Bornier cria comissão para apurar
despejo de lixo hospitalar em Tinguá
O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, determinou nesta sexta-feira (28), a criação de uma Comissão Mista de Sindicância para analisar, no prazo máximo de sete dias, possíveis consequências do despejo de lixo hospitalar na APA (Área de Proteção Ambiental) da Reserva Biológica do Tinguá, na divisa com o município de Duque de Caxias. A investigação envolve as secretarias municipais de Saúde, Meio Ambiente, Defesa Civil e Ordem Pública e a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb).
No início da tarde, os vereadores Dr. Cacau (PSD), Marcelo Nozinho (PSD) e Gerciano (PMDB), todos com reduto na região do Tinguá, encabeçaram pedido de abertura de uma CPI na Câmara Municipal de Nova Iguaçu. O objetivo é apurar denúncias de possível omissão do Instituto Chico Mendes, que funciona na reserva biológica do Tinguá. A instituição de conservação da biodiversidade, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, tem como uma de suas missões proteger o patrimônio natural.
Bornier passou a parte da manhã desta sexta-feira reunido com os secretários Luiz Antônio Teixeira Junior, da Saúde; Giovanni Guidone, do Meio Ambiente; Luiz Antunes, da Defesa Civil, e Paulo Saldanha, presidente da Emlurb. “Alguém precisa ser responsabilizado por este crime ambiental. Não podemos esquecer que vidas humanas podem estar correndo risco por conta de uma ação monstruosa, como foi o despejo do lixo hospitalar em local inapropriado”, disse o prefeito, indignado.
Bornier determinou ainda a ida ao vazadouro clandestino de 30 técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, que passaram a tarde desta sexta-feira (28) coletando material (água e terra) para análise. “Mesmo não estando em território de Nova Iguaçu, precisamos saber todos os possíveis malefícios que esta ação irresponsável possa ter causado ao meio ambiente e à vida dos moradores do entorno da região”, exigiu o prefeito.
Tanto os secretários municipais, quanto os vereadores saíram do gabinete de Bornier munidos de material, como fotos e recortes de jornais, que também vão embasar as ações da Prefeitura e da Câmara da Municipal. No vazadouro clandestino, localizado na Estrada do Rio-Paty, conhecida também como Estrada do Tabuleiro, em território de Duque de Caxias, a Emlurb recolheu, na quinta-feira (27), sacos e caixas contendo seringas usadas, roupas médicas com resíduos de sangue, pedidos de exame antiaides e remédios.
Havia ainda ampolas próprias para material injetável, receituários de pacientes, gases usadas, fraldas geriátricas e anticoncepcionais. Todo o lixo foi removido à Central de Tratamento de Resíduos (aterro sanitário) para descontaminação e a destinação final do material recolhido pela Emlurb.
Guias rasgadas indicavam que o material despejado na Estrada do Tabuleiro era lixo recolhido nas UPAs da Rocinha, Ilha do Governador, Cidade Nova, Irajá, Engenho Novo, além do Hospital Municipal Ronaldo Gazzola, em Acari.
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