7.7.10

Divirtam-se!

“COELHOS E ESCORPIÕES”

Carlos Gilberto Triel

Está certo que o loteamento dos postos de saúde de Nova Iguaçu seja um hábito consagrado na política local. Mas, lidar com essa voracidade desumana de quem nunca comeu melado e por isso se emporcalha, faça-me o favor!

Alertou-se aqui do perigo de se negociar com espíritos de porco, travestidos em terno de fina estampa, e deu no que deu. A polícia bateu as portas, e a prefeita, queiram ou não bons velhinhos do seu secretariado; sai arranhada desse imbróglio.

Ora, na fábula o coelho sabia que o escorpião era mau. Mesmo assim permitiu que subisse em suas costas para juntos morrerem no meio do rio. A desculpa do escorpião suicida; nem Pavlov ousaria tanto: Faz parte da minha natureza.

Quando a jornalista Claudia Maria disse que mal assentou a poeira do escândalo do tolo engravatado, outros imediatamente começaram a disputar a “herança” do posto de saúde de Morro Agudo, aí o transtorno se agravou, porque saiu da natureza moral, para a psiquiátrica.

No início dos anos 90, o prefeito de Duque de Caxias, José Carlos Lacerda inaugurou a teocracia da vereança, a qual todo poder emana do vereador e, por ele, somente através dele, toda obra ou ação social dever-se-á sua execução. Tudo era feito para resgatar o prestígio do Santo Parceiro.

E em Nova Iguaçu pôs-se em pratica o catecismo “tudo pelo parceiro” quando se importou o recém ex-prefeito Juberlan de Oliveira, que havia deixado uma lixeira a céu aberto, no dia anterior, em Duque de Caxias, direto para a secretaria de Educação do município.

Aqueles eram outros tempos em que a garganta tinha embocadura menor. Comia-se, sim, mas o suficiente. É arriscado lidar com sobreviventes sociais que chegaram aos cargos eletivos. Essa turma vive a se perguntar o que será do amanhã, e raspa hoje tudo o que puder.

Ou a prefeita faz valer o comando de sua gestão nesse revival das 21 subprefeituras, ou poderá haver uma desordem e insurreição popular muito séria por parte da militância aguerrida do PT, àquela que saiu do governo, mas que não deixou de ser massa organizada.

No Rio Grande do Sul, a governadora deixou correr solta essa estirpe de lambuzados, na ilusão de que a opinião pública vagueia no mesmo diapasão dos templos da goela grande – o método até se assemelha, mas não o é; e aí índices pífios de popularidade comprometem sua reeleição.

Essa é a última chance para o Clã dos Gama em Nova Iguaçu. E a prefeita não pode decepcionar. Colaboradores aguardam com expectativa que se tenha um fluxo decente de caixa, para que a rotina dos serviços essenciais seja ao menos razoável.

E na assessoria de imprensa do governo passado? Não há atitude mais indigna, do que enviar aos jornais da região produção de notícias sem pagar. Ninguém vive de balinha na boca. Não existe almoço grátis em nenhum lugar do mundo.

Esses jornais podem a generosas rotativas por hora propagar em seus informes publicitários que agora se pode vê uma prefeita de perto, como disse o elegante Alberto Aquino a Sheila Gama, em alusão a empáfia do seu antecessor e dos borra bostas, duvidosamente premiados pelos lixos editoriais.

Mas qual o quê! Coisas simples não estão acontecendo. Sua tropa de apoio bate cabeça com nomeações não promulgadas porque o carimbador maluco, do alto de sua importância inferniza em burocratizar.

Que os bons velhinhos que assessoram Sheila Gama queiram impingir a si próprios que o bombardeio sistemático das manchetes negativas de um jornal é irrelevante, haja vista a reeleição do ex-prefeito e de que o eleitor não dá à mínima.

Mas que se prove com conhecimento de causa, e não com suposições amadoras de quem não sabe fazer-se obedecer e, sobretudo, que disfarçam o medo de encarar.

Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a e “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 Rádio Tropical 830AM Na web www.tropical830am.com.br

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