Emenda pior que o soneto

Não sei se por provocação ou não, um panfleto deste mencionado pela Cláudia Maria parou na porta da minha casa. Não o recebi com desdém, não. Ao contrário. Quando vi o "simpático" e pomposo panfleto, pensei: a emenda saiu pior que o soneto. Vou explicar o motivo.
A secretária Marli de Freitas está agindo com um "vitimismo pueril". Maquiavel diza: "não há vaga no céu para políticos". Olha que isso foi escrito há mais de 500 anos.
Quando vi o colorido panfleto da secretária, que diga-se de passagem está bem diagramado, logo me veio à mente o seguinte: que ela agiu como caixa de ressonância de um fato já sepultado. Ou seja, movida por um inquietante sentimento de vítima, a secretária Marli de Freitas, ao produzir o pomposo jornal, mostrou para quem não sabia algo que estava sendo questionado na sua gestão. Ela, ao contrário de convocar a imprensa para uma coletiva no local onde aparece fotografado, se apressou em se dar ao trabalho de fazer um jornal específico para o assunto. Esse comportamento é típico daqueles que ficam falando diante do espelho que é bonito, e que depois de tanta terapia acaba acreditando ser, mas só ele.
A secretária Marli de Freitas, ao puxar para si uma responsabilidade de quem cuida do almoxarifado, mais uma se colocou em alvo de suspeita na opinião pública. Vou dar um exemplo.
A denúncia não partiu para atingir a secretária, mas sim para revelar como se encontram os remédios recuperados do incêndio. No entanto, vestida do espírito da "teoria da conspiração", ela se apressou em defender e não apurar. Se por acaso ela pedisse a abertura de uma sindicância para apurar se realmente estava acontecendo o que foi denunciado à Câmara, assim como quem seria o responsável imediato por aquela situação, estaria sendo mais ponderada. Funcionários também erram, e é por essa razão que existe a hierarquia.
Fazer um panfleto - e repito que ele está bonito como uma propaganda de financeira - não significa conseguir uma patente da verdade registrada em cartório. Ao contrário, pois quem não sabia, aogra sabe do assunto e ainda fica com dúvidas.
Tentar se defender é legítimo, mas há regras para tal. Questionar também é legítimo, desde que se tenha instrumentos para tal. Quando a defesa surge como um grita desesperada, como é o caso do panfleto, o primeiro sentimento de quem acompanha da arquibancada é o de desconfiança. Ainda mais num momento em que políticos, como o de agora, são altamente questionáveis pela opinião pública.
Portanto, diferente da Cláudia, gostei da confecção do panfleto. Ele, para mim, é a materialização de quem não se defende no enfrentamento do debate, mas sim no poder do capital para produzir peças de propagandas como instrumentos de antimarketing, como neste caso.