6.10.12

O Plano Perfeito, por Nelson Motta

Postado por Carlos Gilberto Triel
Transcrito do Blog do Noblat

E se Roberto Jefferson não tivesse denunciado o mensalão, como estaria o Brasil hoje?

Pelo que o julgamento do Supremo Tribunal Federal está provando, o PT teria a maior e mais fiel base de apoio do Ocidente, maior até do que a velha Arena da ditadura, presidida por Sarney.

Além dos cargos e boquinhas de sempre, os partidos aliados teriam suas despesas de campanha bancadas pelo PT. Assim, tanto nas votações no Congresso como nas eleições, não seria uma coalizão mas um rolo compressor. A democracia perfeita de Lula e Dirceu.

Seria preciso apenas encontrar novas fontes de financiamento da operação, além dos empréstimos de araque de Marcos Valério no Banco Rural e no BMG e do desvio de dinheiro do Visanet, que não seriam suficientes para pagar as dividas e as campanhas do PT, e as despesas crescentes com a voracidade da base aliada, que quanto mais come mais fome tem.

De onde sairia o dinheiro? Militantes do partido em postos chave na administração pública facilitariam concorrências e superfaturariam campanhas publicitárias e eventos produzidos pelas agências de Marcos Valério, que ficaria com uma parte do butim.

Depois era só lavar o dinheiro na Bônus Banval e distribuí-lo aos aliados para garantir a governabilidade sem fazer concessões politicas e a aprovação de seus projetos que — eles tinham certeza — eram os melhores para o povo brasileiro.

Como Lula e Dirceu sabiam melhor que ninguém, pelo menos 300 picaretas estavam à venda no Congresso.

Então, por que não comprá-los para servir ao governo do primeiro operário a chegar à Presidência, para atualizar e fazer as “reformas de base” que derrubaram Jango e Brizola em 64? Era uma causa nobre, um velho sonho, um plano perfeito. Ou quase.

Mais do que um inútil exercício de retrofuturologia, imaginar as consequências funestas da continuidade do mensalão — que não ia parar ali, cresceria e envenenaria o Congresso, as campanhas eleitorais, a democracia e o Estado — serve para dar um suspiro de alívio e agradecer ao procurador-geral e aos ministros do Supremo Tribunal Federal. E ao gesto tresloucado de Roberto Jefferson.











Um comentário:

Pedro Hermes disse...

Amigo, como sempre sua matéria é ótima, clara e objetiva.Talvez o peso da consciência de Roberto Cafarjeferson, desde a fraude do programa,O povo na TV,onde ele participava juntamente com Vagner Montes, Lengruber e cia mafiosa.Ficaram conhecidos e viraram celebridades instantâneas pelo nível cultural e consciência deste Brasil de esquecidos.Mesmo o programa sendo condenado a sair do ar o povo não teve responsabilidade em enaltece-los.Por muito pouco, mesmo ele tendo se autodelatado quase que a impunidade "paralamentar" funciona.
Quanto as fontes de verbas para a corrupção, tenho sido repetitivo em dizer que é preciso fazer uma revisão séria na transação do minério NIÓBIO.Temos 98% da produção mundial,de um minério estratégico,avaliado e vendido pela Inglaterra a preço de bananas.Porque ? O petróleo também é avaliado assim ? Voces que são jornalistas,podem abrir as cortinas e clarear esta enfumaçada verdade.
Sou seu fã.