17.5.08

Roma em fogo

Enquanto Roma pegava fogo, no decorrer desta semana, os leitores devem ter percebido que minha participação neste blog foi pouca. É que eu estava da arquibancada vendo os "pit-bulls" do Marfan Vieira correndo atrás do "gatinho" - não sou boiola, não heim - Lindberg Farias. Mas, farei aqui alguns comentários.

Este blog, que hoje completa dois anos de existência, muitas vezes dizia que Lindberg Farias estaria levando o seu governo ao caos. Bom, ele conseguiu. Em maio de 2006, quando este blog foi criado, já alertava o Lindberg sobre o uso do "sol" como marca de seu governo. Alertava que isso iria dar melelê. Deu no que deu e, hoje, está o governo desesperado apagando o símbolo da gestão lindberguiana dos aparelhos e placas públicas espalhadas na cidade. Lindberg acreditava que uma burla sua, quando criou o segundo parágrafo no artigo 7 da Lei Orgânica Municipal, seria a sua salvação. Ele já foi processado por isso e agora está gastando mais dinheiro público para apagar a lambança que fez no passado. E dá-lhe besteiras governistas.

Outro ponto interessante: Esta semana foi divulgada, nos Atos Oficiais da Prefeitura de Nova Iguaçu, a convocação das pessoas que fizeram concurso público nas áreas da Saúde e Educação. Como todo mundo sabe, há um pedido de intervenção no município para ser julgado no Órgão Especial do Tribunal de Justiça, justamente contestando o uso de cooperativas em detrimento do princípio a impessoalidade tão garantido em nossa Carta Magna. Ao publicar a convocação poucos dias após o pédido de intervenção, Lindberg Farias deu aos promotores do Ministério Público do Trabalho o argumento que eles queriam. Ou seja: não havia convocado antes por não querer fazer, e pronto. Ele, com essa ação, acaba confirmando que não tinha interesse em chamar os concursados e só o fez por causa do pedido de intervenção. Na linguagem técnica, ao procrastinar, o prefeito na verdade cometia crime de desobediência, o que será avaliado pelo TJ.

Outro ponto interessante: Lindberg Farias, quando diz que se for tornado inelegível pela Justiça, o deputado federal Nelson Bornier também terá que ser. Cabe a Justiça avaliar isso, mas ao dar tal declaração o prefeito, como no caso anterior, acaba assumindo uma culpa.

Outro ponto interessante: O prefeito Lindberg Farias acredita que o arquivamento do pedido de CPI e o arquivamento do pedido de afastamento feitos pelo vereador Celso Valentim está resolvido. Não está. A Câmara de Vereadores não é um Corte. Ela é uma Casa política e, portanto, qualquer decisão tomada por ela será política. Como Lindberg Farias tem a maioria na Casa, é claro que o seu problema não é político. Na verdade, o problema de Lindberg é Jurídico. Não é com os vereadores que Lindberg tem que se preocupar. Mas, sim, com os promotores do Ministério Público Estadual, Ministério Público Eleitoral, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Tribunal de Contas do Estado e, para piorar, com a Draco. Acho que é gente demais para colocar os cabelos do prefeito cada vez mais brancos.

Outro ponto interessante: Tal momento crítico que vive a cidade acaba afetando as alianças de Lindberg. Sua base de apoio, nos próximos dias, pode diminuir. Tudo em razão da possibilidade de ficar inelegível. O fluxo de aliados de Lindberg em revoada para seus adversários poderá ser grande nos próximos dias.


Agora, amigos, enquanto Roma pega fogo, vamos aguardar até a próxima semana para ver o que sobra nas cinzas.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Almeida.

Mais uma vez venho lançar um comentário neste BLOG.
Eu recebí este documento em word,mas não tenho a fonte original que atesta ser esta a Nota Oficial da PMNI.
Entretanto gostaria de saber se esta é a Nota Oficial da Prefeitura sobre a reportagem da "Isto É" da parte de Paulo César Araújo já que seu texto ainda versa sobre o assunto que faz referencia ao pedido do Vereador Celso Valentim.Abaixo segue:

"NOTA SOBRE A REPORTAGEM DA REVISTA ISTOÉ.

A reportagem publicada pela Revista "Isto É" desrespeita um princípio básico do jornalismo: a Prefeitura não foi ouvida pela Revista e este é apenas o primeiro de uma série de erros. Vamos aos outros:

1.A ex-secretária de Recursos Humanos Lídia Cristina Esteves foi exonerada em 2006 e responde a inquérito administrativo por conta de possíveis irregularidades praticadas na sua gestão. Chamada pelo Ministério Público de Nova Iguaçu para esclarecer o conteúdo de afirmações semelhantes às ora publicadas, contidas em fita gravada sem sua autorização e divulgada por uma rádio e por um jornal locais em 2007, ela desmentiu, categoricamente, o que havia dito, justificando que estava embriagada e deprimida por conta da sua demissão.

2.Os depósitos à construtora Flamboyant que a sra. Elza Helena Barbosa cita na suposta gravação referem-se a prestações de um bem comprado na Paraíba pelo ex-secretário de Fazenda Francisco Souza (e não Silva, como escrito na reportagem). Souza, que é empresário da área de Saúde, não ocupa o cargo desde 2006. A compra do bem consta das suas declarações de Imposto de Renda e ele tem em seu poder todos os comprovantes da operação.

3.É falsa a informação de que a ex-secretária de Educação Marli de Freitas e o ex-presidente de Comissão de Licitações, Jayme Orlando, foram afastados dos cargos por conta de superfaturamento de merenda escolar em 2006. Tampouco Marli teve, em qualquer momento, seus bens bloqueados. Não há nenhum inquérito no MPE para apurar superfaturamento de compra de merenda pela Prefeitura. A merenda de Nova Iguaçu recebeu, em 2007, o prêmio Gestão Eficiente de Merenda Escolar da ONG Fome Zero.

4.Não existe absolutamente nenhum fato que desabone ou que coloque sob suspeita a parceria existente entre a Prefeitura de Nova Iguaçu e o renomado Instituto Paulo Freire, cujo contrato não prevê estrutura em RH. O Bairro-Escola é um programa reconhecido nacionalmente, referência no MEC, modelo para projetos semelhantes em cidades como Belo Horizonte e vencedor de quatro prêmios nacionais em 2007, entre eles o de Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil.

5.Ao contrário do que diz a matéria, a Gráfica Lastro, a Total Saúde, Captar-Cooper e Multiprof não foram doadoras da campanha de Lindberg Farias, fato que pode ser facilmente comprovado na prestação de contas da campanha. A Total Saúde, diferentemente do que afirma a matéria, não fornece mão-de-obra para o Hospital da Posse.

6.Não há nenhum registro de irregularidades na contração de estagiários.

7.A contratação de cooperativas nunca foi atribuição do RH e sim das secretarias contratantes, portanto não poderia ter sido citada como se fosse parte do trabalho dela como secretária de RH.

8.As compras da Saúde que antes eram centralizadas na Comissão Permanenete de Licitação, hoje são feitas com autonomia pela Pasta através do Fundo Municipal de Saúde.

9.Também não houve aditamento de 100% à gráfica Lastro, foi feita uma renovação do contrato e as notas fiscais de pagamento comprovam. Por lei não é permitido fazer aditamentos acima de 25%, o que mostra o quão caluniosa é a notícia.

10.É leviano fazer ilação entre o contrato existente entre a Prefeitura e a Gráfica Lastro com eventuais serviços que a empresa tenha prestado na campanha de 2006 para o então candidato ao governo pelo PT Vladimir Palmeira que, segundo consta na prestação de contas, usou os serviços de várias gráficas. Também é falsa a assertiva de que a empresa deixou de entregar o material previsto no contrato com a Prefeitura.

11.Quanto à exigência do MPT de substituir trabalhadores terceirizados por concursados, a Prefeitura vem cumprindo tal determinação. Nos últimos três anos, foram feitos sete concursos públicos para um total de 1.544 vagas, das quais 1.090 já foram preenchidas. Há mais de 20 anos, a Prefeitura de Nova Iguaçu não realizava concurso público.

12.O valor da Captar saúde de R$ 43 milhões citados na reportagem é apenas uma estimativa e pode ser reduzido a medida em que o município começa a chamar os funcionários concursados, substituindo os terceirizados.

13.Erros e imprecisões são explícitos ao longo de toda a reportagem. Fausto Trindade nunca foi assessor especial do prefeito. E, como secretário de Administração, evidentemente não era subordinado à Comissão de Licitação. Fausto Trindade desligou-se da Prefeitura em 2007. David Escaleira, citado na legenda da foto da matéria como Diretor da CEMIG, nunca foi funcionário da referida empresa.

14.Não é verdade que a Prefeitura ofereça cargos ou dinheiro aos vereadores em troca de apoio político. Não há qualquer evidência ou indício que comprovem semelhante afirmação.

15.Também não é verdadeira a afirmação de que houve desvio de verba para a Supernova Mídia. A empresa participou de uma licitação pública pela modalidade menor preço e venceu a mesma por ter apresentado valor menor que a concorrência – ao contrário do que informe a Revista.

16.Quanto à folha de pagamento, ela nunca foi rodada pela Caixa Econômica. O banco sequer foi consultado para uma possível prestação de serviço.

17.A Fade, ligada à Universidade de Pernambuco, não tem qualquer ligação com a família do prefeito. A Fade produziu e implantou um software que hoje é utilizado em praticamente todos os setores da administração, auxiliando na integração da administração tributária, orçamentária e financeira, recursos humanos e folha de pagamento, fiscalização, protocolo e demais áreas administrativas. Graças ao sistema, que inclusive está integrado também ao Tribunal de Justiça, a Prefeitura conseguiu arrecadar mais de R$ 100 milhões só da dívida ativa. Além disso, o sistema permitiu um aumento de 63% de arrecadação do ISS, de 50% do IPTU e 197% de ITBI. Hoje, por conta dessa informatização, os contribuintes podem retirar certidões negativas de débitos, requerer alvará e vários outros serviços via internet. A Folha de Pagamento, que antes era terceirizada – feita fora da prefeitura e manualmente – hoje é informatizada e confeccionada dentro da própria prefeitura evitando fraudes nos benefícios dos servidores. As fraudes eram muito comuns nos governos anteriores. Inclusive o ex-prefeito Nelson Bornier responde a processo no TJ por receber valores indevidos - por isso teve bens bloqueados no valor de R$ 90 mil.

18.A Folha de pagamento também nunca foi rodada pela Caixa e o banco sequer foi consultado para uma possível prestação do serviço.

19.O caso da Valéria nomeada a um cargo inexistente tratava-se apenas de um erro administrativo reconhecido até mesmo pelo MPE que antes pedia cassação dos direitos políticos do prefeito pelo fato e hoje pede ao juiz no máximo uma multa pelo ocorrido. A funcionária trabalha na prefeitura nunca foi funcionária fantasma.

20.A aposentadoria do pai do vereador Marcos Fernandes é de R$ 1.200,00 e não R$ 6.000,00 como diz a reportagem. Nem a mulher e muito menos a filha dele, que tem apenas dois anos de idade, são nomeadas em cargos na prefeitura.

21.Lindberg nunca foi sócio de empresas e sequer teve empreendimentos empresariais.

A Prefeitura tomará todas as medidas judiciais cabíveis com objetivo de restabelecer a verdade dos fatos e de buscar o ressarcimento dos danos causados pelas inverdades publicadas na matéria. Igualmente solicitará na íntegra as supostas fitas e gravações que a Revista diz possuir.
Por fim, mas não menos importante do que todos os erros acima, é esclarecedor saber quem assina o texto da Revista isto É: o jornalista Mino Pedrosa, um experiente e premiado repórter mas que, como descreveu Merval Pereira, “passou a terceirizar seus talentos” (O Globo, 1.04.2004) e se tornou uma “espécie de repórter investigativo de aluguel” (O Globo, 4.04.2004) . Ex-assessor do bicheiro Carlos Cachoeira e indiciado pela Polícia Federal por sua participação no caso Waldomiro Diniz, é público em Nova Iguaçu que Mino assessora informalmente um candidato a prefeito nas eleições deste ano.
A Prefeitura está à disposição de todos os órgãos de imprensa e de toda a sociedade para prestar todos os esclarecimentos necessários."

Secretaria de Comunicação Social de Nova Iguaçu

Paulo Cesar Araújo."

Com a palavra, Paulo César Araújo.

Flaminio Freitas - Eleitor Iguaçuano.

Unknown disse...

O ESPECTRO DE NARCISO NA MODERNIDADE.

Quando ele se esgota (o entrelaçamento entre o sujeito
individual e a totalidade social), no registro positivista
de dados, sem nada dar ele próprio, se reduz a um sim-
ples ponto; e se ele, idealisticamente, projeta o mundo
a partir da ORIGEM INSONDÁVEL DE SÍ MESMO, se esgota numa obstinada repetição. Nos dois casos ele sacrifica o espírito.
(Adorno e Horkheimer, 1985)
O narcisismo é o pressuposto de todo lider e de todos os seus seguidores... os seguidores buscam espelhar-se fora de sí naquilo que de sí gostaria de ver como o melhor, o mais perfeito,o mais amado ou o mais belo.Todo lider parte desta consideração, consciente ou inconsciente de que é alvo de uma admiração incondicional e não admite que outro expoente apareça em seu "espelho" projetando de sí no outro, aquilo que de sí considera imperfeito, desamado ou feio.
No espectro de um lider, sempre teremos a sua oposição e seu oposto,é aquilo que considera que nele próprio, não será capaz de liderar.

Eleitor iguaçuano.