25.7.10

“NO LEITO COM OS DESESPERADOS"

Carlos Gilberto Triel


O jornalista americano Seimor Hersh, um dos mais conceituado profissional de imprensa dos EUA, diz entre outras que o ex-presidente Gerald Bush foi o principal responsável pela formação de um grupo especial da CIA autorizado a não respeitar fronteiras nem tampouco leis.

Assim como 007, o grupo especial da CIA tem permissão não somente para matar, mas também com direito e ir à casa de qualquer pessoa, em qualquer país, e conseqüentemente desaparecer com quer que seja.

Pensam que é brincadeira? A coisa é séria. E ainda tem gente que faz pose de conteúdo e arroga besteiras de que soberania nacional vale para todos os países. Vale é o que está escrito no manual de instruções deles.

Ou alguém aí não se lembra mais do general Noriega, homem forte do Panamá que foi preso dentro do seu próprio país e mandado para uma penitenciária em solo americano.

A ONU, a OEA, todos botaram galho dentro e deixaram que o chamado bicho papão americano fizesse o que fez.

Ao ser perguntado se pode haver justificativa moral para coisas assim, o jornalista respondeu que no início, existiu tanto pavor de um novo Wold Trade Center que muitos acharam que era razoável.

Os alvos eram indivíduos realmente ligados a organização terrorista Al-Qaeda, mas depois houve um esfacelamento de todo o sistema e passaram a prender qualquer sujeito que ousasse degustar um inocente quibe.

Prendiam quem não tinha nada a vê, e pior: sumiam com o caboclo para sempre.

Quer dizer, em nome da segurança nacional se pode tudo, até mesmo mandar pro inferno a tão famosa liberdade de expressão assegurada na constituição americana.

O que tem haver tudo isso com a política de Nova Iguaçu?

Não sei. De repente lembrei-me do Seimor em função dos pedidos de prisão a prefeita e aos secretários por parte do MP em relação à falta de medicamentos na saúde do município em que as autoridades constituídas demonstram todo o seu despreparo.

O dia que houver uma tragédia em dimensões Wold Trade Center aqui no Brasil, mais especificamente na saúde, a coisa talvez ande. Por enquanto, quem trabalha mesmo são os advogados que protelam o que for que vier pela frente.

Agora ficam aí perdendo tempo com secretários limitados ao montante da mediocridade. Ou faz pra valer, ou então volta para casa e aguarde a vez natural de também provar a dor da seringa e do paliativo enquanto a morte não chega.

Lá atrás, quando Aluisio Gama no auge da carreira, se viu tomado pela doença e, com as graças de Deus e do dinheiro ressuscitou do leito dos condenados, evidentemente que o homem mudou. E se fora um bom sujeito, com certeza tornou-se melhor.

E só e somente por isso a saúde no município era para estar sendo referência no Brasil e no exterior. E que o marido da prefeita fosse mais ousado, pela dor e pelo desespero das noites em que pensava que seu mundo ruiu; era para ser mais dinâmico e solidário com seus ex-parceiros de infortúnios.

E não enquadrado na célebre frase de uma vereadora cheia de amor pela humanidade que dizia para justificar a insanidade do sacro e do profano em Nova Iguaçu: O quê se há de fazer, se a saúde é um problema nacional.

Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a e “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 Rádio Tropical 830 AM
na web www.tropical830am.com.br

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