20.7.09

A cidade que virou suco- ou melhor, bagaço

Por Claudia Maria

Como Helena Heloisa mudou para sempre a vida de nosso anti-herói

Helena Heloisa sempre foi uma menina muito “arretada”. Em tudo se metia. Não podia ver uma confusão que queria logo fazer parte. Na escola primária brigou com as colegas por causa de um bambolê, dizia que “o brinquedo não estava dentro das normas de segurança”. E a pequena Helena sempre foi assim, até se fixar na terra dos eleitos. Fascinado pela maneira com ela pronunciava a frase “elites predadoras e capitalismo selvagem”, nosso futuro monarca resolveu fazer parte do seu grupo. Foi quando foi notado pelo xerife-mor, conhecido como “sapo do nordeste” ou “lula barbuda”.

Lula barbuda ou sapo do nordeste, precisava desesperadamente, aprovar uma lei que tirava dos aposentados e pensionistas do país o direito ao vale pirulito, que fazia parte da Previdência Física dos velhinhos. Lula barbuda dizia sempre nas reuniões mais privadas que o pirulito estava pela hora da morte e não dava mais para manter essa mordomia dos velhinhos. Afinal, eles já recebiam de salários duas mariolas, meia dúzia de balas da marca Juquinha e ainda 1 caixa de goma de mascar de bola! O que ainda queriam? Era uma exploração que poderia levar o país à bancarrota!

Nosso rapaz não entendia direito o que era bancarrota mas sabia que doce demais poderia fazer mal aos velhinhos. Por isso, procurou a líder Helena Heloisa e disparou: “não podemos contribuir para a diabetes dos aposentados!Vamos concordar com o Lula barbuda em cortar as balas e a goma de mascar”. Logo que terminou a frase se arrependeu amargamente. Helena Heloisa subiu no primeiro caixote que viu que começou seu discurso: “estamos em uma Democracia onde todos têm o direito constitucional de comer doces. Além disso, estamos reivindicando ao xerife-mor salada de fruta para os velhinhos!”

Oh! Oh! Mil vezes oh! O futuro monarca tinha certa inveja quando via a moça falar: “Ela fala bem prá chuchu”. Mesmo assim, não pode resistir quando o xerife lhe chamou em um canto e segredou: “Só preciso do seu voto para fazer o corte no vale pirulito. Assim, companheiro (ele gostava de chamar as pessoas assim), posso reduzir também a cesta doces que eles recebem. Se votar a meu favor lhe dou um presente. Tem um reino lá no Rio de Janeiro conhecido como Cidade das Laranjas que não tem dono. Ninguém quer aquilo. Você vai chegar de fininho, com a minha ajuda, e tomar posse. Vai ser moleza, companheiro!”

Depois de pensar por dois minutos e quarenta e cinco segundos, nosso rapaz decidiu: “Helena Heloisa que se dane! Não posso perder essa chance! Sem falar que ainda posso plantar bananas por lá”.

Saiba mais no próximo capítulo.

2 comentários:

Unknown disse...

Oi. Claudia Maria
Bom dia
Está novela, daria um bom livrol

Almeida disse...

Quem sabe, meu amigo, quem sabe!