Por Claudia Maria
Matéria publicada no jornal Hora H de hoje:
Hélio Martins
Fotos: Roberto Ornelas
• Desde maio do ano passado, os 432 alunos da Escola Municipal Marinete Cavalcante de Oliveira enfrentam um sufoco para estudar em dois galpões improvisados no Jardim Pernambuco, em Nova Iguaçu. A Prefeitura teria alugado o espaço até a conclusão da reforma do antigo prédio da unidade, localizado no bairro Belo Horizonte. As obras estão paralisadas desde março.
Segundo denúncias de pais de alunos, o galpão possui infraestrutura deficiente: falta água, sistema de ventilação e há infiltrações por toda parte. Além disso, o piso é revestido com um produto tóxico, que vem causando problemas respiratórios e mal-estar nas crianças. Por causa do pó de tonalidade azulada, que fica suspenso no ar, alguns alunos já apelidaram o produto de ‘pó do Avatar, em referência ao filme de ficção científica de mesmo nome. O local também é conhecido pelo termo ‘banana assada’, por causa das altas temperaturas. “Estamos preocupadas, pois o calor também tem contribuído para aumentar os problemas de saúde. Por essa razão, em dias muito quentes, elas são liberadas 1 hora antes do tempo normal. A aula é recuperada depois com dever de casa”, revelou uma professora, que preferiu não se identificar.
Maior índice do Ideb
• Apesar dos problemas, a E.M. Marinete Cavalcante de Oliveira se destacou entre as mais de oito escolas da região de Comendador Soares, obtendo a nota 4.1 do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), neste ano. Mas essa marca está ameaçada por causa do rendimento dos alunos, que vem caindo.
Mãe de uma aluna de 7 anos, que estuda na 4º série (antiga 3ª série) , a dona de casa Elisabete de Souza, 33, disse que a filha reclama muito do calor e por essa razão não consegue se concentrar nas aulas. “Ela vai estudar somente este ano. No próximo, pretendo pedir transferência para outra escola. Do jeito que estar, não dá. As notas dela estão baixas”, disse preocupada.
Prédio entregue aos vândalos
• O prédio da Rua Irene, que deveria ser reformado, serve hoje como abrigo para usuários de drogas e vândalos. Parte do imóvel foi depredado e roubado, pois não há vigia para fazer a segurança do local. De acordo com informações dos moradores, a obra, no valor de R$ 427 mil e prazo de entrega de 180 dias, está paralisada porque a Prefeitura descumpriu o contrato e não pagou a empresa.
A dona de casa Vera Lúcia de Jesus, que tem 1 neto e dois sobrinhos estudando no galpão, disse que as crianças agora são obrigadas a percorrer dois quilômetros a pé até o bairro vizinho para estudar. “A Prefeitura está cometendo um crime. Primeiro, porque paralisou a obra há meses. Segundo, porque está sacrificando os alunos que moram longe”, protestou.
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