Por Carlos Gilberto Triel
Era uma vez um sujeito que chegou a uma pitoresca conclusão, ainda que não tão original: todo homem de valor tem por trás uma grande mulher, e a frente um Bobo da Corte a lhe espelhar em tempo integral o quanto se é ridículo e patético.
Mas por que muitos dos poderosos estão acompanhados desses palhaços que estão a gozar com sua cara? Razoável, o sujeito inteligente sabe que não deve ser levado a sério por si mesmo e, permite que um bobo da vida realce seus tresloucados jeitos de ser, para rir de si próprio e, se manter equilibrado ao chão.
Mas, o Bobo não percebe que a importância de suas palhaçadas faz parte de um projeto pessoal de vida, a nortear e policiar os excessos do patrão. E passa a trocar os pés pelas mãos ao se enveredar por brincadeiras chulas subvertendo seu papel. Então o homem descobre que o Bobo virou um bobalhão e o despede.
Contudo, o Bobo da Corte, com a mulher à frente, decide ser também o maioral, leia-se rico, e vai à luta para pegar o que acha ser seu. E ao contrário do ex-chefe, por não ser cognitivo à natureza humana; insensível com as inúmeras vidas que cruzam seu caminho, logo se perde no certo e no errado.
E com a ousadia dos maus, o Bobo se enriquece alem dos méritos e, sai por aí em poses de conteúdo se fazendo de supra-sumo das decisões soberanas e definitivas. E numa dessas, vem o Ministério Público, como foi o caso da CPI do Previni, e mostra aos Bobos que não é assim que se ajoelha para rezar.
Não é preciso muito para identificar os Bobos da Corte que migraram as outras atividades e a exercê-las na essência direta da prevaricação com as dores dos seus semelhantes. Basta observar para onde foi à verborréia de outrora em defesa dos velhos e dos aleijados do corpo e da sorte.
E essa redundância de explicar o inexplicável, a verberar o clichê de que nunca se estar em cima do muro e, do crachá estampado na testa onde se vê e lê toda vigarice moral e política! Essa dissonância do passado e presente sepulta de vez o politiquinho – a desmoralização aqui do elemento bobo é uma questão de prazo.
Que bom seria para a humanidade, para os homens de valor e quiçá para a própria espécie, se esses bobos voltassem aos empregos anteriores em que eram apenas e simplesmente... Bobos da Corte.
Carlos Gilberto Triel é jornalista e apresenta a Ave Maria, a maior audiência das rádios no país. Na Rádio Tropical 830 AM é transmitida de segunda a sexta-feira às 17:50 horas e na web www.tropical830am.com.br
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