11.1.12

À prefeita

Cara mulher, mãe, política e prefeita de Nova Iguaçu, Sheila Gama. Como mãe, confesso que esperava vê-la nas primeiras fileiras do movimento de outras tantas mães e pais de crianças especiais que, hoje, sob a incerteza do sol ou da chuva, fizeram um manifesto para alardear um “crime hediondo” que está em andamento nesta cidade, terra aonde a senhora tem o privilégio de ser a ocupante e mandante titular da cadeira maior do Poder Executivo Municipal. Imagino que como mãe, as batidas do seu coração e o pulsante correr de sangue em suas veias é tão semelhantes ao das mães que hoje ocuparam o Calçadão de Nova Iguaçu e marcharam em direção ao Instituto Educacional Rangel Pestana, um patrimônio iguaçuano administrado pelo Estado, em busca de uma solução para dar aos seus filhos o sagrado e constitucional direito de acesso à educação. Mas acesso a uma educação de qualidade e que, neste caso, é diferenciada por alguns aspectos. Não sei se foi, também, a vaidade de ser prefeita que não a fez participar da caminhada, ou pior ainda: se foi o poder do vil-metal que a afastou das outras mães de filhos e filhas tão semelhantes e especiais quanto à sua. E a senhora sabe o quanto a sua filha é especial e o sentido amplo que este adjetivo “especial” significa para a senhora e para as outras mães.
Porém, prefeita Sheila Gama, o que aconteceu hoje, em Nova Iguaçu, não é uma culpa exclusiva sua ou do Estado. É o que chamam de refluxo, palavra usada como eufemismo para não dizer ausência de poder público durante décadas –incluo a gestão do seu marido que foi prefeito de Nova Iguaçu -, onde o asfalto e a iluminação pública viraram “o pão e o circo” moderno oferecido pelos políticos. E olha que oferecer “o pão e o circo”, no passado, custou a vida de uma rainha que foi decapitada, mas essa é outra história...
Prefeita, o que vos peço nesta notinha é olhar as crianças do Instituto Educacional Rangel Pestana, principalmente aquelas que são especiais, com os olhos que a senhora vê a sua própria filha. Torná-las espelhos de sua alma e co-irmãs do seu fruto. Hoje a senhora governa Nova Iguaçu, mas essa missão de ser mãe de um fruto especial a senhora guardará para a vida inteira. Portanto, seja também uma pessoa especial para essas crianças especiais que, no silêncio das suas ingenuidades, nada sabem ou falam de política. Só sabem amar e manifestar amor, ainda que não sabemos interpretá-las.

Um comentário:

Pedro Hermes disse...

Parabéns amigo. Seu apelo só não surtira efeito em um coração de ferro ou similar, produzido pela engenharia mecanica.Basta tirar uma migalha do montante usado para alegrar gringos... todo sofrimento destas mães iriam virar sorrisos e aplausos.
Talvez, estejamos sendo governados por filhos de chocadeiras.