“OS NOVOS DONOS DA COMUNICAÇÃO”
Carlos Gilberto Triel
No Brasil o rombo nas contas públicas é bem maior do que o noticiado. Em Nova Iguaçu os destaques só vieram ao respeitável público porque a audiência se espalhou devido aos correspondentes municipais.
Nessa discussão é que se acentua cada vez mais a importância dos jornais de interior, das páginas da web e do modesto rádio. Nem sempre foi assim, muito pelo contrário, os tratamentos dados aos gigantes da comunicação segregaram os veículos alternativos com as sobras de publicidade.
É importante lembrar que a coisa começou a mudar há uns 5 anos nos EUA. O New York Times mesmo com toda banca de 1500.000 exemplares no domingo e 1000.000 em dias de semana, não é nem de longe o outrora poderoso formador de opinião pública.
Em compensação, jornalistas de blogs distribuindo simplesmente seus artigos podem alcançar milhões de leitores.
Até porque manter uma sucursal básica vale os olhos da cara. Aqui mesmo em Nova Iguaçu, o jornal O Dia fechou suas portas pela disparidade dos custos bem acima dos benefícios.
A Rádio Tropical emissora da região atinge um universo de 8/9 mil ouvintes por minuto sejam no Perfil da Baixada, Saudades da Jovem Guarda, Oração da Ave Maria, no Futebol e com o Sincretismo Religioso. Não é nada, não é nada estamos falando de algo próximo a 90 igrejas lotadas para cada programa.
Não é exagero dizer que a grande imprensa, na busca da competência versus custos operacionais vem a reboque de Almeida, de Claudia Maria (que só na última semana falou do Previni para todos os grandes jornais do RJ e até de Brasília), de Eliseu Pires e de Gabriel Barbosa.
Eles estão aí a falar para uma audiência com desdobramento inimaginável. Se Thiago Portela se destacou nessas últimas semanas mais do que todos os vereadores juntos diante do escândalo dos 400 milhões, porque sabe quem é quem na divulgação do seu perfil na baixada e nas notícias de jornais.
Ora, que vôos além do pátio da paróquia pode alçar aquele que discrimina a imprensa local por não ter sido levado a sério pelo factóide da trahison conjugale? Ou aqueles que se arvoraram na autoridade moral para sapecar o filho levado de mainha?
Destes primores do cinismo veio toda sorte de incontinência da conversa fiada, como fizeram alguns ao discursar na inauguração da nova sede da Câmara dos Vereadores.
Foi o caso de um Bebezão mimado que por não ter suas expectativas correspondidas, ocultou-se por trás das denúncias contra o ex-chefe e, insólito sentou a pua como se não fizesse parte do secretariado daquele governo.
Não é bom exemplo para se dar aos velhos e às crianças. Em política, carregar nas tintas é tolerável até um número de postes, mas quando empresas que se empanturram de verbas públicas e a saúde financeira não depende do humor de mercado, não é um porto seguro cuspir no prato que comeu. Principalmente quando há jornalistas por perto.
Carlos Gilberto Triel é jornalista e o apresentador da Oração da Ave Maria, Segunda a Sexta-Feira 17:45 hs e do quadro “Quem Eles Pensam que Somos” no programa Perfil da Baixada 10:30 hs Rádio Tropical 830 AM
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