Lindberg é o seu maior adversário

Parece que só agora o prefeito Lindberg Farias se deu conta de procurar os partidos. Aliás, os candidatos a vereador. Nesta terça-feira, dia 8, ele fará uma reunião com os candidatos do PCdoB. Isso, na verdade, mostra que ele continua errando no seu modo de fazer política. Quando ele procura pessoas e não instituições mostra o seu despreparo para lidar com o institucional, a que fragiliza as suas ações governistas. Esse, por exemplo, é um dos fatores que fizeram gerar a crise com a Câmara, que este ano, pela minha pouca experiência, vai dar muito trabalho, sobretudo no momento crucial das campanhas nas ruas.
Vejam só:
Hoje o governo não tem um canal de conversação com a Câmara. Todos os canais que existiam foram "detonados pelo próprio prefeito". Uma das maiores razões disso que é que assim como Lula, que diz que vai fazer uma coisa a acaba fazendo outra, Lindberg sela acordos políticos que não são mantidos. Hoje, por exemplo, ninguém quer ser a voz do prefeito na Câmara. A falta de confiança é grande demais para assumir tal responsabilidade.
Então, é neste caso que Lindberg Farias peca, e peca muito. Ele prometeu ao servidores a Lei 709/83 e não cumpriu. Ele prometeu melhorar o Hospital da Posse e não fez. Ele prometeu criar a cooperativa de costureiras para confeccionar os uniformes e tamém não fez. O prefeito prometeu inémeras coisas que não foram cumpridas, desde o "kit reboco" até mesmo a pavimentação e saneamento de todas as ruas da cidade.
A máquina administrativa municipal é travada por diversos motivos, entre eles dois que eu destaco: os gringos que aqui chegaram cheios de "marra" e há que mande mais no governo que o próprio prefeito. Pode ser até uma peça teatral, tipo aquela: "quando eu pedir para fazer, só estou brincando", combinaria o prefeito com os seus secretários.
Máquina travada, crise na Câmara e a tarefa de enfrentar uma adversário de peso, como Nelson Bornier, por exemplo, são elementos que aliados têm a força suficiente para interromper o sonho da reeleição.
Lindberg foi colocado na cadeira de prefeito pelo voto popular, com boa participação da classe média e do funcionalismo. Porém, esses setores e classes se distanciam cada vez mais. Caso o governo continue com essa relação amistosa e não de compromissos, sua curvadura na ascendência das pesquisas poderá ter o seu ponto posterios ao dia da eleição, motivo desta máquina travada lubrificada com a graxa política que mais corrói a engrenagem do que põe para rodar.
Em suma, o maior adversário de Lindberg não é o deputado Nelson Bornier, mas sim a sua forma de fazer política e a frouxidão do seu governo. Lindberg, então, é o seu maior adversário.