O artigo sai no Tribuna da Região de amanhã

Por Claudia Maria

Nova Iguaçu sem governo

Parafraseando o presidente Lula: “nunca antes na história de Nova Iguaçu se viu um desgoverno como esse”. O que se tem assistido na política de Nova Iguaçu é uma coisa tão surreal que é difícil convencer pessoas fora do contexto de que isso realmente está acontecendo. O cenário é de uma cidade devastada, sem liderança, onde ninguém se entende e cada um faz o que quer. O governo está dividido em grupos que agem de maneira independente e desordenada sempre pensando em interesses individuais.

Mas, o problema maior ainda não é esse. Desde que o atual presidente da Câmara, Marcos Fernandes, resolveu contrariar o prefeito Lindberg Farias que as coisas ficaram totalmente fora de controle. A maioria dos vereadores resolveu que quer controlar os postos de saúde da cidade. Como crianças que ganham um brinquedo não estão preocupadas se outras vão ser prejudicadas, querem apenas o controle de um setor que está falido que já nada tem para oferecer a uma população cada vez mais doente.

De outro lado está um prefeito não acostumado a ser contrariado. Como o adolescente que vê seu irmão menor tomar seu brinquedo – mesmo sem validade para ele, brinquedo quebrado e destroçado – Lindberg reage cegamente, como um típico franco atirador que não se importa em que vai ser atingido pelas balas perdidas. O que o prefeito quer é aniquilar o inimigo da hora. Sua única preocupação é ser eleito para um outro cargo qualquer, seja de governador, senador ou mesmo deputado federal. O que o prefeito quer é não perder o brinquedo.

Cenário triste, constrangedor onde a dona de casa, a gestante, o trabalhador, são meros coadjuvantes que ora são atingidos por um, ora por outro. Inábil, Marcos Fernandes não soube manter o controle de um grupo pouco convencional, tencionou demais a situação e pode acabar esmagado pelo braço da máquina administrativa que, no momento, é comandada por um general louco, quase psicopata cujo único sentimento é o de poder, seja a que preço for. Que triste sina para uma cidade que já foi perfume (cidade das laranjas) e hoje fede a deriva num mar de lama.