Dá-lhe Lindomar

Por Claudia Maria

O texto é do Triel mas essa eu gostaria de assinar.


“LINDOMAR PARAÍBA, UM BELO CONTO DO VIGÁRIO”
Carlos Gilberto Triel

O prefeito de Nova Laranja desassistiu nesses últimos cinco anos e alguns meses um município de quase 1 milhão de habitantes. E agora, depois de tantas caras e bocas para tomar o lugar de governador do Fofinho Chorão, vive uma dúvida atroz para a vaga de candidato ao Senado: Mas será o Benedito?

Quando ainda deputado federal criticou o governo na polêmica reforma da previdência. De repente, conseguiu surpreender tanto o Seu Francisco de esquerda quanto ao Seu Chico de direita ao mudar de posição e sentar no colo do presidente: - Esse é o meu garoto!

Acusado de se render à picaretagem política pulou fora daquele parlamento. E se aproveitou do fato de Nova Laranja ser uma cidade aberta, para entre as nuvens flutuantes pousar com seu Zeppelin prateado à procura de sensíveis transviados e de tudo que é falido e torto para legitimar outro forasteiro como prefeito.

O prefeito é a imagem da modernidade enquanto não abre a boca. Antiquado ao quadrado segue o que há de pior nos paradigmas da política, como a de acender meio a meio velas para Deus e o Diabo. Mas, se estes não atendem aos seus caprichos, a cara de pau não faz por menos e os inquirem: Quem eles pensam que são?

Estudante profissional preguiçou a formação acadêmica para estudar compulsivamente a leitura da cartilha, de que se pode comer um pato, falando a linguagem dos patos.
E foi nessa malemolência arretada que adentrou a Câmara para o cifrão dos abençoados.

Seduziu os malandros otários prometendo mais do que podia. Era o sotaque pau de arara aprimorado na zona sul carioca levando no bico os espertos de goela grande dispostos a aprovar até uma nova crucificação do Cristo se necessário fosse.

Os secretários da área de saúde se sucediam como se estivessem com medo de tocar nas feridas mais profundas das almas desumanas. Pessoas tidas como sérias se deixaram levar por acordos que fariam corar de vergonha os obreiros universais da teologia do olho grande.

Uma de suas vereadoras chegou ao ponto de cristianizá-lo na festa da reeleição ao discursar que o problema da saúde de Nova Laranja era nacional, quando os fatos mostravam que verbas carimbadas com destinação para o câncer eram desviadas para outros fins. Desumanidade que nem o velho e mau Satanás teria coragem de fazer, mas que uma serva do Senhor viria a endossar.

Seu futuro político estará comprometido caso insista em sair além de deputado estadual. Quantos deputados não se elegeriam tendo ele como puxador de votos? O curioso é que um dos seus desafetos, o jornalista Almeida foi quem primeiro aventou esta possibilidade, não fossem a prepotência e ambição pessoais maiores do que o cérebro.

Seu mérito foi pavimentar ruas que nunca receberam nada além de uma simples patrol - conseqüentemente mocinhas e senhoras de sandálias rasteirinhas que desfilavam na lama, agradeceram. Daí não restar dúvidas que o asfalto ainda é o legado que o prefeito deixa para a periferia.

Todavia, obras de qualidade duvidosa sem planejamento e ausência de cronograma físico financeiro - agravado pela soberba de secretários, como o atual da saúde - pôs tudo a perder. E mesmo com todo o dinheiro do governo federal jorrando pelo ladrão, deixa para os estudiosos do futuro: O Calote na Gestão Pública como tese de mestrado.

Na idade do tio, assim como a Carolina, não viu que o tempo passou e bastará que fique sem mandato nessa temporada para que a lembrança do pouco que fez seja creditada daqui a dois anos como obras do PAC.

Quer pelo fato de que apareceu mais na mídia como criança mimada querendo furar fila. Quer pela superexposição de que lindinho já deu no saco. A sobrevida política exigirá algo mais do falastrão que a grande imprensa descobriu nesses últimos dias, sob pena de não mais levá-lo sério.

É uma pena. Logo ele que chegou à região prometendo um choque do faço e aconteço porque sou bonitinho, mas não sou ordinário.

Mas qual o quê, o que discorríamos é o que se sabe de Lindomar Paraíba. Se fosse militar seria o maior guerreiro de sua geração: Conseguiu destruir a cidade de Nova Laranja sem dar um único tiro.

Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Oração da Ave Maria, Segunda a Sexta-Feira 17:45 hs e o quadro “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 hs Rádio Tropical 830AM

Os personagens são fictícios; toda e qualquer semelhança com casos, fatos, lugares e pessoas é mera coincidência.