7.12.09

Do nosso amigo Triel

Prezados Almeida e Claudia Maria,

O diálogo entre o prefeito de Nova Laranja, Lindomar Paraíba, e o colega Gabriel Barbosa, tal como transmitido pela Rádio Tropical, não deixa dúvida. Quem primeiro agrediu ao afirmar que o Cabra é um jagunço violento, foi o loquaz macumbeiro.

O futuro candidato ao governo do Estado do Rio Guanabara, tocado em sua dignidade, mostrou provas cabais de que o seu cachorro, John Magói, é um traidor e precisava receber um corretivo e, ao fazê-lo, Paraíba mostrou o que provavelmente a maioria dos brasileiros faria se estivesse em seu lugar.

Ora, Gabriel não conhece a dor de uma desilusão. Ele sim desiludiu muitos corações nos anos 60. Por isso, e somente por isso, tomou partido de um sarnento, vil e porque não dizer abominável traidor, que violou a máxima de que o cão é o melhor amigo do homem.

Aliás, não é de hoje que o incisivo lavador de almas, o Gabriel, tem contribuído para desacreditar o prefeito Lindomar desde quando o belo ainda deixava rastros de farelos de rapadura quando engatinhava em João Pessoa. Talvez, antevendo as previsões do famoso espelho da Rua Santa Luzia de que um dia chegaria à cidade das citrofalcatruas alguém mais bonito do que ele.

O incidente na madrugada de domingo em que o prefeito supunha haver pulado o muro de sua residência, um assaltante e, Lindomar Paraíba, ainda zonzo de sono, sem saber de quem se tratava, atiçou seu cão, o John Magói, a pegar o ladrão: pega o ladrão John Magói, pega - e, o cachorro avançou contra ele próprio. Tudo isso reabre a necessária discussão de que até que ponto pode-se confiar na fidelidade canina, haja visto que um grupo de religiosos já atribuiu a esse adjetivo uma virtuosidade divinal.

Ora, o despacho dos atabaques que Gabriel comunga é mais cuidadoso na aprovação de palavras do tipo fiel como adjetivo celestial. Consciente de sua responsabilidade as submete ao escrutínio das caveirinhas e das almas penadas do além para dizer se pode ou não. Se não pode, não pode. Se pode, está podido.

Enquanto não houver critérios mais democráticos para que o rádio que dispõe de tal poder de formador de opinião pública, não contenha seus profissionais, nas criticas exacerbadas a autoridades, deturpando fatos comprovadamente fidedignos a uma porrada bem dada no elemento cão, não há exagero em afirmar que o nosso país estará correndo sério risco a normalidade constitucional.
Atenciosamente,

Carlos Gilberto Triel jornalista e apresentador da Ave Maria na Rádio Tropical 830AM segunda a sexta 17: 45 hs

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