20.6.12

Desmandos

Por Claudia Maria

Mais um problema no Rangel Pestana. Vejam a carta que chegou às nossas mãos. O texto é grande mais vale a pena ler.

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2012


Carta da Comunidade IERP

Excelentíssimo Sr. Governador

No dia 31 de maio, após o final do expediente, a Diretora Geral foi chamada pela Diretora Regional Administrativa, sendo por esta informada que seria dispensada da função e que a publicação se daria no dia seguinte.

No dia 1º de junho ao chegarem para mais um dia letivo, alunos, professores e funcionários receberam a notícia, confirmada pela publicação no Diário Oficial. Rapidamente mobilizaram-se, impactados pela informação e indignados pela motivação, infundada, que fora em consequência da não entrega do CENSO no prazo devido.

Ocorre que o censo foi entregue na Regional Metropolitana I em 07/03/2012 e segundo o relatório do MEC, do dia 12/03/2012, assinalava a escola como fechada, ou seja, com o censo entregue. O processo que originou a dispensa pelo motivo acima deu entrada no Proderj no dia 14/03/2012, depois do Censo fechado. Após mobilizarem-se a Comunidade Escolar dirigiu-se ao Teatro Rangel Pestana onde acontecia uma reunião de Diretores da Metropolitana I, com cartazes e músicas em apoio à diretora da nossa unidade escolar demonstrando a sua insatisfação pelo ocorrido. O grupo pediu a palavra o que foi negado veemente pela pessoa que dirigia a reunião, dizendo que a mesma era muito séria e importante, e a deram por encerrada, retirando-se do Teatro, onde somente os diretores que estavam presentes foram aplaudidos por nossos alunos; depois, ordeiramente, os alunos dirigiram-se para Metropolitana I onde tentaram, mais uma vez, conversar. Não foram atendidos. Voltaram para a escola que é ao lado da Metropolitana I onde, em assembléia, decidiram os próximos passos para o Repúdio ao Ato de Exoneração da Diretora. Foram surpreendidos com a chegada da POLÍCIA que foi chamada pela Metropolitana I para os nossos alunos, falando que eles tinham invadido a mesma de forma desordeira, sabendo que a maioria deles são menores e que a afirmação não era verdadeira. Depois disso ocorreram diversas manifestações de repúdio ao ato de dispensa do cargo da Diretora Luiza, como um abraço simbólico ao prédio da escola, uma passeata pelas ruas do centro de Nova Iguaçu, um Mural Vivo com as palavras SOS IERP, além de postagens de apoio à direção em forma de vídeos, fotos, depoimentos, cartas de repúdio, etc., dos alunos, ex-alunos responsáveis, funcionários da escola. Tendo em vista não terem sido recebidos na Metropolitana I, na segunda- feira, 04.06, foram à SEEDUC. Em vista do grande número de alunos somente um grupo foi recebido pelos Srs. Paulo Fortunato, Sergio Mendes e Luiz Carlos Becker Jr., quando foi colocada a questão da motivação da dispensa. Na oportunidade solicitaram que encaminhassem para a SEEDUC a documentação das alegações da escola que foram entregues no dia seguinte, na própria Secretaria.

Para agravar a situação, um funcionário da Metropolitana I, que segundo os alunos chama-se “Edinho”, posicionou-se no portão da escola e começou a dar informações sobre o novo diretor geral do IERP, de nome José Luiz, que era do CE São Francisco de Paula, que os alunos iriam gostar muito dele, que era festeiro, não seria mais obrigatório o uso de uniforme, e que o novo fornecedor da merenda escolar seria “Elias”. Tal fato ocorreu por diversas vezes chegando, o Sr “Edinho” a adentrar na unidade escolar.

Várias situações foram acontecendo de forma a exaltar ainda mais os ânimos da comunidade escolar. Como a reunião para diretores do dia 1º de junho fora encerrada de forma abrupta pela equipe da Metro I com o objetivo de dificultar o diálogo e, sabedores de que nova reunião ocorreria no CIEP Recanto dos Colibris, a comunidade escolar para lá se dirigiu ainda na tentativa de um diálogo. Novamente foram impedidos de alcançar os objetivos propostos visto que os portões foram trancados com cadeado, por ordem do diretor Prof.Terly e a polícia foi chamada, como se os alunos do IERP não fossem capazes de manifestar-se de forma ordeira, como foi comprovado pelos policiais, inclusive com elogios à postura dos alunos e professores. Ao constatarem que a manifestação era pacífica e justa, logo se retiraram. Ao final, apenas dois representantes puderam entrar para expor seus argumentos.

Causou-nos estranheza a postura da Diretora Regional Administrativa que, num momento tenso, logo após um princípio de incêndio ocorrido no Teatro Rangel Pestana, demonstrasse um posicionamento inquisidor e acusatório, como se alguém da comunidade escolar, que tanto preza a sua escola e que tem se manifestado até o presente momento de forma ordeira, fosse capaz de promover um ato criminoso.

Não podemos esquecer que a livre manifestação é um direito constitucional e que a comunidade tem o direito de expressar-se livremente de forma ordeira e pacifica, contra um ato injusto e sem fundamento, por tratar-se, a Professora Luiza Leopoldina, de pessoa idônea, de conduta irrepreensível, sendo querida por toda a comunidade escolar. Apesar de termos ciência de que as funções e cargos são da SEEDUC, ninguém tem o direito de denegrir a sua reputação, visto sempre ter sido a Prof.ª Luiza uma referência para o IERP e para outras unidades escolares estaduais localizadas em nosso Município.





Um comentário:

Pedro Hermes disse...

Cara Claudia.
Segundo a matéria, a diretora é conceituada junto aos alunos e comunidade.Logo, fere os princípios da política iguaçuana.Até pouco tempo eramos vitima da aprovação automatica.Com uma boa diretora,certamente haverá meta aos professores cumprirem.Assim sendo corremos o sério risco, destes alunos aprenderem e começarem a pensar.Oque não é nada bom para a qualidade da nossa gestão atual, e futura.