Por Carlos Gilberto Triel
Dias desses o Almeida chamou atenção para a omissão dos dirigentes das principais associações patronais de Nova Iguaçu, que não se interessaram em promover nenhum debate com os candidatos da região.
O Almeida talvez não perceba que alguns primos moldam um inexistente problema com a solidão da alma. Receosos de prejudicar as questões imediatas da lojinha recuam em vez de avançar. E por mais que façam pose do faço e aconteço, não conseguem disfarçar o temor servil ao poder vigente.
Alguns se agarram nos cargos públicos e, se realizam em salamaleques de pompas e circunstancias, na tola ilusão de estarem blindados das intempéries fiscais. O sujeito concebe a si mesmo o mérito de tudo e, acha que depois não tem mais nenhum compromisso com quem um dia foi amigo e parceiro.
Daí se compreende a razão da impaciência e do mau humor do deputado Mário na ocasião da festa de aniversário de uma dessas associações no Country Club, quando se recusou a falar com um dos seus antigos secretários do clube dos lojistas.
Está implícito na cultura nacional que, a sociedade organizada deve-se ater e até patrocinar pessoas e programas de rádio locais que se destacam em suas atividades; toda promoção neste sentido abre oportunidades para que os de fora conheçam o que se produz nessa ou naquela região.
No ano passado, Gabriel Barbosa, que havia sido premiado pela Assembléia Legislativa do Rio como a personalidade de maior evidência na comunicação, propôs ao patrão da CDL uma parceria entre a Rádio Tropical e o comércio para consagrar esse prêmio à identidade histórica da Baixada.
Ora, Gabriel, desafeto do então prefeito, não era uma boa idéia para se festejar como celebridade, então esse senhor da CDL, aceitou prontamente e, depois de forma deselegante, mandou que o radialista procurasse os lojistas em seu nome: O medo que sentia do prefeito era maior que a palavra.
Essa pratica de combinar e não fazer é coisa própria do temor servil. A lei velada entre os homens é tornar-se capaz de reconhecer que a subida na hierarquia social é, antes de tudo, deixar-se persuadir por valores da gratidão e da fidelidade entre pessoas amigas.
Que a voz da consciência inverta seus valores pelo pavor de perder o admirável mundo novo, mas a instituição não deve pactuar o medo como instrumento do trabalho. Nesse desvario é que se explica o silêncio atroz mantido diante do descalabro governo Lindberg.
Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a 10:30 Rádio Tropical 830 AM
na web www.tropical830am.com.br
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