13.10.10

"O JOGO NÃO ACABOU"

Por Carlos Gilberto Triel

A obediência ao dever de casa ditado por Sérgio Cabral, e a inversão sistemática de tudo aquilo que construiu em Nova Iguaçu, não encaixa no perfil de Nelson Bornier, nessa altura da vida, em ser um pau mandado e limitado ao montante dos caprichos de um governador espalhafatoso e instável.

Não creio que pague com o preço do decréscimo pessoal sua volta à Brasília. O mérito pessoal do deputado é que não precisou se rastejar servilmente diante das câmeras para ser nominado como o candidato do Lula como fez Lindberg.

Bornier jogou com Serra circunstancialmente. Agora, se o PSDB vencer ele ganha de todos, inclusive do próprio Cabral. Daí que precauções e prudência são aconselháveis e, descerra a camuflagem dos que estão a achincalhar o deputado por questões pessoais. Até porque, muitas águas vão rolar.

Na política, a evidência irrefutável é a pose de não se deixar abater. E a fauna a qual o ex-prefeito de Nova Iguaçu pertence costuma surpreender quando acuados. E nem quando perdeu para Lindberg foi tão instigadamente desprestigiado.

Ora, não é novidade que o vôo de Bornier jamais ultrapassou os limítrofes compreendidos entre o Rio Guandu e a Via Dutra. No Congresso pautou toda carreira política tal qual um cônego as avessas do Baixo Clero, mas dessa vez apostou alto, preferindo Serra em vez do arroz de festa, a Dilma.

Não se trata de mera questão de palavras, seja sob o pretexto que for; o quê ele podia fazer? Sair em campanha por outras regiões e atropelar o próprio filho? Submeter-se à autoridade de um governador fraco que mascarou sua fragilidade por medo de Garotinho?

Bornier fez as contas e, sob certos aspectos preferiu encarar os Penas Gordas de dentro e os de fora de sua aldeia. Todo e qualquer confronto especifico era melhor do que se sujeitar a caminhar lado a lado com Lindberg e Sheila Gama. E, disputou a mais difícil eleição de sua carreira.

Talvez Bornier não ganhasse de vez pelos beicinhos de ex-correligionários. O fato é que desafetos já estão a desencadear sua decadência e, beijando a mão dos novos patrões. Há quem vibre na cidade mais por sua aparente derrota do que propriamente por quem já era e não sabe.


Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a e “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 Rádio Tropical 830AM, na web www.tropical830am.com.br

Um comentário:

Jonas Nogueira disse...

Caro Almeida,sou leitor do seu blog há algum tempo,e quero aqui parabeniza-lo.Almeida o povo iguaçuano precisa fazer uma grande avaliação politica,pois estamos tomando rumo diferente de nossa realidae politica.O Bornier esta sendo injustiçado por este povo,quando votam em candidato de Campos e outros de varios lugares.Se esqueçem que quem mudou a cara do nosso municipio foi Bornier.Esqueçem que ele nunca abandonou nossa cidade.è lamentavél a ingratidão de um povo, um povo com passado,sem presente e será com certeza sem futuro.Um abraço