3.12.10

O exemplo da dona de casa

Sem dúvidas as ações das Forças Armadas e das policias Civil e Militar na Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão foram fundamentais para resgatar na população o sentimento de esperança. É claro que atos como estes merecem o nosso aplauso, mas também devemos pensar nos reflexos que eles podem promover. Para fazer esta reflexão vou fazer uma comparação entre a polícia e os garis.
Os garis são agentes públicos cuja principal função é recolher e encaminhar corretamente o lixo produzido pela sociedade para o seu destino final, seja para reciclagem ou outros fins. Como se sabe, os polícias são agentes públicos cuja principal função é recolher o lixo que faz parte da sociedade e encaminhar para que ele possa passar por um processo quase semelhante à reciclagem, e, caso “reciclado socialmente”, voltar a conviver com a sociedade.
Aproveitando essa analogia, pensado que um grupo de garis atuando fortemente no centro de uma cidade, deixando o lixo acumular na periferia, poderemos dizer que a cidade esta parcialmente limpa, mas não limpa por completo. É como uma dona de casa cismasse apenas de varrer a sala esquecendo dos outros cômodos. Não se pode dizer que a casa está limpa. Agora, vamos transportar este pensamento para a questão do serviço que a Secretaria de Segurança do Estado tem feito.
Hoje são treze Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) espalhadas apenas na capital, que é a cidade do Rio de Janeiro. Ora, então a Baixada Fluminense, tão decantada como região violenta, não merece uma UPP? Ou ela na realidade não é violenta ou está esquecida pela política de segurança.
Nos últimos meses, desde que as instalações das UPPs começaram a ganhar territórios na capital, o número de apreensão de armamentos pesados na Baixada Fluminense tem sido grande. O que não se pode negar que está havendo uma migração de traficantes para a região, fugindo do cerco formado pela polícia na capital. Precisamos urgentemente que as autoridades da Secretaria de Segurança olhem para a Baixada e aumente o efetivo na região. Não somos contra as instalações das UPPs na Capital, mas assim como o próprio governador Sérgio Cabral disse durante a campanha pela reeleição, aguardamos urgentemente a instalação de UPPs em várias áreas violentas da Baixada. Ou seja: não adianta varrer a capital e achar que o estado todo está limpo. Lembre-se do exemplo da dona de casa.

2 comentários:

Alcy Maihoní disse...

Caro Almeida,
Este seu comentário sintetiza os anseios, angustias e preocupações de milhares de pessoas que habita a Baixada Fluminense. O texto está impecável! Necessitamos sim de aumento do efetivo, um Batalhão de Policia Militar, quardas municipais e por que não, meia dezena de UPPs em nosso município. Dando continuidade ao vosso raciocínio, exemplificando a dona de casa que ao dormir fecha sua casa, como medida de segurança, faz necessário que o Rio feche seu território, para que produtos do narcotráfico sejam diariamente impedidos de entrar. Mas esta guerra ainda está muito longe de acabar.

Alcy Maihoní disse...

Onde escrevi “meia dezena”, leia-se meia-duzia.

NÃO É SEGURO ANDAR SOZINHO (A),A NOITE NA PASSARELA CARACOL.

Aproveito este espaço para dar um alerta à população, para tomar cuidado, quando transitar na área da passarela caracol no centro de nova Iguaçu (principalmente à madrugada) está ocorrendo muitos assaltos. Existe um grupo de três elementos (punguistas), agindo com habilidade impressionante. Obtive esta informação de alguns moradores daqui do bairro Danon. Neste período de fim de ano, todo cuidado é pouco. Já deveríamos ter cabines da PM nos dois lados desta passarela.