Quinta-feira passada, na véspera da publicação da revista “Veja”, que antecipou o dia da sua circulação que acontece aos domingos, não se ouvia outra coisa senão duras críticas à Polícia Federal. Representantes dos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo declaravam aos veículos de comunicação que a PF estaria comento excessos. Excessos esses em relação ao vazamento de informações e a liberação de imagens de dinheiros apreendidos, seja na ocasião da Operação Furação, que prendeu bicheiros, ou na Operação Navalha, que está desnudando o que todos já sabem sobre a promiscuidade que existe na relação entre empreiteiras e políticos. Disseram, até, que a PF estaria concedendo à Rede Globo informações privilegiadas, em detrimento de outras emissoras e veículos. Quanto ao último tópico, não discordo muito.
As críticas ganharam forças depois do episódio envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB), que segundo matéria publicada pela revista “Veja”, a empreiteira Mendes Júnior estaria custeando a pensão alimentícia de uma filha fora do casamento, além de outras benevolências como o pagamento do aluguel de um imóvel e até a disponibilidade de um flat para o senador. Em Brasília, o comentário era de que o vazamento dessas informações teria sido da PF. Pode até ter sido, não sei!
Apesar do senador Pedro Simon (PMDB) ter feito um alerta de que tal vazamento de informações poderia colocar o Brasil numa situação frágil, proporcionando um sentimento de instabilidade, quase anárquico, é preciso ainda colocar alguns “pingos nos is”. Sem dúvidas o senador Pedro Simon é um dos políticos de maior credibilidade e um dos mais experientes homens que atuam na vida pública brasileira. Mudaria até o meu sentimento de desejar anular o voto, caso fosse ele candidato da presidente da República. Mas, é justamente sobre esse sentimento de impotência que sinto, assim como outros tantos milhões de brasileiros, que faço uma pequena observação: não estaria a PF, com seus excessos, contribuindo para um sentimento de que se faz justiça no Brasil? Não estaria a PF mostrando, com seus excessos, que poderosos que comandam o País, sejam legitimados por mandatos ou não, pessoas que também podem sentir no pulso o frio das algemas? Sei, sim, que esse assunto precisa ser mais debatido, sobretudo levando em conta algumas considerações:
É possível, sim, que a Polícia Federal tenha cometido excessos. Não descarto a possibilidade. Mas, o que me chama a atenção é a grita se fez em torno da Operação Furacão e que ganhou mais força depois de deflagrada a Operação Navalha. Ambas operações, como estamos vendo, não estão aí prendendo “pivetes” ou “punguistas”. Ao contrário. Homens que gozam de privilégios e freqüentam gabinetes luxuosamente decorados com o dinheiro do cidadão comum, que às vezes não lhe chega à boca uma única migalha do “pão nosso de cada dia”. E aí, me pergunto: de quem é o excesso?
As operações Furacão e Navalha, e aí concordo com o senador Pedro Simon, estão mexendo, sim, com a imagem das instituições brasileiras. Sem trocadilho, veja o caso do presidente do Congresso e presidente do Senado, que é considerada a “Casa da Experiência”. Sem precipitações, mas só o fato de pesar dúvidas sobre o comportamento do seu presidente, Renan Calheiros, mergulha a mim e a milhões de brasileiros num sentimento de desesperança. Sentimento que não nasceu no curso destas operações, mas no resultado de outras tantas operações sepultadas sob o manto das injustiças.
Mas, voltando ao caso dos excessos, que é o mote deste artigo, é preciso se falar de algo mais. Quantos excessos são cometidos contra o povo brasileiro e que passam desapercebidos sem a grita dos que comandam este povo? Quantas CPIs viraram “pizza”, apesar dos seus excessos? Será que não é excesso manter na cela alguém que roubo por fome, e livrar aquele com rouba para manter status? Quantos milhões em excesso já escoaram pelos ralos da corrupção? Se a Polícia Federal cometeu excesso, pode até ser. Mas, excesso aos nossos olhos é ver gente envolvida em diversos escândalos e continuando a passear livremente pelos mesmos corredores dos gabinetes dos homens que contribuem para manter esse povo excessivamente oprimido.
As críticas ganharam forças depois do episódio envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB), que segundo matéria publicada pela revista “Veja”, a empreiteira Mendes Júnior estaria custeando a pensão alimentícia de uma filha fora do casamento, além de outras benevolências como o pagamento do aluguel de um imóvel e até a disponibilidade de um flat para o senador. Em Brasília, o comentário era de que o vazamento dessas informações teria sido da PF. Pode até ter sido, não sei!
Apesar do senador Pedro Simon (PMDB) ter feito um alerta de que tal vazamento de informações poderia colocar o Brasil numa situação frágil, proporcionando um sentimento de instabilidade, quase anárquico, é preciso ainda colocar alguns “pingos nos is”. Sem dúvidas o senador Pedro Simon é um dos políticos de maior credibilidade e um dos mais experientes homens que atuam na vida pública brasileira. Mudaria até o meu sentimento de desejar anular o voto, caso fosse ele candidato da presidente da República. Mas, é justamente sobre esse sentimento de impotência que sinto, assim como outros tantos milhões de brasileiros, que faço uma pequena observação: não estaria a PF, com seus excessos, contribuindo para um sentimento de que se faz justiça no Brasil? Não estaria a PF mostrando, com seus excessos, que poderosos que comandam o País, sejam legitimados por mandatos ou não, pessoas que também podem sentir no pulso o frio das algemas? Sei, sim, que esse assunto precisa ser mais debatido, sobretudo levando em conta algumas considerações:
É possível, sim, que a Polícia Federal tenha cometido excessos. Não descarto a possibilidade. Mas, o que me chama a atenção é a grita se fez em torno da Operação Furacão e que ganhou mais força depois de deflagrada a Operação Navalha. Ambas operações, como estamos vendo, não estão aí prendendo “pivetes” ou “punguistas”. Ao contrário. Homens que gozam de privilégios e freqüentam gabinetes luxuosamente decorados com o dinheiro do cidadão comum, que às vezes não lhe chega à boca uma única migalha do “pão nosso de cada dia”. E aí, me pergunto: de quem é o excesso?
As operações Furacão e Navalha, e aí concordo com o senador Pedro Simon, estão mexendo, sim, com a imagem das instituições brasileiras. Sem trocadilho, veja o caso do presidente do Congresso e presidente do Senado, que é considerada a “Casa da Experiência”. Sem precipitações, mas só o fato de pesar dúvidas sobre o comportamento do seu presidente, Renan Calheiros, mergulha a mim e a milhões de brasileiros num sentimento de desesperança. Sentimento que não nasceu no curso destas operações, mas no resultado de outras tantas operações sepultadas sob o manto das injustiças.
Mas, voltando ao caso dos excessos, que é o mote deste artigo, é preciso se falar de algo mais. Quantos excessos são cometidos contra o povo brasileiro e que passam desapercebidos sem a grita dos que comandam este povo? Quantas CPIs viraram “pizza”, apesar dos seus excessos? Será que não é excesso manter na cela alguém que roubo por fome, e livrar aquele com rouba para manter status? Quantos milhões em excesso já escoaram pelos ralos da corrupção? Se a Polícia Federal cometeu excesso, pode até ser. Mas, excesso aos nossos olhos é ver gente envolvida em diversos escândalos e continuando a passear livremente pelos mesmos corredores dos gabinetes dos homens que contribuem para manter esse povo excessivamente oprimido.
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