14.1.09

É, né...

O prefeito Lindberg Farias quer abrir Comissão de Ética contra o Ferreirinha e a Prof. Marli. Mas, vamos lembrar a passagem deste rapaz pela política. Jovem líder estudantil, Lindberg Farias ganhou as lentes como o movimento Fora Collor. Nesta época o garoto de rosto pintado era um militante do PCdoB. Foi surfando neste movimento que o filho de família de classe média alta entrou na política eletiva. Elegeu-se pelo PCdoB a deputado federal. Com um discurso radical, a permanência de Lindberg Farias no PCdoB não estava muito boa pela simples razão do jovem não se enquadrar às regras do partido. Então, o entusiasmado Lindberg passa para o PSTU. Lá é chamado de PSTÚnico, pois era o único deputado da legenda e, neste caso, uma única refência nacional do partido. Ao não conseguir se reeleger pelo PSTU, Lindberg se filia ao PT e consegue voltar ao Congresso Nacional depois de quatro anos fora dele. Voltou integrando um grupo de deputados como Babá, Luciana Genro e Chico Alencar, além da senadora Heloísa Helena. Neste grupo ele ganhou visibilidade novamente e, com afagos de José Dirceu, traiu este grupo que fundou o PSOL. Como prêmio por de adequar ao grupo de Dirceu, foi designado relator da demarcação das terras da reserva indígena Raposa Serra do Céu. Fez o que fez e este caso, hoje, ainda está na Justiça enquanto a terra teve muitos banhos de sangue.
Mas o verdadeiro prêmio de Lindberg seria o apoio do governo para concorrer a prefeito em uma cidade do Rio de Janeiro. Tentou São Gonçalo, mas não deu. Então, olhou para Baixada e escolheu Nova Iguaçu. Aqui foi eleito graças ao apoio de um grupo de vereadores que, mas tarde, veio a ser esquecido pelo prefeito. Ao grupo, Lindberg Farias deu a seguinte declaração ao jornal O Dia, em dezembro de 2004: "Amigo meu não me pede emprego". Após tomar posse como prefeito, Lindberg importou secretários e figuras de outros estados para a administração municipal. Para aqueles que o elegeram, ele deu uma "banana". Porém, do grupo que ajudou levar Lindberg ao poder, somente Rogério Lisboa (DEM) conseguiu o seu apoio para se tornar deputado federal, isso depois de muita pancadaria. Ali todos já sabiam que não podiam contar com a palavra dele. A vida continuou a caminhar até o perído eleitoral. Preocupado em ganhar novos aliados em detrimento de preservar os que existiam, Lindberg se aproximou do PDT, hoje legenda que abriga a sua vice, Sheila Gama. Venceu a eleição.
Depois de sair vitorioso, Lindberg dividiu, por pouco tempo, o poder com Rogério Lisboa, que tem o presidente do DEM local, Tuninho da Padaria, como seu principal aliado. Mas depois tirou o poder e colocou nas mãos da primeira-dama, Maria Antônia Goulart, que trouxe parentes para o governo. Trouxe O camarada da Educação e da CODENI. Lindberg também trouxe o primo para a administração, isso sem se importar se é nepotismo ou não. Em suma, vamos aos detalhes:

A trajetória de Lindberg na política é marcada por traição. Suas ações mais recentes deixaram claro o novo mapa político de Nova Iguaçu. Hoje existe apenas dois grupos: os que são de fora e que estão no poder e o outro, que trata daqueles que são daqui e estão sem poder. Para construir este leque de alianças, Lindberg loteou o governo e distribuiu em pequenas migalhas que alguns membros do PT local aceitaram. Hoje, grupos que até então eram rivais na política interna se aproximaram elegendo o prefeito como o principal adversário. Por essa e por outras razões que esta crise vai demorar a passar. Mas lembrem: o resultado dela estará na votação das contas de 2007.

Um comentário:

Unknown disse...

Pelo histórico do rapaz, não seria nenhuma surpresa se o atual prefeito de Nova Iguaçu viesse candidato a um cargo político, em 2010, pelo DEM. Ele não tem fidelidade nem aos parceiros, terá fidelidade partidária??!!!