A Política é mesmo uma ciência humana e, sendo assim, como os humanos, com certeza na sua natureza deve existir espaços para vacilo e falhas. Assim como costumamos observar nos outros as falhas deles e não as nossas, difícil tem sido fazermos um “inventariado” de nossas ações, sobretudo no que diz respeito às nossas falhas. Costumamos praticar o exercício de fazer um inventariado dos outros e esquecemos do nosso próprio inventariado. A prefeita Sheila Gama (PDT), por exemplo, não fez um inventariado do patrimônio eleitoral que pretendia levar para o segundo turno. E o que levou foi um patrimônio eleitoral? Será que ela fez um verdadeiro “inventariado” do que estava levando para o seu palanque? Cada ex-candidato à Prefeitura que proclamava apoio à prefeita Sheila Gama (PDT) proclamava para os eleitores, também e claramente, o tão óbvio insucesso nas urnas. As urnas, assim como os computadores, falam através de uma linguagem numérica. O pragmatismo de observar apenas os números dos ex-candidatos que subiam no seu palanque chegou ao ponto de cegar a prefeita. Ora! Se no palanque subiu ex-candidatos, subiu também a rejeição a eles, e olha que falo dos dois manifestos de rejeição por parte dos eleitores: A rejeição declarada e a rejeição velada. A urna foi, senão, o espelho da maquiagem que a candidatura da própria prefeita colocou nas ruas. E se fizer um olhar mais atento, sem dúvidas ficará claro que o que estava nas ruas não era a candidatura apenas da prefeita. Era a candidatura daquilo tudo que estava agregado à imagem dela. Seja o retrato do governo ou a ausência da retratação pública do mesmo. Quando Sheila insistiu em dizer que estava fazendo o certo, errou ao não dizer que queria tempo para corrigir o que não estava certo. Mas como corrigir o que não estava certo levando para si aquilo que foi rejeitado no primeiro turno?
Enquanto algumas pessoas definem como alianças e outras definem como apoio, a união de determinados elementos, tanto na química quanto na política, pode resultar fenômenos que a física descreve com facilidade, tal como “dois corpos não ocupam o mesmo espaço”. A genética também fala que o “cruzamento de um cavalo puro sangue com uma vaca holandesa não vai galopar nem vai dar leite", como costuma dizer um experiente político iguaçuano.
Enquanto Sheila Gama (PDT) pretendia fazer dos outros candidatos a prefeito que aderiram a sua campanha uma espécie da sua própria multiplicação, não passando do que classifico como verossimilhanças, era como pedir ao eleitor para votar naquele que o próprio eleitor disse não cravejado nas urnas. Há tipos de adesões que são como aquelas dos “ganchos das lojas de R$ 1,99”. Durar, até que dura, o problema é que não sustenta.
Não quero fazer ironia à prefeita Sheila Gama. Ao contrário. Escrevo apenas aquilo que muitos dos seus fiéis colaboradores tentaram dizer e não conseguiram. Pessoas que sempre praticaram a lealdade ao casal Gama, na última hora, resolveram votar nulo ou em branco, outras até votaram nela com um sentimento de tristeza, inerentes àquelas pessoas que se sentiram desprestigiadas pelo casal que elas ajudaram. Mas também tiveram aquelas que caminharam com o casal Gama e votaram contra a prefeita. Essas são aquelas, prefeita, que não tinham patentes nos ombros mas carregavam o que nele pesava até na variação do verbo pesar. Aí pesou demais, tanto o palanque quanto os ombros dos que tiveram que dobrar os joelhos por não suportarem o peso que o próprio governo lhe jogou neles! Hoje, quem sabe, de joelhos podem até pedirem perdão à prefeita, mas com o sentimento de alívio nos ombros.
2 comentários:
Caro Almeida, se aliar a candidatos derrotados no 1º turno, ao meu vê, é uma prática feita em todo o País. Não é a rejeição deles que está sendo buscada, e sim seus votos alcançados.
Essa é a essência da coisa e não o contrário.
Quanto aos erros da prefeita ao longo do caminho, estou de acordo. Contudo, gostaria de levantar uma questão importante, que é o fato de o Nelson Bornier, não ter saído assim tão vitorioso das urnas. Só lembrando, que foi o próprio Nelson que trouxe o lindinho para cá, com seu péssimo 2º mandato. um outro fato foi a sua rejeição quanto a eleição para deputado federal. E lembrando que agora ele teve um pouco mais de 55% dos votos, contra uma candidata que teve uma herança maldita do senador lindbergh canalha de farias. Na verdade, quem pode "cantar de galo" nessa eleição é o povo, que já está de saco cheio desses que aí estão no poder.
concordo,eu anulei,de repente o cara é um santo?
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