22.6.11

“A BANALIZAÇÃO DO MÉRITO”

Por Carlos Gilberto Triel

Nada contra homenagear empresários, jogadores de futebol, militares, religiosos e artistas. No entanto, o parlamentar, eleito por um viés distinto, e logo na 1ª ação política, se dispõe a massagear o ego de chefes e clientes, evidencia-se que está como pipa voada.

No uso do mandato popular, não é digno sair por aí, coroando com honras oficiais pessoas que nada mais fazem do que cumprir seu trabalho. É a versão mais caricatural de engodo a época do Papa Leão X, de comendas e indulgências para se entrar no céu.

Vá lá que empresário, prefeita, o ministro do PDT e até presidenta de escola de samba mereçam ser laureados com a medalha Tiradentes, mas tudo há sua hora, e a examinar-lhes o sentido razoável do gesto, fora disso é se aproveitar do Legislativo como troca de influências.

No sistema atual o escudo do parlamentar está na dispersão de interesses dos eleitores. Não é à toa, que a maioria dos políticos detesta o voto distrital, porque neste modelo, o compromisso é acordado ainda na campanha, e coitado do malandro que roer a corda.

O individuo que sai a distribuir aleatoriamente diplomas e troféus, do padre ao guarda da esquina; convenhamos que desempenha papel de festeiro. E o que o diferencia em relação à safra de brincalhões que está aí tirando onda de excelência?

Quando se vê vereadores, deputados e senadores, em poses de gente fina, apresentando a torto e a errado, projetos em que se mascaram casuísmos e fisiologismos, conceituam-se que nada se pode fazer. Pode, sim, interpelá-los nas ruas e nos plenários.

E o que temos, hoje, é uma fauna de políticos, que passa toda existência de mandatos a recomendar títulos e monções a patronos e patrões. Paciência, questão de tempo, o povo um dia aprende que não se deve eleger político de estirpe assim tão, tão assim...

De qualquer forma, quem se sente ultrajado em vê que o seu voto serviu para que deputados fizessem da Assembléia do Estado, uma Casa de Festas ou Loja de Conveniências; esse eleitor tem o direito de saber se a coisa pára nisso aí, ou se haverá desdobramentos.

E em escala de grandeza, que o Roberto Medina pense na Baixada nos moldes Rock in Rio, Sheila Gama na mais modesta hipótese diga ao que veio, a do Salgueiro não sei, mas Carlos Lupi, depois dessa distinção não só pode, como deveria fazer jus ao nome de sua pasta.

Carlos Gilberto Triel é jornalista. E apresenta a oração da Ave Maria de 2ª a 6ª feira 17:55hs Rádio Tropical 830AM. www.tropical830am.com.br

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