Caros amigos, segue abaixo o texto enviado pelo professor e sociólogo Marcos Aurélio, sobre o alvoroço da mulherada na visita feita por Lindberg Farias ao Pombal do IBC, na sexta-feira à noite. Marcos comenta o fato da imagem ainda ser um dos apelos políticos de Lindberg Farias, assim como Collor já usou esse mesmo apelo. Vejamos:
Marcos Aurélio*
No dia quatro de maio, sexta feira passada, ocorreu um evento político no conjunto Tertuliano Potyguara, popularmente conhecido como Pombal do IBC. Nesse dia se deu a inauguração que transformou um lugar onde havia um tosco campo pelado em um moderno campo de grama sintética. Palmas para o prefeito, além do quê outro lugar degradado no mesmo local será revitalizado em praça. Falo isso para que não transpareça que tenho algum ranço oposicionista sistemático. Sou morador do conjunto e fico feliz com as obras, mas não é isso que quero comentar.
O prefeito Lindberg exerceu um fascínio na mulherada nativa. Nunca as vi tão produzidas e cuidadas como nesse dia, me gerando a dúvida se os simples mortais masculinos, moradores do local, não sejam dignos de apreciar tal beleza cotidianamente. Parece que elas se guardam para ocasiões especiais, como a apoteótica aparição do pop star paraibano por ora dando expediente no palácio municipal.
Pensei! Lindberg, que gosta de ser apresentado como o líder estudantil que derrubou Collor de Mello, está cada vez mais se metamorfoseiando (ao menos na forma, no conteúdo deixo a análise para meu amigo Almeida) naquele que ganhou pela beleza, pela jovialidade e pela luta contra os setores arcaicos da política (Collor os marajás, Lindberg os coronéis iguaçuanos). Em Nova Iguaçu a história se repete como farsa. O cinismo da situação se estabelece de forma a negar nossa capacidade de redenção, demonstrando a incapacidade do nosso povo em aprender com os erros.
Falta ao povo como um todo um compromisso de tratar a política mais a sério. Infelizmente vemos recrudescer fenômenos meramente populistas em detrimento de uma discussão política com o compromisso de atenuar nossa imensa dívida social e nosso caos urbano. Lula tem ganhado uma projeção quase que messiânica nos grotões dessa Brasil sofrido, e o discurso da jovialidade e o fascínio do belo, seduzem pessoas que votam em um político como quem compra um sabonete. Na maioria das vezes o conteúdo é de péssima qualidade, não condizendo com a embalagem. Nossa democracia é nova, isso é certo, mas os vícios são antigos, e eu não percebo movimentação popular contrária. A situação fica ainda mais complicada quando o corporativismo se une ao fisiológico. Esse Frankenstein, com certeza não é bonito.
Não tem botox no mundo que consiga esconder a verdadeira face de Collor, que veio à tona ainda em seu governo (ainda que ele continue rei do grotão alagoano). Quanto tempo ainda Lindberg continuará sendo padrão de beleza em Nova Iguaçu?
*professor e sociólogo
No dia quatro de maio, sexta feira passada, ocorreu um evento político no conjunto Tertuliano Potyguara, popularmente conhecido como Pombal do IBC. Nesse dia se deu a inauguração que transformou um lugar onde havia um tosco campo pelado em um moderno campo de grama sintética. Palmas para o prefeito, além do quê outro lugar degradado no mesmo local será revitalizado em praça. Falo isso para que não transpareça que tenho algum ranço oposicionista sistemático. Sou morador do conjunto e fico feliz com as obras, mas não é isso que quero comentar.
O prefeito Lindberg exerceu um fascínio na mulherada nativa. Nunca as vi tão produzidas e cuidadas como nesse dia, me gerando a dúvida se os simples mortais masculinos, moradores do local, não sejam dignos de apreciar tal beleza cotidianamente. Parece que elas se guardam para ocasiões especiais, como a apoteótica aparição do pop star paraibano por ora dando expediente no palácio municipal.
Pensei! Lindberg, que gosta de ser apresentado como o líder estudantil que derrubou Collor de Mello, está cada vez mais se metamorfoseiando (ao menos na forma, no conteúdo deixo a análise para meu amigo Almeida) naquele que ganhou pela beleza, pela jovialidade e pela luta contra os setores arcaicos da política (Collor os marajás, Lindberg os coronéis iguaçuanos). Em Nova Iguaçu a história se repete como farsa. O cinismo da situação se estabelece de forma a negar nossa capacidade de redenção, demonstrando a incapacidade do nosso povo em aprender com os erros.
Falta ao povo como um todo um compromisso de tratar a política mais a sério. Infelizmente vemos recrudescer fenômenos meramente populistas em detrimento de uma discussão política com o compromisso de atenuar nossa imensa dívida social e nosso caos urbano. Lula tem ganhado uma projeção quase que messiânica nos grotões dessa Brasil sofrido, e o discurso da jovialidade e o fascínio do belo, seduzem pessoas que votam em um político como quem compra um sabonete. Na maioria das vezes o conteúdo é de péssima qualidade, não condizendo com a embalagem. Nossa democracia é nova, isso é certo, mas os vícios são antigos, e eu não percebo movimentação popular contrária. A situação fica ainda mais complicada quando o corporativismo se une ao fisiológico. Esse Frankenstein, com certeza não é bonito.
Não tem botox no mundo que consiga esconder a verdadeira face de Collor, que veio à tona ainda em seu governo (ainda que ele continue rei do grotão alagoano). Quanto tempo ainda Lindberg continuará sendo padrão de beleza em Nova Iguaçu?
*professor e sociólogo
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