19.12.09

Texto do nosso amigo Triel

O Dono da Terra

Lindomar Paraíba é o sorriso do lagarto. Sente-se como um ser de pertencimento a uma casta de “o escolhido”. Algo próximo de que o mundo se divide nas eras pré e pós-rapadura.

Assertivo em sua primeira eleição majoritária em Nova Laranja, Lindomar pegou de frente o então prefeito Maribondo Mariola, de implante capilar novo, sorriso puxado no canto da boca, ar de galã de gafieira dos anos 50.

Ora, Maribondo veio com uma foto vencida tirada em 1978 que, segundo o radialista Bebel Barbosa foi à mesma época em que ele, o próprio Bebel, Marimbondo e mais o dono do Jornal de Ontem, Waldic Almeira, apresentavam na Rádio Só Limões o campeão de audiência: “Saudades do que ainda vamos fazer”.

Pois é, nos dias de hoje assim como foram aqueles de 2002 era muito fácil de expor-se ao olhar e conseqüentemente se encontrar com o deputado Ferdinando Gonçalo perambulando pelo centro de Nova Laranja.

Ferdinando, também candidato à prefeitura era só alegria, mais novo do que Marimbondo, se exibia com o melhor do seu sorriso de Bob Esponja e, a força beijava tudo que se movia, e a todos que inadvertidamente passassem perto. Pule de dez.

Lindomar, por sua vez, sabido que nem filho de bicheiro, o que viu foi uma cidadezinha em que a classe dominante ainda delirava da riqueza folclórica dos avós. Mas, sobretudo, uma periferia, cheia de Cinderelas de sandálias rasteirinhas que sujavam os pezinhos nas ruas de lama.

Imbuído da certeza de que bonito por bonito ele era mais ele, o galã dessas moçoilas de poucas despesas ferrou Marimbondo e Ferdinando com suas próprias ferraduras, digo ferroadas. E levou a prefeitura de Nova Laranja.

Veio à reeleição, melhor impossível! O seu concorrente, deputado Felson Baixo Clero, altruísta de última hora, sensibilidade e refinamento de ovelha clonada - queria porque queria saber como se faz a Coca-Cola para o bem do Brasil. Que estadista!

Mas o pior estava por vir, aconselhado por um assessor muy amigo, se incorporou de maneira bisonha num bonequinho feio e careca que se sacudia todo nos cangotes de homens e mulheres inocentes em plena Via Light.

Aí que foi o desastre. Quem poderia votar numa imagem apocalíptica daquela!? Nem aquele Pastor que se diz indicado ao prêmio “não sei o quê da Paz” poderia ser mais feio. O bonequinho era tão mal acabado que as clinicas especializadas registraram em 2006 um forte abalo no emocional de crianças, jovens e velhos.

O desequilíbrio psíquico aflorou a tal ponto, que esse mesmo Pastor, que já tivera uma infância traumatizada no início do século XX pela semelhança com o famoso personagem da Catedral de Notre Dame, veio à Nova Laranja; e em lágrimas - deu um fervoroso testemunho de que Deus é mesmo Fiel, afinal ele obteve a revelação, melhor, o milagre de que enfim, depois de mais de 90 anos apareceu alguém mais feio do que ele.

Lindomar tem pressa. Ele sabe que a idade está pegando. O espelho volta e meia fica insuportável. Dias desses não é que um invejoso o achou parecido com o Tio Sukita, desgraçado. Mas não tem nada não, o Partido da Boquinha está dividido para o governo do Estado. Como diz o seu secretário multicargos, deputado Bebezão Rocha: O tempo é o Senhor da Vazão.

Sangria nas verbas destinadas a saúde, nem pensar. Os créditos e estornos nos contracheques de funcionários para justificar coisas feias dão pena de morte na China, aqui se fizer passa, mas não se sabe até quando durará esse processo bate & depois gama. Deus nos livre! O filho de Mainha jamais se prestaria a tamanha desumanidade.

Carlos Giberto Triel, jornalista e comunicador da Oração da Ave Maria na Rádio Tropical 830 AM segunda a sexta-feira 17:45hs

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