15.2.13

“MUITO ANTES DA RAZÃO”

Carlos Gilberto Triel

O que difere Nelson Bornier de sua antecessora são as urnas. Sheila Gama assumiu a prefeitura depois de um acordo com os donos dos votos, o Lindberg e, então foi obrigado a ceder grande parte dos cargos e nomeações. E, muitos dos seus pares creditam a essa herança maldita ao fiasco do seu governo.

Essas mesmas urnas disseram que Bornier foi a melhor opção para Nova Iguaçu. Contudo, a obsessão em mostrar ao que veio, leva o prefeito a erros que poderiam ter sido evitados; como a de querer unificar interesses nomeando, aparentemente, quem não acrescenta nada ao governo.

Pelo contrário, desagrega, cria mal-estar, sobretudo, nos que caminharam juntos durante a campanha. O que dizer para o cabo eleitoral que fez 300, 800, 1000 votos como candidato-vereador, que ele precisa esperar sua vez, se quem estava no outro lado já está confortavelmente sentado na barca do governo, e na janela?

Anos de exílio da prefeitura, não o fizeram perceber, ou sei lá, talvez nem se importe, com as consequências de que atitudes são regradas pela condição moral vigente, onde os traços de perversidade genuína que se procura no vilão ou num diabo inventado, estão à espera da carapuça apropriada para serem vestidos.

E foi exatamente assim que o pegaram como o gafanhoto naquela do aumento do salário. Bastou um só vacilo para que o herói que dias antes fechara a prefeitura em atitude contra o Lixo & Cia, na semana seguinte ganhasse as manchetes dos jornais como o símbolo do cinismo.

Daí, o razoável é que não se crie perspectivas prometendo o que não vai fazer, não priorize nesse primeiro estágio de nomeações os mais abastados, os que podem sim aguardar um pouco mais. Qual a importância de adoçar a boca de procuradores, auxiliares, etc., e deixar uma legião de barnabés a vê navios?  

Quem vende o almoço para comer o jantar é o que berra mais, pois não pode esperar e, então requer atenção especial. Ignorar isso é prepotência e, foi nesse ponto que o ex-presidente Lula construiu o sucesso do seu governo e elegeu sua sucessora e, lá se vão dez anos de PT.

Ontem, Augusto Nunes da Veja contou que o deputado Garotinho, antecipou para os jornalistas a pauta da conversa entre o presidente do PR e a presidenta Dilma: “A gente só quer uma definição, se é governo ou se é oposição. Somos políticos. O PMDB e o PT tem ministério… E o PR também quer ministério”.

A questão é exatamente essa mania que os prefeitos têm de seguir o modelo nacional de fazer politica. O é dando que se recebe em esfera nacional é um processo caótico, irreversível, mas em termos de cidades nem tanto, o prefeito se quiser pode muito bem governar sem se comprometer com as assombrações.

A não ser se existir um plano B, aquele de que é preciso por uma balinha na boca dos correligionários de última hora, notórios adversários dum passado recente e, depois passar a varredura e mandá-los de volta a sua turma com o prazer de que a vingança é um prato que se come frio.

Não, o prefeito não seria capaz disso...

Carlos Gilberto Triel é jornalista e apresenta aos domingos das 07hs às 09hs da manhã, na Rádio Tropical 830AM www.tropical830am.com.br  O programa sobre a nossa cidade “NOVA IGUAÇU A CAPITAL DA BAIXADA” e de 2ª a 6ªfeira 17h50min a Oração da Ave Maria.

2 comentários:

Unknown disse...

Perfeito!


Só não sei se o prefeito seria capaz disso ou não... Aliás, a única coisa que esse início de governo Bornier me garante, é a certeza de que, se essa eleição foi sua última cartada, ele está jogando com as cartas erradas.

Mauro disse...

Sua reflexão sobre a política de Bornier é preocupante para nós pobres mortais. Se continuar assim, amanhã dará um posto de saúde para cada vereador fazer também o que bem entende, como sempre foi, e todos viverão felizes para sempre. De repente ele resolveu viver como o velho ditado: "Quem não pode com eles, una-se a eles". E o povo que se lixe...