Caros amigos, os fatos aqui registrados foram coletados do arquivo do Correio da Lavoura.
A cassação do vereador Ismael Ramos e os primeiros
impactos do Golpe Militar no início de abril de 1964
Em 14 de abril de 1964, 13 dias depois do Golpe Militar que depôs João Goulart da presidência do Brasil, em Nova Iguassú (grafia da época), o vereador Ismael Ramos foi cassado em uma sessão extraordinária realizada na Câmara de Vereadores de Nova Iguassú (grafia da época), convocada pelo então presidente da Casa, Boulivard Assumpção, marcada para iniciar às 20h.
No edital de convocação publicado pelo jornal Correio da Lavoura em 12 de abril daquele ano, já podia perceber que a sessão seria tumultuada, já que nos itens para serem apreciados estava a cassação do vereador, que era acusado de ser comunista.
Na sessão plenária, o requerimento do vereador Sérgio Gaspar contou com a assinatura de sete parlamentares. Segundo registra o colunista João Barbosa em sua coluna “Notícias 64”, na edição do Correio da Lavoura que circulava no dia 19, mostra que Ismael já se encontrava foragido da polícia.
“Em sua reunião na têrça-feira última, a Câmara Municipal de Nova Iguassú cassou o mandato do vereador Ismael Ramos. A cassação partiu do requerimento do vereador Sérgio Gaspar. O projeto obteve assinaturas dos edis Walter Borges Pereira, Geraldo Miguelotti, Valcir Almeida, Mauro Miguel, Sérgio Gaspar, Moacir da Silva Rocha e Antônio Mota. Enquanto isso, Ismael continua foragido e, na Delegacia local, existe ordem de prisão. A Câmara oficiou o Comando Revolucionário a fim de serem cassados os seus direitos políticos”, registrou João Barbosa em sua coluna semanal.
Ainda de acordo com o registro no jornal Correio da Lavoura, o suplente Nain André tomou posse na sexta-feira seguinte. Na mesma edição, outro fato ocorrido também envolvia a política iguaçuana. Ari Shiavo assumia uma cadeira na Assembléia como deputado, assumindo a vaga deixada pelo deputado Elzio Ramalho, também cassado pelos seus pares.
Depois da cassação de Ismael Ramos, foi votado o preenchimento da vacância do cargo de 2º secretário da Mesa Executiva da Câmara, cargo antes ocupado por Ismael. Sérgio Gaspar foi eleito com 13 votos dos 15 parlamentares presentes. Um pronunciamento feito pelo vereador Geraldo Mguelotti, transcrito por João Barbosa em sua coluna, mostra como a cautela era necessária em cada pronunciamento. “A trabsformação por que passou o País há de servir de advertência a todos os brasileiros”, e foi além: “Que surja daí uma campanha de humanização, para que juntos possamos dar ao Brasil o lugar que merece por sua extensão territorial e formação”, discursava Miguelotti.
Neste período, tudo conspirava para dizer que comunista era um perigo à Nação. Até a Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu promoveu uma exposição, realizada no dia cinco de abril daquele ano, na Praça da Liberdade, mostrando bombas “molotov” e materiais subversivos, segundo a ACINI, que eram utilizados pelos comunistas.
Dias antes, seis pessoas foram presas em Miguel Pereira, todas acusadas de tentativa de atentado ao comércio local com bombas caseiras. Parte do material apresentado pela ACINI na exposição feita na Praça da Liberdade foi apreendida pelo então Delegado de Polícia, Stênio Antônio de Matos Pereira.
Segundo os registros do jornal Correio da Lavoura feitos à época, no dia em que o Golpe Militar obrigou Jango se refugiar, as ruas de Nova Iguassú (grafia da época) amanheceram desertas, com poucas pessoas circulando. Algumas, na verdade, buscavam as padarias para comprar algo em razão do vazio das dispensas. Todos, na verdade, acordavam para um início de um pesadelo que o País iniciava.
Outros fatos que merecem registros no impacto que o Golpe Militar causou na cidade nos seus primeiros dias, são os atos do prefeito Aluízio Pinto de Barros. Entre eles podemos destacar a anistia das multas por mora do pagamento do IPTU e o aumento escalonado, na ordem de 100%, para o funcionalismo municipal.
O vereador cassado Ismael Ramos era proprietário da Farmácia São Jorge, que ficava localizada na Rua Mal. Floriano Peixoto, próxima da Rua Nilo Peçanha. Era era próxima a um dos bares mais famosos da cidade, naquela época, chamado de Bar Brasil.
No edital de convocação publicado pelo jornal Correio da Lavoura em 12 de abril daquele ano, já podia perceber que a sessão seria tumultuada, já que nos itens para serem apreciados estava a cassação do vereador, que era acusado de ser comunista.
Na sessão plenária, o requerimento do vereador Sérgio Gaspar contou com a assinatura de sete parlamentares. Segundo registra o colunista João Barbosa em sua coluna “Notícias 64”, na edição do Correio da Lavoura que circulava no dia 19, mostra que Ismael já se encontrava foragido da polícia.
“Em sua reunião na têrça-feira última, a Câmara Municipal de Nova Iguassú cassou o mandato do vereador Ismael Ramos. A cassação partiu do requerimento do vereador Sérgio Gaspar. O projeto obteve assinaturas dos edis Walter Borges Pereira, Geraldo Miguelotti, Valcir Almeida, Mauro Miguel, Sérgio Gaspar, Moacir da Silva Rocha e Antônio Mota. Enquanto isso, Ismael continua foragido e, na Delegacia local, existe ordem de prisão. A Câmara oficiou o Comando Revolucionário a fim de serem cassados os seus direitos políticos”, registrou João Barbosa em sua coluna semanal.
Ainda de acordo com o registro no jornal Correio da Lavoura, o suplente Nain André tomou posse na sexta-feira seguinte. Na mesma edição, outro fato ocorrido também envolvia a política iguaçuana. Ari Shiavo assumia uma cadeira na Assembléia como deputado, assumindo a vaga deixada pelo deputado Elzio Ramalho, também cassado pelos seus pares.
Depois da cassação de Ismael Ramos, foi votado o preenchimento da vacância do cargo de 2º secretário da Mesa Executiva da Câmara, cargo antes ocupado por Ismael. Sérgio Gaspar foi eleito com 13 votos dos 15 parlamentares presentes. Um pronunciamento feito pelo vereador Geraldo Mguelotti, transcrito por João Barbosa em sua coluna, mostra como a cautela era necessária em cada pronunciamento. “A trabsformação por que passou o País há de servir de advertência a todos os brasileiros”, e foi além: “Que surja daí uma campanha de humanização, para que juntos possamos dar ao Brasil o lugar que merece por sua extensão territorial e formação”, discursava Miguelotti.
Neste período, tudo conspirava para dizer que comunista era um perigo à Nação. Até a Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu promoveu uma exposição, realizada no dia cinco de abril daquele ano, na Praça da Liberdade, mostrando bombas “molotov” e materiais subversivos, segundo a ACINI, que eram utilizados pelos comunistas.
Dias antes, seis pessoas foram presas em Miguel Pereira, todas acusadas de tentativa de atentado ao comércio local com bombas caseiras. Parte do material apresentado pela ACINI na exposição feita na Praça da Liberdade foi apreendida pelo então Delegado de Polícia, Stênio Antônio de Matos Pereira.
Segundo os registros do jornal Correio da Lavoura feitos à época, no dia em que o Golpe Militar obrigou Jango se refugiar, as ruas de Nova Iguassú (grafia da época) amanheceram desertas, com poucas pessoas circulando. Algumas, na verdade, buscavam as padarias para comprar algo em razão do vazio das dispensas. Todos, na verdade, acordavam para um início de um pesadelo que o País iniciava.
Outros fatos que merecem registros no impacto que o Golpe Militar causou na cidade nos seus primeiros dias, são os atos do prefeito Aluízio Pinto de Barros. Entre eles podemos destacar a anistia das multas por mora do pagamento do IPTU e o aumento escalonado, na ordem de 100%, para o funcionalismo municipal.
O vereador cassado Ismael Ramos era proprietário da Farmácia São Jorge, que ficava localizada na Rua Mal. Floriano Peixoto, próxima da Rua Nilo Peçanha. Era era próxima a um dos bares mais famosos da cidade, naquela época, chamado de Bar Brasil.
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