“O CAMINHO DAS TORRES”
Carlos Gilberto Triel
Assim como se vê no céu do evangelho televisivo, e nas novas terras de Iguaçu uma parte do eleitorado se acostumou a votar na vigarice. Daí, para esse respeitável e indiferente público por mais que Sheila Gama faça em termos de serviços essenciais, será o preenchimento do nada com coisa nenhuma.
Nelson Bornier só se lembrou da Via Light, em termos do muito que poderia ser feito, quando viu Lindberg Farias à moda vamos que vamos, pular para o outro lado da linha do trem e com a terraplanagem de uma máquina só, dizer que chegaria a Paraíba.
Que a idéia foi boa foi. Um observador idôneo que se dispusesse a colaborar diria que a rota da reeleição é caminhar por ali. Sheila Gama mesmo com seu bonito sorriso, estará guardando o lugar para o próximo prefeito, se deixar a Via Light em compasso de espera.
Nova Iguaçu era mais um subúrbio metido a carioca no traçado às margens de Estradas de Ferro. Mas, em algum lugar do passado, alguém teve a inspiração de criar um mini Parque do Flamengo no coração do seu perímetro urbano.
E assim, como por encanto, a cidade ganhou dimensões abissais às outras da região. De um logradouro degradado surgiu uma imponente área verde com extensos vãos livres e, disponíveis pastagens para os animais dos fazendeiros... de loteamentos e de sem sítios.
Lindberg amenizou a precariedade das construções em parte das torres com luzes multicores e maquiagem de murais, suavizando a poluição visual, e dando-lhas ilusão menos sinistra a violência local.
Do centro à Rosa dos Ventos se permite concepções paisagísticas de ações radicais. Ciclovias, Belle Époque, Aeromóvel e tudo que a imaginação viajar, desde que feitas em escola renomada para que se evite a adequação do feio como bonito.
O que temos hoje? Um vexame de laranjeiras torturadas, abandonadas desde a inauguração da Via Light sem que nenhuma inteligência de capacidade perceptiva atentasse que estão sendo sufocadas durante todos esses anos.
E não foi por falta de aviso. Como pode alguém se graduar em secretário de urbanização, meio ambiente, ou pomposamente sabe lá o quê, ignorando um dos básicos da jardinagem que é o coroamento das plantas para se evitar que a grama atrofie seu crescimento?
Alguns desses alguém, se acordam escribas e dão de alardear em jornais temas sobre os mais diversos assuntos. Antes de se escrever, sobre o mico leão dourado, o crescimento auto-sustentável, que se faça primeiramente o dever de casa que é varrer e limpar o terreiro onde se canta de galo.
Voltando a reconstrução da Via Light; que a prefeita de sorriso bonito aproveite o que está feito e agregue tudo que for possível de um belo cartão postal, pois é exatamente nessa fachada que talvez esteja o principal trunfo para o renascimento do staff Gama através do voto popular.
O diabo é que as coisas não são como são. Uma é ser um Jaime Lerner que fez acontecer em Curitiba, outra é embarcar na megalomania de palpiteiros que decidem começar uma fazenda pelo banquinho de tirar o leite da vaca.
Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Ave Maria, 17:45 de 2ª a 6a e “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 Rádio Tropical 830AM
Um comentário:
Parabéns
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