E-mail de leitor

Prezada Cláudia Maria,
Mais uma vez me dirijo a este blog para esclarecer alguns fatos:
O prêmio recebido pela Secretaria de Educação não se referiu a construção de cozinhas, mas na forma eficiente pela qual era oferecida. Os alunos entravam e faziam o seu desjejum, além de almoço, café da tarde e jantar, inclusive para os alunos da EJA. Tudo isso, Cláudia, utilizando na maior parte recursos próprios. Se você não sabe, a merenda era terceirizada. O município pagava por uma merenda ruim e que, muitas vezes, não chegava ao seu destino. Este foi o motivo que nos levou a cancelar o contrato com a empresa que servia a merenda para os nossos alunos. Fomos agraciados com um premio que reconhece as boas praticas na educação pública. Portanto, não foi por causa de construção de cozinhas!
O simples fato de seu reconhecimento de que novas escolas foram criadas( municipalizadas ou não) é a prova de que na gestão da professora Marli houve preocupação com a ampliação de oferta de vagas no município.
Concordo com você que todas essas realizações são obrigação do bom gestor público, não havendo mérito nenhum em suas realizações. Mas, o que não podemos deixar que aconteça são as inverdades e as acusações injustas. Por isso me senti na obrigação de responder ao seu comentário.
Quanto a sua insinuação de que há influencia do PT nacional na distribuição de prêmios, sem comentários... talvez o PT nacional também tenha influenciado na distribuição de prêmios para as cidades administradas pelo PSDB, PMDB, DEM, etc. pois muitos destes municípios também receberam o premio. Quanta força tem este partido!
Outro tema, abordado por você, e que requer comentário é o das bolsas de estudos em escolas particulares. Em 2005 eram, aproximadamente, 2300 bolsas distribuídas pelo município para escolas particulares, com dinheiro que deveria ser aplicado na educação publica. Talvez o que você não saiba é que esta prática serviu para ajudar na eleição de muitos políticos em nossa cidade. Realmente eu não tenho saudades deste tempo!
Sobre o Bairro Escola, é compreensivo que algumas pessoas não percebam o alcance social do Programa de Educação Integral. Para essas pessoas - que acredito você não se inclua – a educação com qualidade social, onde os alunos tenham acesso a novas formas de linguagem através de oficina de informática, teatro, cinema, dança, esportes e aulas de reforço devam ser destinadas apenas para os filhos da elite, não se admitindo que as classes sociais que sempre foram excluídas de qualquer política pública possam ter uma educação voltada para a construção das identidades e da cidadania, importantes para o desenvolvimento das nossas comunidades e do nosso país.
Agora, se o Programa não está funcionando, como você afirma, a cobrança deve ser feita aos atuais gestores da educação, não sendo justo recair sobre a gestão da professora Marli, pois durante o período que esteve à frente da pasta o Programa funcionou, apesar das dificuldades comuns a todo programa inovador.
Para finalizar este texto, mas não o bom debate, quero esclarecer que sou morador de Nova Iguaçu, constitui família neste município e que sou professor desta rede municipal de educação a mais de 15 anos. Portanto, há pelo menos 15 anos, venho refletindo sobre a educação pública de nossa cidade, o que me dá tranqüilidade suficiente para afirmar que a gestão da professora Marli e de sua equipe foi um marco o para a educação pública de Nova Iguaçu, ainda que sabedor dos grandes problemas que estão por solucionar. Afinal, 3 anos e três meses não foram suficientes para dar conta de décadas de abandono que nossas escolas foram vítimas.

Prof. Mário Medeiros de Farias