14.11.12

Amadurecemos? (reeditado)

Às vezes me pergunto o que motiva Nova Iguaçu, cidade importante no cenário da economia fluminense e um dos principais colégios eleitorais da região Metropolitana e do Brasil, ainda se comportar de maneira tacanha e provinciana que parece, às vezes, estagnada em seu desenvolvimento político institucional. Em notas que publicarei em breve, deixarei nesta tela o que está acontecendo com algumas pessoas que prestaram serviços para a Prefeitura de Nova Iguaçu e que, "talvez pela política da vingança", são alvos e vítimas da perseguição ou da má fé de gestores que gastam seus "últimos pingos da carga da caneta para descarregar em canetadas toda a ira do próprio infortúnio", jogando para o colo dos outros o infortúnio que lhe parece apenas alheio. Parte dos servidores da Prefeitura de Nova Iguaçu tem origem em famílias que aqui deixaram história e ainda fazem através dos seus descendentes. Mesmo assim, filhos desta terra e que prestaram serviços para os seus conterrâneos estão amargando necessidades de colocar na ordem a desordem dos que aqui chegaram e que nela imperam nos últimos dias. Não sei se isso pode ser classificado como "vingança institucional à quem assumirá a própria instituição". Não sei se ainda é Maquiavel "reencarnado" em peles de gestores ou se são gestores praticando o que tanto Niccolò di Bernardo dei Machiavelli, que escreveu, em 1532, um tratado de princípios da teoria política com o nome "O Príncipe". Eles esquecem que de "príncipes" não deixam de ser meros serviçais do poder público.

Ainda pouco recebi um telefonema de uma pessoa que prestou serviços para a Prefeitura de Nova Iguaçu e que agoniza, inquietante, na incerteza de que seu trabalho será reconhecidamente pago pela instituição para a qual serviu. É estranho isso. Nem mesmo parece que há o espírito fraterno do sentimento de cristandade natalino para demover algumas ações como estas, imperceptivelmente entranhadas no coração. Parece que desenvolvimento, em Nova Iguaçu, é verbete ligado apenas aos conceitos tecnológicos e não humanos. Desenvolvimento parece não estar ligado à relação humana e muito menos ao que diz respeito no que pode ser praticado no Departamento de Recursos Humanos, não por seus condutores, mas por seus chefes maiores do Poder Executivo, aí cabendo ser interpretado da maneira como queiram.

Não cabe mais na grandeza de Nova Iguaçu a pequenez de certas atitudes e atos. Não cabe mais para a cidade uma visão vexatória que poderá ser passada para outras tantas cidades deste imenso Brasil através dos meios de comunicação. Dizer que isso é "pobreza de espírito" é pouco. "Miséria de espírito" talvez soe melhor. E olha que "Os Miseráveis" - 1862 -, na Literatura, ainda pode enriquecer o conhecimento para quem buscar no autor francês Victor Hugo (1802/1886) ao menos o esforço de conhecer. Mas este não é nosso caso. Quero deixar claro que não me refiro à prefeita e espero que o espírito republicano não permita que sua saída do governo fique marcada por comportamentos desse gênero, número e grau. A prefeita tem uma excelente oportunidade para mostrar que amadurecemos ao tomar as rédeas, livre e devidamente independente, dessas últimas ações do governo. Não deixar que seu nome caísse no vilipêndio, na ação que avilta, que é sinônimo de desrespeito, menoscabo e menosprezo.

Prefeita, sei que a senhora não é esse tipo de pessoa, e, portanto, não deixe que a façam parecer ser assim, senão será. Mostre que, apesar de tudo, amadurecemos. E que a passagem da gestão possa ser exemplo disso. A senhora tem grandiosidade para esses atos e não pode se alijar deste processo. Tenha pulso, e pulso que seja realmente pulsante. Espero estar certo de que a senhora vai mostrar como é uma pessoa ainda maior do que muitos pensam. Esse não é o meu caso, pois imagino sua grandiosidade. Sempre comentei que o problema do seu governo tinha como nascedouro outros gabinetes. Pois sei que não permitirá isso, e reafirmo saber a sua grandeza. Mas, assim como os aflitos que ladeiam a senhora e que aguardam a sua decisão, o povo de Nova Iguaçu também quer vê-la como soberana até o último segundo do exercício do seu dever de que guardar Nova Iguaçu sob a sua tutela. Será a forma da sua saída e da transição dos governos que responderá a pergunta que dá título a este texto. Sei que a senhora, e me permita assim chamar, é madura o suficiente para fazer constar nos anais de nossa história a primeira prefeita mulher que administrou Nova Iguaçu até o último dia do seu mandato. Assim, por si só esse será um grande feito e um grande incentivo para a participação das mulheres no processo político. A senhora foi e é a primeira prefeita desta terra. Olhe isso e não deixem macular sua história. Não deixe. Antes mesmo de ser prefeita, a mãe e logo depois eleita deputada estadual Sheila Gama sempre esteve em Nova Iguaçu em dedicação à APAE. A história não mente. E assim dizendo, olhe a sua história.



3 comentários:

Anônimo disse...

Como fica a situação dos funcionários que não assinaram contrato? Lembrando que são TODOS os funcionários.
A única prova que o servidor contratado tem é o bilhete de pagamento.
Acho que ela vai passar a batata quente para o Bornier.A justiça trabalhista vai acabar batendo no Paço.

volypudie disse...

Ola, almeida nesta ultima publicaçao você foi fundo, e adorei a forma como colocou os principios publicos, adorei mais ainda quando sitado o principe de Maquiavel, mas sabemos bem que sao poucos os gestores publicos que tem como base leituras boas que os fazem refletir.Parabens e digo que até imaginei você colocando ai Cecil Rhoter, Rosa Luxemburgo e Afranio Mendes Catani.

Parabens

ij disse...

Gente hipócrita. Frases bonitas não são para serem ditas por qualquer um!