Desde quando milito no jornalismo, e isso já ultrapassa uma década, sempre ouço discursos pulsantes de candidatos que se colocam à disposição de defender os direitos das crianças e dos adolescentes. Em horário eleitoral político gratuito, nossas crianças são lembradas e não há quem não fale delas para conquistar um voto aqui e outro ali. Falam com uma certa intimidade que nos leva a crer que eles entendem mesmo do assunto. Mas os anos passam, e, neste período em que o blog foi criado, parece que estamos noticiando coisas de dezenas de anos atrás, que seriam erradicadas segundo tais promessas: o processo que se promete evolutivo cada vez mais se amigalha nas malfadadas promessas repetitivas que a cada dois anos temos que ouvir . Olha que o blog é recente, e muito mais mais recente do que os políticos que continuam fazendo as mesmas promessas ao longo de décadas. Cria-se imposto para isso e aquilo, verba carimbada para ações envolvendo crianças e toda uma sorte de argumentos que se escapam no vilipêndio dos autores dessas mesmas promessas e propostas. O Estatuto da Criança e do Adolescente foi um grande passo, sim. Mas a execução do que nele está previsto está cada vez mais contraditória e distante desta política prometida, carimbada e, às vezes, registrada em cartórios. É uma política cada vez mais desavergonhada e escondida sob o manto do bom-caratísmo com que se vestem alguns homens do poder público.
Neste mesmo blog, através das imagens que nos foi repassadas por um de nossos leitores, é possível ver o que estão oferecendo às nossas crianças que estão sob a tutela dos "desabrigos" públicos. Chegamos ao cúmulo de ter que implorar Educação para as nossas "crianças especiais". Porcos e cachorros sem pedigree talvez são mais bem tratados e alimentados do que nossas crianças. Andar pelas ruas dos grandes centros comerciais sem ser abordado por uma criança pedindo esmola é algo quase impossível. Em Nova Iguaçu, por exemplo, tem a até mãe profissional neste tipo de abordagem. Isso em pleno clarão do dia e no obscurantismo da ausência do Poder Público.
Como disse antes, nesse ano, que é eleitoral, surgirão os defensores das causas dessas crianças, fazendo promessas e mais promessas na telinha da TV, a mesma telinha que, minutos antes, ostenta uma geração de crianças bem malhadas e nutridas, tão contraditórias em relação àquelas que nos puxam pela calça e apontam para a vitrine de um bar sugerindo-nos pagar-lhes um salgado ou algo semelhante.
É mais fácil um Cacciola sem amparado por um governo que uma criança ser atendida por um governante!
Segue assim o Brasil democrático (aplausos!) e tão desigual nessa falsa democracia!!! (lamentos)
Um comentário:
PARABÉNS.
ANÁLISE, FRIA, MAIS CONTUNDENTE.
ELES, SE REPENTE ANOS.
USAM AS MASSA MENOS DESFAVORECIDAS DA SOCIEDADE HUMANA PRA SE PERPETUAREM NO PODER.
EU, ESTAVA LÁ. E PUDER DE VER DE PERTO. AS RECLAMAÇÕES DOS QUE FORAM USADOS PARA FAZER PÚBLICO PARA O PRÍNCIPE DE PARIS. AS MASSA SE SENTE USADAS E MANIPULADAS.
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