17.9.10

"UM COMÉRCIO EGOÍSTA E ACOMODADO"

Por Carlos Gilberto Triel

Quem viveu um instante de celebridade, sabe que um caso típico de alegria para o cidadão comum, persuadido numa manhã de domingo ao lazer, é ir a uma quadra de esportes lotada de gente de todas as idades, e no clube mais badalado da cidade.

E por uma razão qualquer, antes da decisão do futsal ou de artes marciais, o locutor oficial vir a dizer o nome e agradecer a presença deste distinto cidadão com todas as letras que se tem direito. Nem ante a rainha da Inglaterra se terá tamanha emoção.

Acreditem, é uma sensação tão prazerosa de ouvir o próprio nome que até o diabo melhoraria o marketing pessoal se falasse grosso e mais alto. Na Rádio Tropical conhecemos esse exemplo do tímido capeta, caluniado de encosto pelos seus concorrentes da TV.

A palavra shopping por si só, transmite a mesma sensação de prazer aos ouvidos dos clientes, sobretudo, nesses tempos em que o consumo é despudoradamente recomendado como salvação da alma pelos bispos e missionários de deuses pagãos.

E as ferramentas usadas pelo marketing nos shoppings criam sensações diferenciadas no individuo no momento da compra. Coisa que não acontece na lojinha do primo no centro comercial, por exemplo, aqui de Nova Iguaçu.

O conforto é o pior possível. Daí, o que irrita o consumidor é a certeza de que o agrado do primo não é sincero. Por que não é sincero? Porque simplesmente o primo ensaia uma simpatia que não é real.

E por que não é real? Porque o primo e suas associações de classes não abrem a mão, nem tampouco o coração para o conforto dos seus clientes. Falam a toda hora que os camelôs prejudicam seus negócios e nada fazem para evitar a concorrência desleal.

E na escala dos valores, a medida avulsa é o conforto - a mais feroz ferramenta para atrair a freguesia. E, conforto se traduz em amplos estacionamentos, banheiros limpos e segurança. Mas qual o quê, seus líderes de classe são festeiros, só falam, falam...

Nas imediações do centro, os estacionamentos são ocupados de forma desordenada e inútil. Obras de construção e retorno rápido poderiam dinamizar esses espaços em até cinco pavimentos, aumentando muito a oferta.

Assim como a prefeitura da cidade, se ocultam na inércia e, não se reciclam; não estão nem aí para o bem estar das pessoas, alem de não oferecerem sanitários dignos ao público - os disponíveis se assemelham ao sujo e reles mictório de botequim.

Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:50hs de 2ª a 6 ª Rádio Tropical 830 AM na web www.tropical830am.com.br

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