18.9.12

“A FUNÇÃO DE CADA UM”

Carlos Gilberto Triel

No filme A Invenção de Hugo Cabret, na Paris dos anos 30, Hugo é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem e se dedica em fazer com que o robô deixado pelo pai volte a funcionar, na certeza de encontrar respostas para seguir sua vida.

Ele conhece a jovem Isabelle e descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração, do mesmo tamanho da fechadura existente no robô. O robô volta a funcionar e a partir daí todo o mistério da trama é naturalmente revelado.

Muito boa a cena em que Hugo diz para Isabelle que se o mundo é uma máquina, ele se sente um componente e que precisa descobrir sua função. Depois é o filme que foge de sua função e, se perde em frases filosóficas, mediúnicas tal qual o horário eleitoral de Nova Iguaçu.

E quando se fala em mediunidades, ou situações paralelas de Chico Xavier prá cá, Bezerra de Menezes pra lá, não pode faltar Gabriel Barbosa que desempenhou sua função com a certeza do destino quando fez o Manifesto aos Servidores Municipais.

O sucesso foi tanto que acabou caindo na propaganda política da TV, ao dizer que Bornier desviou-se de sua função ao acabar com as cozinhas nas escolas, optando pelas quentinhas frias na merenda, seguindo o modelo dado aos presidiários.

Mas, a prefeita também se desviou de sua função, não teve a ousadia de vir a público e confessar suas tutelas. A ânsia em substituir Lindberg era tanta que relegou a razão e, mesmo com o afamado Plano de Cargos não conseguiu a chave do coração da própria máquina.

E Gabriel Barbosa, sempre com a sua coragem dos malucos, esfrega Bornier com a desenvoltura dum lavador de almas, mas reverter o que se fala alto nas ruas e nos botecos é difícil, a moça demorou muito para descobrir a função do seu melhor macumbeiro.

Carlos Gilberto Triel é jornalista. E apresenta a Oração da Ave Maria de 2ª a 6ª feira 17:50hs Rádio Tropical 830AM. www.tropical830am.com.br

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