Secretaria de Assistência Social debate racismo
A Secretaria de Assistência Social de Nova Iguaçu realizou no dia 21, na Universidade Estácio de Sá, o I Encontro Reflexivo em Comemoração ao Dia Mundial de Combate ao Racismo. O assistente social Elson Alexandre e o psicólogo Kléber Gonzaga fizeram uma palestra sobre o tema “O Negro no Rio de Janeiro: Inserção, Dilemas e Desafios”. O evento, que comemorou o Dia Internacional de Combate ao Racismo, contou ainda com a apresentação de dança de Andreza da Silva, aluna da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O superintendente de Atendimentos Especiais da Secretaria Municipal de Assistência Social, Thiago Pereira, explicou que o encontro teve como objetivo discutir a questão da discriminação contra os negros. “No ranking nacional, Nova Iguaçu é a vigésima cidade onde morrem mais jovens negros. Queremos criar um plano municipal de prevenção e redução da violência letal. Isso vai ajudar muito a diminuir a violência oriunda principalmente do racismo”, avaliou Thiago, ao lado de Elson Alexandre, Kléber Gonzaga e da assistente social e mediadora do encontro, Taís Gonçalves.
Destacando que sofre constantemente preconceito racial, Elson Alexandre frisou que os negros são discriminados em diversos setores da sociedade. Ele argumentou que o racismo não diminuiu. “Não é tão forte aqui como nos Estados Unidos, onde brancos ficam de um lado e negros de outro. Mas o racismo existe, mesmo que de forma velada. O sistema de cotas no Brasil veio para amenizar, mas gostaria que ele acabasse de uma vez e que todos os brasileiros tivessem acesso a uma educação de qualidade e disputassem de igual para igual as vagas nas universidades públicas e no mercado de trabalho”, concluiu, lembrando do presidente do STJ, ministro Joaquim Barbosa, que é negro, veio de família pobre, mas conseguiu vencer o preconceito e se destacar em uma importante função pública.
O psicólogo Kléber Gonzaga mostrou dados estatísticos da violência contra os negros. Em 2010, por exemplo, foram assassinados 26.049 negros, enquanto o número de brancos foi 10.428. “Os estados com maior número de assassinatos foram Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santos. São dados assustadores. Os negros precisam entender que o sistema os colocam em situação de vulnerabilidade, em todos os sentidos. É uma situação que já vem acontecendo há anos”, arrematou.
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