.

Tigu


Valeu, Tigu! Boa a sugestão. Um fraterno abraço do seu amigo Almeida.

7.1.08

Nossa história

Estamos próximo de comemorar os 175 anos de Nova Iguaçu, que se celebra dia 15 de janeiro. Porém, pouco se sabe sobre os festejos preparados pela prefeitura. Uma fonte me disse que teremos o show de Zezé de Camargo e Luciano, aquela dupla sertaneja que fez a campanha de Lindberg Farias. Se isso for confirmado, tenho quase certeza de que os "caipiras" vão falar que o governo está bom, que está ótimo. Um forma de campanha indireta, sendo que diretamente. É mais um evento, que não deixa de ser bom. Mas, como ficam as outras questões?
A secretaria de Cultura, que deveria estar se dedicando no resgate da história de Nova Iguaçu, na verdade só tem como preocupação o Bairro-Escola, programa desenvolvido pelo governo para colocar no currículo de Maria Antônia tal feito. Ela e consultora, em Minas, de uma rede de escolas particulares.
Voltando a falar da secretaria e do aniversário de Nova Iguaçu, parece que ficaremos a ver navios. Pelo que vejo nas ruas, não há a divulgação, via cartaz, da programação da festa. Aliás, sei que haverá a tradicional corrida. Você paga R$ 10 e terá direito ao "kit Corredor". Deve ser uma camisa e um boné. Mas só corre se pagar.
Confesso que esperava que o prefeito Lindberg Farias fizesse uma grande festa, marcada por grandes eventos e anúncios. Mas, acho que será empurrado o Zezé e o Luciano na goela do povo e pronto. Tudo está maravilhoso.
Ao completar 175 anos, o Município se faz merecer algo mais grandioso. Um livro, exposições, shows variados e uma programação que pudesse projetar Nova Iguaçu não só para o seu povo, mas também para outras terras.
Parece que festa que está sendo organizada para a cidade será menor que os amigos de Nelson Bornier pretendem fazer para o deputado. Bornier faz aniversário no dia 14, véspera do aniversário de Nova Iguaçu. Talvez só não fará uma festa grandiosa como a do ano passado em razão do falecimento da sua mãe, dia 24 de dezembro. Caso contrário, acredito que a festa dele seria maior do esse governo está preparando para celebrar os 175 anos da "Terra dos Laranjais".
Mas, voltando a falar da importância desta data, não posso deixar de imaginar as escolas. Os alunos recebendo livros contando a história de Nova Iguaçu seria um sonho. Mas, nada há de se fazer!
Essa falta de visão do prefeito em valorizar mais as nossas raízes, mostra o quão distante ele se faz delas. Olha que eu tentei alertar há tempos passados, quando publiquei neste Blog uma parte pequena da Condessa de Iguassú. Mas, eles sequer tivaram a percepção para entender que isso era importante. Aliás, nossa história para esse governo não é importante. Tanto é que quem está tratando disso é um departamento de eventos e não a secretaria de Cultura. Essa comemoração deveria ser do governo, do povo e das massas.
O ex-prefeito Mario Marques (PSDB), no seu último ano de governo, pelo menos fez um livro sobre os 172 anos de Nova Iguaçu. Digo pelo menos em razão deste livro, que foi confeccionado com o dinheiro público, só ter sido à elite. Mas, a "elite" era a marca do governo de Mario Marques.
Sei que ainda da tempo para preparar muita coisa para a semana que vem. Por esse motivo estou colocando esta nota hoje. Sei que o prefeito lê este Bolg, portanto peço: Lindberg Farias, não jogue uma pá de cal em nossa história. Ela é maior que o seu governo.

Resposta em respeito ao leitor

Caros amigos, o texto abaixo é de um comentário feito por um leitor. Em seguida segue minhas observações.


Os jornais de todo Brasil reproduziram a indignação de setores da chamada elite da sociedade brasileira (representados nas federações de Bancos, Empresários da Indústria e Comércio e de seus partidos principais como o DEM e o PSDB) contra as medidas anunciadas pelo Governo para compensar o fim da cobrança da CPMF a partir de 1º de janeiro de 2008.
O fato é que estes setores até hoje não aceitam as duas derrotas sofridas em 2002 e 2006 e a inversão de prioridades que o governo Lula vem implementando no país, com uma clara opção em favor dos excluídos, sem se descuidar da economia, do crescimento e desenvolvimento da nação.
A tática é de inviabilizar (via Congresso, em especial no Senado da República) toda e qualquer medida que possa contribuir para o êxito da política social e econômica do governo aliado a uma campanha midiática que visa atrair a classe média conservadora e outros setores da sociedade que sempre se beneficiaram do modelo capitalista implementado no Brasil.
As oposições não conseguirão engessar e paralisar o governo com suas manobras. O presidente Lula mostrou que não está disposto a abrir mão de governar o País, conforme a feliz afirmação do Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: "Não pode ter inversão de papéis. A oposição não pode querer governar o país lá da praia".
Segundo reportagem do jornal O Globo (4/1/2008) o Governo estava dividido e articuladores políticos sugeriam debate sobre pacote com a oposição. "Mas, segundo um assessor palaciano, o presidente Lula avaliou que dificilmente o PSDB e o DEM iriam ajudar no debate. Pelo contrário. A suspeita é de que, chamada para o diálogo, a oposição dificultaria ao máximo as propostas do governo até inviabilizar algumas das medidas fiscais para compensar a CPMF. Para evitar esse risco, Lula autorizou o anúncio das medidas pelos ministros Mantega e Paulo Bernardo.
A tática da oposição de inviabilizar o governo está explicitada na coluna de Merval Pereira (O Globo, 04/01/08) onde diz que os líderes do DEM "passaram os últimos cinco anos tentando descobrir como fazer oposição a um governo popular - com exceção do período em que o mensalão esteve em evidência - e com a economia crescendo. (...) Essa ligação direta com o 'povão' faz com ele (o presidente Lula) seja sempre bem avaliado pessoalmente, e essa avaliação atinja por osmose o governo. (...) Nessa visão oposicionista, o Brasil velho, caracterizado pelas políticas assistencialistas do governo Lula, vai até 2010. Eles acreditam que, com a CPMF, conseguiram fazer uma ligação entre o peso no bolso do cidadão comum e os festejos do governo de aumento de arrecadação cada vez maiores. Mostrando o efeito da carga tributária alta, que não favorece o cidadão em serviços essenciais e só tira seu dinheiro. (...) Diante do aumento dos impostos, a oposição vai fazer uma campanha para culpar o governo pelo fato de que o fim da CPMF não teve conseqüências na queda dos preços, especialmente dos serviços como água, luz, gasolina, onde o governo poderia interferir, ou mesmo as agências reguladoras, para obrigar as empresas a dar o desconto.
Mostrando o quanto o PSDB e o DEM estão afinados, o senador Tasso Jereissati disse em entrevista, ao comentar as medidas do governo: " - Se continuar assim, nós devemos entrar num processo de obstrução e numa luta passo-a-passo. Nós vamos ser obrigados a ser mais resistentes do que nos cinco anos anteriores do governo Lula.
Não tenho dúvida que os tucanos e os "demos" farão de tudo para recuperar o governo em 2010.

Hebert Lima




Meu entendimento


O leitor Hebert Lima fez um comentário muito interessante sobre a notinha neste blog chamada "moeda-de-troca". Gostaria que as pessoas dessem uma apreciada no texto do leitor, bastando clicar em postagem. Apesar de discordar em grande parte, em certos pontos concordo com o leitor, que mostrou a sua posição.
Só gostaria de lembrar ao nosso caro e respeitado Hebert Lima que, realmente, o PSDB e o DEM estão tentando inviabilizar o governo PT, assim como o PT tentou inviabilizar o governo tucano de FHC. Fizeram de tudo, lembra? Até ser contra a CPMF.
Entre o aumento da IOF e a permanência da CPMF, caro Hebert, prefiro a permanência da segunda, como forma de fiscalização das movimentações financeiras. Hoje os empréstimos consignados estão mais caros 0,38%. Para questões imobiliárias, que são de grande interesse da classe média, não haverá essa incedência. Quando digo que prefiro a CPMF, respeitável leitor, prefiro com uma alíquota menor. Lembro também que no governo FHC, o recurso arrecadado com a CPMF, que deveria ser para a saúde, serviu até para comprar petecas - aquele brinquedo que a gente da tapinha na bunda!
Falando sobre a Febraban, Herbert, não preciso dizer que os lucros bancários nunca foram tão impressionantes quanto os dos últimos anos. Mas, concordo que a política econômica está sólida. Só não entendo o setor produtivo ser tão sufocado. Vejamos um exemplo: uma empresa que produz é obrigada a pagar o boy que fica na fila do banco, que só especula. Este é o exemplo mais simples que posso dar. São taxas tão sufocantes que inviabilizam alguns investimentos do setor produtivo. Quando vamos a uma loja, compramos um produto. Quando vamos ao bancos, compramos um sonho? Compramos o que eles especulam. Tristes dos nossos aposentados, que são descontados nos contra-cheques as suas dores. As suas penúrias. Pior disso tudo, é que a Máquina administrativa está a serviço deste desconto. Ela é que separa a parcela do empréstimo no contra-cheque do servidor, aposentado ou pensionista.
É bem verdade, Hebert, que com o aumento da IOF os empréstimos ganharam uma sobretaxa, e como disse, os banqueiros estão reclamando. Ameaça diminuir o números de pessoas se endividando. Mas, meu respeitável, eles são recompensados de outras maneiras, como os altíssimos lucros podem testemunhar. Além disso, os agiotas de alvará continuaram se multiplicando nos centro comercias. Desde que entrou em vigor não vi uma dessas pessoas que entregam panfletos de empréstimos ser demitida.
No entanto, prezado leitor, confesso que gostei do que escreveu, apesar de discordar em muitos pontos. Assim é que se constrói a democracia. Obrigado pela sua participação e volte sempre.

Ps.: Sobre o DEM, o PSDB e o PT, costumo dizer que são irmãos xipófagos. O DEM e o PSDB forma a esquerda da direita e o PT forma a direita da esquerda. Já o PMDB, como você deve saber, se vale pela seguinte pérola: "entre a Bíblia e o Capital, eu fico com o Diário Oficial", e Lula só ganhou apoio deles por inserí-los, confortávelmente, no Diário Oficial.

Tribunal de Contas fará inspeção em Nova Iguaçu

Por Claudia Maria

Esta está no site do Tribunal de Contas do Estado. Só resta saber quando será a inspeção.

Tribunal fará inspeção extraordinária para verificar a gestão da saúde em Nova Iguaçu

O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro decidiu realizar uma inspeção extraordinária na gestão da saúde do município de Nova Iguaçu para verificar a legalidade, a legitimidade e a economicidade das aquisições de medicamentos e outros materiais hospitalares, bem como a execução dos respectivos contratos.
A decisão fundamenta-se no fato do município vir celebrando uma série de atos de dispensa de licitação alegando emergência e outros tantos sem qualquer procedimento licitatório, contrariando os ditames da lei de licitações (8.666/93). Conforme apurado no processo de prestação de contas de administração financeira, no exercício de 2006 o município teve despesas com saúde no montante de R$ 154,8 milhões. Desse total, R$ 63,2 milhões foram realizados através de contratações diretas, correspondendo a 40,8% do total.
Esse dado evidencia o descontrole na gestão do sistema público municipal de saúde, o que traz a presunção de não estarem sendo respeitados os termos da Lei 8666/93, sobretudo levando-se em consideração que a maioria dos medicamentos e itens adquiridos poderia fazer parte do planejamento anual de aquisições da prefeitura.
A decisão do TCE de instaurar uma inspeção extraordinária levou em conta a necessidade de verificar como um todo a gestão administrativa dos recursos da saúde de Nova Iguaçu, uma vez que ficou constatado não se tratarem de atos e contratos isolados, demandando a gravidade da situação um exame mais detido e aprofundado por parte do TCE.