24.3.09

Desfaçatez

A matéria abaixo foi publicada pelo jornal Estadão. Lamentável terem ouvido apenas o secretário municipal de Educação, que falou o que bem entendeu. Acreditamos que os profissionais que fizeram a matéria não tiveram tempo ou sequer vieram ao município para ver a realidade das escolas. Dizer que o povo pobre não quer estudar, como disse o secretário, é covardia. Pior ainda é dizer que os pais de alunos das escolas públicas iguaçuanas não querem que os filhos tenham atividades extracurriculares. A bam-bam-bam em Economia, Lena Lavinas, foi autora de um estudo que provou que o Bairro Escola seria inviável para as condições de Nova Iguaçu. Sabemos desse estudo há mais de um ano e não escrevemos nada sobre ele, pois o relatório, verdadeiro e técnico, mexeu com o prefeito Lindberg Farias, que fez questão de arquivar o relatório e continuar tocando a farsa do Bairro Escola. Esse Blog sempre afirmou que o Bairro-Escola era um Bairro-Estória. Agora, indiretamente, o próprio secretário admite, mas coloca a culpa nos pais de alunos. Uma grande vergonha!!!!! Vejam a matéria:



Baixa adesão familiar dificulta ensino integral no Rio

AE - Agencia Estado


SÃO PAULO - Contrariando o senso comum, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, não é a falta de vaga nem de professor que emperra o ensino integral: é a baixa adesão das famílias. Pesquisa da Secretaria da Educação do município mostrou que apenas 27% dos pais permitem que os filhos fiquem o dia inteiro na escola. Para a maioria, as atividades extracurriculares não trazem benefícios e alguns dizem temer que os filhos fiquem muito cansados.



"Os pais entendem que a escola é algo obrigatório, mas há um sentimento também de que educação demais é um problema", constata o secretário da Educação, Jailson de Souza e Silva, geógrafo com militância em trabalhos sociais em favelas do Rio. Ele acredita que famílias pobres precisam ver a educação do mesmo ponto de vista da classe média, como algo essencial para a liberdade individual e a construção de perspectivas. "Todo pai deseja que o filho seja doutor. Só que desejo é diferente de necessidade. A classe média transformou a escola em necessidade", define.



A opinião dos pais foi percebida após a prefeitura inaugurar há quatro anos uma expansão do ensino integral usando espaços comunitários. Chamado de Bairro-Escola, o projeto aproveita espaços de igrejas, clubes, quadras esportivas, associações e sedes de organizações não-governamentais para complementar as salas de aula. Para ir da escola aos locais das atividades, os alunos caminham pelo bairro, que recebe obras com base na necessidade deles. Resultados aparecem: esses alunos tiveram rendimento 25% superior na última Prova Brasil, avaliação nacional feita pelo Ministério da Educação.



Apesar disso, pais não deixam os filhos mais tempo na escola porque temem que fiquem cansados. Alguns duvidam que as atividades - pintar, compor, jogar, ver filme - contribuam com a formação. Outros implicam com a caminhada no bairro. E há os que precisam voltar cedo porque ?tem que ajudar em casa?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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