20.7.10

O Rabo do Macaco

Carlos Gilberto Triel


O sujeito sonha em ser fazendeiro, mas não sabe nada de fazenda. Não tem dinheiro e, mesmo se tivesse não saberia por onde começar. E a veleidade toma a atitude: compra o banquinho para se tirar o leite da vaca.

Os bons velhinhos que assessoram a prefeita Sheila Gama fazem-nos lembrar do caboclo leso, duro e sonhador. Elaboram planos a dá com pau, projetos magníficos de trem suspenso, shopping a céu aberto, etc.

Mas não conseguem resolver nem um simples problema do esgoto no palácio municipal, onde o odor de urina mistura-se o gosto duvidoso das pinturas de murais. Que pensará o eleitor? Se não assepsia o que está abaixo do nariz, que dirá do resto.

Não obstante a impotência em desinfetar as latrinas da sede da prefeitura, agora nos chega à informação de que um gênio das finanças do município, se achando extraordinariamente importante resolveu inovar descendo as ruas na ilusão de que o réu produza provas contra si mesmo.

Coisa assim de que o chefe da policia pelo telefone mandou avisar, que na terra dos laranjais tem uma turma de fiscais para se jogar. Ora, o poder substantivo de governar impõe regras próprias e não um conjunto de experiências para se mostrar como o maioral que faz e acontece.

Existe uma diferença abissal no comércio estabelecido. Uma coisa é a lojinha do primo, coisa de trabalhar de dia e comer à noite, outra é o capital das lojas de departamento. Se o fator surpresa deixou de ser relevante à descoberta da sonegação; chegamos ao ideal sublime e nem demos conta.

Ora, se os pequenos contribuintes não são tão interessantes quanto às empresas, antes de partir rumo ao Eldorado, que se faça o dever de casa e agilize os doutores carimbadores, porque é inadmissível que um cidadão comum leve cerca de uma hora para se obter uma simples guia de pagamento do IPTU.

Seja sob o pretexto que for e, nada disso for feito, que ao menos se consertem os banheiros da prefeitura. Algo assim como uma tubulação externa aparente em volta das instalações sanitárias internas enquanto se providencia uma obra definitiva.

O que não pode é o ultraje aos próprios cargos, quando não uma afronta a própria prefeita ao se permitirem trabalhar em ambiente incomodamente irrespirável, sem as mínimas condições de higiene pessoal.


Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a e “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 Rádio Tropical 830 AM na web www.tropical830am.com.br

Nenhum comentário: