O ministro Joaquim Barbosa diz que o povo passou a se identificar
com as questões jurídico-institucionais tratadas pelo Supremo, daí sua notória
popularidade junto à nação. E que o Mensalão trouxe o tribunal para junto das
famílias e, sua popularidade é consequência disso.
O Estadão classifica a observação do ministro como elegância e
modéstia, para em seguida dizer que é exatamente o que tem lhe faltado no
plenário do STF; em vez da serenidade, se esmera em levar às famílias um
espetáculo de nervos à flor da pele, intolerância e desqualificação dos
colegas.
Na outra ponta do espetáculo, o pastor Silas Malafaia, deselegante
e nada modesto, esperneia que continuará a influenciar o processo politico,
malgrado as restrições dos ímpios e de grande parte da imprensa em relação a
sua conduta no apoio a José Serra, seu candidato.
Pois é, o herói da vez, Joaquim Barbosa levou uma descompostura por
reagir com um sorriso depreciativo à exposição dum ponto de vista do colega
Marco Aurélio Melo, e ouviu o que não esperava: "Não sorria porque a coisa é muito séria. Estamos no
Supremo. O deboche não cabe aqui".
Barbosa retrucou dizendo saber aonde o outro queria chegar. Mas,
foi surpreendido pela resposta incisiva do ministro Marco Aurélio: "Não
admito que Vossa Excelência suponha que todos aqui sejam salafrários e só Vossa
Excelência seja uma vestal”.
Enquanto o mais novo herói da nação, que o próprio Estadão reconhece
merecedor de todos os aplausos pelo desassombro, coerência e conhecimento de
causa com que evidenciou os delitos cometidos pela quadrilha do Mensalão, recebe um puxão de orelhas por desdém a
outro ministro...
O barulhento lavador de pecados alheios, de pulinhos em pulinhos,
se diz inserido no Estado Brasileiro de Direito para desdenhar toda opinião que
não seja seu espelho. E mesmo com a rejeição imposta pelas urnas, em pose de
conteúdo, ainda se gaba de ser o líder religioso mais requisitado do país.
Por mais que se esforçasse Malafaia e a
sua tribo não conseguiram impor suas preferências. Os fiéis eleitores não
seguiram a orientação de bispos e pastores, tanto que nas quatro principais
cidades do país que tiveram segundo turno, os candidatos apoiados por igrejas
evangélicas perderam.
Em São Paulo, as mais populares igrejas
satanizaram o Fernando Haddad pelo seu kit gay para Crianças. O apoio a José
Serra foi inútil, o petista teve 55,57% dos votos válidos enquanto o candidato
do PSDB alcançou 44,33% dos votos; o povo não deu à mínima - deu à volta no
voto da fé.
A Igreja Universal do Reino de Deus, já
derrotada no primeiro turno com Russomano; lá em Salvador veio com o 13 do PT,
o Nelson Pelegrino, reverenciado entre os fiéis como o número de Jesus, cedeu
às forças dos Orixás e perdeu para ACM Neto com 53,51% dos votos válidos.
Em Curitiba, o filho do Ratinho
do SBT foi o escolhido dos chamados ministros de Deus, mas o eleitor roeu a
corda e se deixou amarrar pelo Gustavo Fruet do PDT, que venceu com 60,65% dos
votos válidos contra apenas 39,35% do Baby Ratinho.
Em Manaus não foi diferente, Artur Virgílio do PSDB
renasceu das cinzas com 65,95% dos votos contra toda a oposição das poderosas
igrejas Assembleia de Deus e da Internacional que apoiaram a senadora Vanessa
Grazziontin do (PCdoB) que recebeu apenas 34,05 dos votos válidos. Aqui, a atual prefeita Sheila Gama se cercou como pôde com a nata dos abençoados locais. Dava gosto de ver todos juntos na cruzada contra o capeta, felizmente tem gente pra tudo nesse mundo, inclusive o eleitor, esse fariseu que não votou em quem só se lembrou dele, apenas dois meses antes das eleições.
Carlos Gilberto Triel é jornalista. E apresenta a Oração da Ave Maria de 2ª a 6ª feira 17:50hs Rádio Tropical 830AM. www.tropical830am.com.br
2 comentários:
Parabéns Triél.
Faço minhas suas sabias e bem colocadas palavras.Usar o nome de Deus em politica de vantagens oportunista.Não merece respeito.Eles não falam em nome de Jesus.Falam de suas mansões,vida de alto luxo,fazendas,carrões, aviões...tudo nas costas de um povo ja esfolado politicamente. Povo que com sua miséria financia a farra pseudo religiosa.
Olha a INTOLERANCIA!
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