Zona Sul não vota em vereador

Por Claudia Maria

O jornal O Globo publicou há poucos dias matéria mostrando que moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro não votam mais em vereador. Os votos nulos e brancos foram maioria na eleição passada na região e os especialistas acreditam que o fenômeno vai se repetir esse ano. Essa pesquisa é importante e deve ser analisada com muito critério. A atitude dos moradores demonstra que o cargo de vereador está realmente desgastado. Eles já não cumprem a função para qual foram eleitos que seria de fiscalizar o Executivo e trabalham, pelo menos a maioria, com assistencialismo.
Como os moradores daquela região não precisam de atitudes assistencialistas optaram por não votar no cargo. Apenas em cidades do interior e subúrbio é que os moradores ainda dão seus votos a vereadores. Mas, mesmo nesses locais onde o eleitor ainda aprova a atitude assistencialista também estão ocorrendo mudanças. O morador só vota no candidato que ele conhece e pode lhe oferecer algum tipo de vantagem ou vota naquele que foi indicado por um amigo que, por sua vez, também pode obter algum tipo de vantagem do político em discussão.
O Centro Social, a ambulância, a cesta básica, o emprego para o parente, já não fazem tanto sucesso como em outros tempos. Portanto, é hora do candidato a vereador rever alguns conceitos. Se continuarem agindo assim vão entrar em extinção e pode, no meio do caminho, alguém resolver que a Câmara deveria ser fechada “já que não trabalha mais para o coletivo mas para grupos cada vez menores e em benefício do próprio vereador”. Isso seria muito prejudicial a Democracia, mas, temos que concordar que os políticos estão fazendo de tudo para que isso aconteça.
Vejam o caso da Câmara de Nova Iguaçu. Os vereadores aprovaram a maioria das mensagens do prefeito Lindberg Farias sem ao menos ler o que estava escrito e em regime de urgência. Aprovaram várias leis que ferem a Constituição e nem ao menos sabem disso! Individualmente é raro o vereador que tem projeto. A maioria só mudou nome de rua e indicou outras ruas para serem asfaltadas. O mais cômico dessa história é que ainda vão aos bairros quando as ruas estão sendo saneadas para brigar com outros oportunistas pela obra e ainda agradecem ao prefeito pela iluminação das ruas quando o eleitor paga taxa de R$ 9 por mês.
Portanto chegamos a conclusão que a Câmara serve apenas para gerar despesas. O que é mais complicado ainda porque se isso acontecer, o Executivo vai mesmo fazer o que quer! A solução, seria então, o vereador entender que precisa retomar a sua função que é a de fiscalizar o Executivo. Parar de ser assistencialista e trabalhar de verdade pela população que o elegeu. Se isso não acontecer, o final deles será a extinção ou talvez a vida em cativeiro