7.1.08

Resposta em respeito ao leitor

Caros amigos, o texto abaixo é de um comentário feito por um leitor. Em seguida segue minhas observações.


Os jornais de todo Brasil reproduziram a indignação de setores da chamada elite da sociedade brasileira (representados nas federações de Bancos, Empresários da Indústria e Comércio e de seus partidos principais como o DEM e o PSDB) contra as medidas anunciadas pelo Governo para compensar o fim da cobrança da CPMF a partir de 1º de janeiro de 2008.
O fato é que estes setores até hoje não aceitam as duas derrotas sofridas em 2002 e 2006 e a inversão de prioridades que o governo Lula vem implementando no país, com uma clara opção em favor dos excluídos, sem se descuidar da economia, do crescimento e desenvolvimento da nação.
A tática é de inviabilizar (via Congresso, em especial no Senado da República) toda e qualquer medida que possa contribuir para o êxito da política social e econômica do governo aliado a uma campanha midiática que visa atrair a classe média conservadora e outros setores da sociedade que sempre se beneficiaram do modelo capitalista implementado no Brasil.
As oposições não conseguirão engessar e paralisar o governo com suas manobras. O presidente Lula mostrou que não está disposto a abrir mão de governar o País, conforme a feliz afirmação do Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo: "Não pode ter inversão de papéis. A oposição não pode querer governar o país lá da praia".
Segundo reportagem do jornal O Globo (4/1/2008) o Governo estava dividido e articuladores políticos sugeriam debate sobre pacote com a oposição. "Mas, segundo um assessor palaciano, o presidente Lula avaliou que dificilmente o PSDB e o DEM iriam ajudar no debate. Pelo contrário. A suspeita é de que, chamada para o diálogo, a oposição dificultaria ao máximo as propostas do governo até inviabilizar algumas das medidas fiscais para compensar a CPMF. Para evitar esse risco, Lula autorizou o anúncio das medidas pelos ministros Mantega e Paulo Bernardo.
A tática da oposição de inviabilizar o governo está explicitada na coluna de Merval Pereira (O Globo, 04/01/08) onde diz que os líderes do DEM "passaram os últimos cinco anos tentando descobrir como fazer oposição a um governo popular - com exceção do período em que o mensalão esteve em evidência - e com a economia crescendo. (...) Essa ligação direta com o 'povão' faz com ele (o presidente Lula) seja sempre bem avaliado pessoalmente, e essa avaliação atinja por osmose o governo. (...) Nessa visão oposicionista, o Brasil velho, caracterizado pelas políticas assistencialistas do governo Lula, vai até 2010. Eles acreditam que, com a CPMF, conseguiram fazer uma ligação entre o peso no bolso do cidadão comum e os festejos do governo de aumento de arrecadação cada vez maiores. Mostrando o efeito da carga tributária alta, que não favorece o cidadão em serviços essenciais e só tira seu dinheiro. (...) Diante do aumento dos impostos, a oposição vai fazer uma campanha para culpar o governo pelo fato de que o fim da CPMF não teve conseqüências na queda dos preços, especialmente dos serviços como água, luz, gasolina, onde o governo poderia interferir, ou mesmo as agências reguladoras, para obrigar as empresas a dar o desconto.
Mostrando o quanto o PSDB e o DEM estão afinados, o senador Tasso Jereissati disse em entrevista, ao comentar as medidas do governo: " - Se continuar assim, nós devemos entrar num processo de obstrução e numa luta passo-a-passo. Nós vamos ser obrigados a ser mais resistentes do que nos cinco anos anteriores do governo Lula.
Não tenho dúvida que os tucanos e os "demos" farão de tudo para recuperar o governo em 2010.

Hebert Lima




Meu entendimento


O leitor Hebert Lima fez um comentário muito interessante sobre a notinha neste blog chamada "moeda-de-troca". Gostaria que as pessoas dessem uma apreciada no texto do leitor, bastando clicar em postagem. Apesar de discordar em grande parte, em certos pontos concordo com o leitor, que mostrou a sua posição.
Só gostaria de lembrar ao nosso caro e respeitado Hebert Lima que, realmente, o PSDB e o DEM estão tentando inviabilizar o governo PT, assim como o PT tentou inviabilizar o governo tucano de FHC. Fizeram de tudo, lembra? Até ser contra a CPMF.
Entre o aumento da IOF e a permanência da CPMF, caro Hebert, prefiro a permanência da segunda, como forma de fiscalização das movimentações financeiras. Hoje os empréstimos consignados estão mais caros 0,38%. Para questões imobiliárias, que são de grande interesse da classe média, não haverá essa incedência. Quando digo que prefiro a CPMF, respeitável leitor, prefiro com uma alíquota menor. Lembro também que no governo FHC, o recurso arrecadado com a CPMF, que deveria ser para a saúde, serviu até para comprar petecas - aquele brinquedo que a gente da tapinha na bunda!
Falando sobre a Febraban, Herbert, não preciso dizer que os lucros bancários nunca foram tão impressionantes quanto os dos últimos anos. Mas, concordo que a política econômica está sólida. Só não entendo o setor produtivo ser tão sufocado. Vejamos um exemplo: uma empresa que produz é obrigada a pagar o boy que fica na fila do banco, que só especula. Este é o exemplo mais simples que posso dar. São taxas tão sufocantes que inviabilizam alguns investimentos do setor produtivo. Quando vamos a uma loja, compramos um produto. Quando vamos ao bancos, compramos um sonho? Compramos o que eles especulam. Tristes dos nossos aposentados, que são descontados nos contra-cheques as suas dores. As suas penúrias. Pior disso tudo, é que a Máquina administrativa está a serviço deste desconto. Ela é que separa a parcela do empréstimo no contra-cheque do servidor, aposentado ou pensionista.
É bem verdade, Hebert, que com o aumento da IOF os empréstimos ganharam uma sobretaxa, e como disse, os banqueiros estão reclamando. Ameaça diminuir o números de pessoas se endividando. Mas, meu respeitável, eles são recompensados de outras maneiras, como os altíssimos lucros podem testemunhar. Além disso, os agiotas de alvará continuaram se multiplicando nos centro comercias. Desde que entrou em vigor não vi uma dessas pessoas que entregam panfletos de empréstimos ser demitida.
No entanto, prezado leitor, confesso que gostei do que escreveu, apesar de discordar em muitos pontos. Assim é que se constrói a democracia. Obrigado pela sua participação e volte sempre.

Ps.: Sobre o DEM, o PSDB e o PT, costumo dizer que são irmãos xipófagos. O DEM e o PSDB forma a esquerda da direita e o PT forma a direita da esquerda. Já o PMDB, como você deve saber, se vale pela seguinte pérola: "entre a Bíblia e o Capital, eu fico com o Diário Oficial", e Lula só ganhou apoio deles por inserí-los, confortávelmente, no Diário Oficial.

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