28.2.11

NO PATAMAR DA INSENSATEZ"

Por Carlos Gilberto Triel

Ter o poder sem condições de exercê-lo. É essa sensação que deve sentir a prefeita, quando aconselhada Deus sabe por quem, a não mexer na informalidade que se espalhou na cidade.

O mui digno prefeito consorte perdeu o jeito de mandar e ser obedecido e, seus adversários estão a espalhar que Nova Laranja está entregue a secretários burocráticos e sem condições de fazer até o dever de casa.

Os graduados então nem se importam, riem pelas suas costas, ou pior, pela frente, ao fingir cumplicidade e apoio: que seja eterno enquanto dure... Os nossos salários.

O crescimento dos micro-estabelecimentos formais é praticamente zero pela política do liberou geral, tacitamente adotada e que não incentiva o contribuinte a se regularizar devido às vantagens do ilegal.

Quando a razão pede o extermínio dos seres do esgoto, pois a peste ameaça o povo de cima, é razoável que assim proceda. Mas, quando se corre atrás de um ou outro rato com o instinto de matá-lo só para demonstrar força é um caso doentio de perversidade.

Foi essa mesma índole que ordenou a retirada da ambulante de doces do ponto de ônibus em frente ao Paço, alegando o direito de ir e vir do cidadão – essa autoridade de Bananas envergonha até o mais humilde segurança de jardim de infância.

Animadores baratos de programas de policia são useiros e vezeiros em esculachar bandido pé de chinelo, mas quando se referem aos Beira-Mar das sombras, a liturgia do rabo entre as pernas não disfarça a reverência servil aos sinistros do sub-mundo.

Desde que assumiu o lugar de Lindomar, tanto a prefeita e o seu adjunto, não disseram ao que vieram. Se aos menos, munidos de pesquisa de opinião, e esta, diagnosticasse as necessidades proeminentes do povo a burrada seria menor.

Em vez de um plano de metas do que sobrou da tragédia paraibana, optou-se pela volta aos anos 90 loteando os postos chaves da prefeitura como se houvesse dinheiro de sobra para contextualizar um derradeiro projeto pessoal de poder.

Ou seja, mesmo chegando ao limite da compulsória para se manter no poderoso cargo atual, o prefeito consorte não consulta os Conselhos da sociedade civil organizada porque ainda se sente na sobrevida de bicho papão.

E a Câmara dos Vereadores de poses e circunstâncias, alheia a tudo que não seja cargos e nomeações, ignora seu papel de fiscal do executivo. A medida da pauta se resume a futilidades de monções e congratulações ao abençoado do dia, coisa típica de outro tipo de animador, o de auditórios.

E só se comportam dessa forma pela certeza de que foram eleitos por pessoas simples e ingênuas que os deixam impunes em seus delírios de seres diferenciados. Esses devoradores compulsivos das benesses do setor público nem atentam que uma enérgica reação popular é apenas questão de tempo.

Carlos Gilberto Triel é jornalista e apresenta a Ave Maria, a maior audiência das rádios no país. Na Rádio Tropical 830 AM é transmitida de segunda a sexta-feira às 17:50 horas e na web www.tropical830am.com.br

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