17.10.11

“RAZÃO E SENSIBILIDADE... DE HIPOPÓTAMO”

Por Carlos Gilberto Triel

Nos início dos anos 2000, um ex-vereador, orgulhoso da carteirinha de malandro, achou que tinha cacife para sair candidato a Câmara Federal e, insensível ao gosto do freguês, interditou a estrada principal da Palhada, numa tarde noite de muita chuva e tempestade.

O tráfego foi desviado para as ruas paralelas porque um caminhão atravessado na pista, servia de palanque a foto sorridente do velho malandro, que na pretensão de ser superior veio com o slogan imperativo:“EU QUERO” ser deputado federal.

E por serem obrigados a mudar de caminho, alguns veículos não só atolavam e quebravam, como alguns dos seus ocupantes foram assaltados e barbarizados. A malandragem não só perdeu a eleição, como o pouco prestígio que tinha.

Nos dias de hoje, o mui digno Sr. Diretor das Vias Esburacadas autoriza indiscriminadamente, qualquer membro ou não, de associação de moradores à igreja, a interditar ruas e estradas, com os mais esquisitos dos propósitos, e sem dá a mínima ao ordenamento viário.

Qualquer data festiva, ou mesmo aniversário de uma ou outra personalidade local, é motivo para interdição de logradouros. A impressão que passa aos demais moradores é que a região é controlada por terríveis milicianos que matam e esfolam quem abrir o bico.

Exageros à parte, o fato é que tudo conspira para essa exibição autoritária de poder. E um auxiliar que não tem sensibilidade para perceber a gravidade de sua omissão, é um trunfo para os adversários da prefeita, que pedem aos santos para que ele continue onde está.

Essa idéia de comunidade carente que precisa, ora de diversão, ora de cultuar o nome de Deus é conversa pra boi dormir. Pergunte aos demais moradores se querem de fato que se interditem as principais ruas do bairro, e se quiserem que dê estrutura de logística ao evento.

O que não se pode é a arrogância impedir o direito de ir e vir assegurado na constituição e, sem uma razão acordada entre a maioria. Essa de deixar que se pare o tráfego na marra, sem nenhuma atitude enérgica do poder público é medo, ou coisa de coronel de pijama.

E se os assessores se preocupassem em ser úteis a essas comunidades que requerem a interdição do transito e fossem aos locais para conferir a viabilidade do pedido, muitas bocas retorcidas de mau humor não respingariam numa desprestigiada e ausente prefeita.

Carlos Gilberto Triel é jornalista. E apresenta a Oração da Ave Maria de 2ª a 6ª feira 17:50hs Rádio Tropical 830AM. www.tropical830am.com.br

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