O tempo, hoje, é o maior adversário de Lindberg Farias na disputa pela sucessão municipal de 2008. Até ao mês de outubro do ano eleitoral, são apenas 20 meses que a administração terá para mudar seu rumo, aumentar a aceitação do prefeito e a do governo nas periferias, entre outras necessidades. Porém, no que tange a questão partidária e de alianças políticas, o tempo se faz menor. Ele tem até setembro para organizar as nominatas que darão sustentação ao seu nome nas ruas. Isso não quer dizer tempo para fazer alianças propriamente. Mas, sim, para atrair nomes de líderes comunitários e políticos para fazerem parte das possíveis legendas que estarão no bloco pró-lindberguiano de 2008. Para isso, se sabe, uma boa administração e a popularidade do governo são importantes na captura desses aliados.
Essa dificuldade, muitas vezes suprida com a oferta de espaço político na administração, chama Lindberg Farias para uma reflexão: fazer desemperrar a máquina é fundamental para a administração caminhar e conseguir avanços, tanto no campo eleitoral quanto no campo das alianças. E se fizer esta reflexão, Lindberg terá que deixar um pouco da chamada política grande e se dedicar ao chamado acordo de varejo para chegar no atacado. Por exemplo: ir a Brasília para captar recursos não deveria ser função principal de Lindberg nos próximos dias. É bem verdade que para conseguir esses recursos é necessário um esforço político, mas compete a um técnico ser este canal de captação ou qualquer outro personagem político que encarne a imagem do prefeito, mas que não seja tão importante no processo eleitoral local.
Ainda falando do tempo como principal adversário, não é acelerando apenas o projeto carro-chefe do governo, o Bairro-Escola, que o prefeito vai melhorar a imagem de sua administração. Esse projeto tem um apelo maior para fora do município. Ele é vitrine para outras administrações. Lindberg, para melhorar a imagem de seu governo, precisa colocar a Saúde como uma das prioridades. Isso por dois motivos simples: melhorar a Saúde é administrar para o município, oferecendo um serviço primário da rede pública e que se estende em todos os bairros da cidade. Além disso, foi falando de Saúde que ele fez a sua campanha, e, caso esta área se apresente com falhas nos meses da campanha eleitoral, será ela o mais explorada pelos adversários, que vão usar o precário estado de funcionamento do Hospital da Posse como principal item do programa de governo.
Mas, façamos outra reflexão: se o tempo é o principal adversário de Lindberg Farias, o que ele fez nesses 25 meses que esteve com a máquina na mão? É nessa pergunta que surge um novo campo que o prefeito deve explorar, antes ainda não tentado por ele. Ora, se as pessoas que estiveram na administração durante esse período não conseguiram fazer girar as engrenagens da máquina administrativa, é preciso trocar essas pessoas. Ora, bolas! Costumo dizer que administrar é um ato técnico, mas quando se trata de administração pública, a vontade política é a principal graxa que deveria ser colocada nas engrenagens da máquina. Essa vontade deve partir não apenas do prefeito, mas do seu secretariado. Ao invés de fazerem política de sindicato, onde a elaboração de picuinhas é a principal causa que rouba o tempo, deveria ser feita uma política de unidade. Neste sentido, o secretariado de Lindberg Farias peca, e peca muito, por não fazer uma política de grupo, e sim a velha política enraizada no PT, que é a política das correntes. Um governo tem que ser uno. As secretarias deveriam agir de forma a construir uma política de governo, e não uma política de secretaria. Um erro, por exemplo, é colocar secretário mandando em secretário.
Reformar o quadro se secretários, avaliando os avanços obtidos pelas secretarias, é algo que urge neste governo. Como pode, por exemplo, faltar capas de processos. Sem capas não há processos e sem processos a máquina não se movimenta. Isso é básico, mas alguns secretários municipais querem o mais complicado sem dar conta do que é mais simples. Querem reinventar a roda, mas acabam criando uma elipse muito acentuada. Ou Lindberg muda de secretários ou deixa que os seus secretários façam a população mudar de prefeito.
Outro ponto que transforma o tempo em seu principal algoz é a chamada governabilidade. Durante os seus dois primeiros anos, Lindberg não enfrentou problemas com a Câmara, principal instituição de fiscalização do Poder Executivo. Hoje essa relação mudou. Com isso, sua governabilidade fica abalada pela própria política construída pelo governo, que preferiu subestimar um poder que tem autonomia e independência. A harmonia entre esses poderes foi ferida pela imponência e prepotência de alguns secretários. Arrogância gera arrogância, respeito gera respeito. Isso não só com a Câmara, mas com todos os atores políticos da cidade. Política se faz em grupo, e não de grupelhos.
Bom, falando de tempo, gastei muito dele escrevendo este artigo. Então, quem pensa que acaba aqui está enganado. Um poema para Lindberg refletir:
O tempo
O tempo nos agride,
Mata e fere
Nas mais diversas causas
Nos enruga a pele
Nos caleja a alma
O tempo é o perspicaz
Que no silêncio faz
O que ninguém duvida
Ele nos leva à morte
Ele nos traz a vida
Essa dificuldade, muitas vezes suprida com a oferta de espaço político na administração, chama Lindberg Farias para uma reflexão: fazer desemperrar a máquina é fundamental para a administração caminhar e conseguir avanços, tanto no campo eleitoral quanto no campo das alianças. E se fizer esta reflexão, Lindberg terá que deixar um pouco da chamada política grande e se dedicar ao chamado acordo de varejo para chegar no atacado. Por exemplo: ir a Brasília para captar recursos não deveria ser função principal de Lindberg nos próximos dias. É bem verdade que para conseguir esses recursos é necessário um esforço político, mas compete a um técnico ser este canal de captação ou qualquer outro personagem político que encarne a imagem do prefeito, mas que não seja tão importante no processo eleitoral local.
Ainda falando do tempo como principal adversário, não é acelerando apenas o projeto carro-chefe do governo, o Bairro-Escola, que o prefeito vai melhorar a imagem de sua administração. Esse projeto tem um apelo maior para fora do município. Ele é vitrine para outras administrações. Lindberg, para melhorar a imagem de seu governo, precisa colocar a Saúde como uma das prioridades. Isso por dois motivos simples: melhorar a Saúde é administrar para o município, oferecendo um serviço primário da rede pública e que se estende em todos os bairros da cidade. Além disso, foi falando de Saúde que ele fez a sua campanha, e, caso esta área se apresente com falhas nos meses da campanha eleitoral, será ela o mais explorada pelos adversários, que vão usar o precário estado de funcionamento do Hospital da Posse como principal item do programa de governo.
Mas, façamos outra reflexão: se o tempo é o principal adversário de Lindberg Farias, o que ele fez nesses 25 meses que esteve com a máquina na mão? É nessa pergunta que surge um novo campo que o prefeito deve explorar, antes ainda não tentado por ele. Ora, se as pessoas que estiveram na administração durante esse período não conseguiram fazer girar as engrenagens da máquina administrativa, é preciso trocar essas pessoas. Ora, bolas! Costumo dizer que administrar é um ato técnico, mas quando se trata de administração pública, a vontade política é a principal graxa que deveria ser colocada nas engrenagens da máquina. Essa vontade deve partir não apenas do prefeito, mas do seu secretariado. Ao invés de fazerem política de sindicato, onde a elaboração de picuinhas é a principal causa que rouba o tempo, deveria ser feita uma política de unidade. Neste sentido, o secretariado de Lindberg Farias peca, e peca muito, por não fazer uma política de grupo, e sim a velha política enraizada no PT, que é a política das correntes. Um governo tem que ser uno. As secretarias deveriam agir de forma a construir uma política de governo, e não uma política de secretaria. Um erro, por exemplo, é colocar secretário mandando em secretário.
Reformar o quadro se secretários, avaliando os avanços obtidos pelas secretarias, é algo que urge neste governo. Como pode, por exemplo, faltar capas de processos. Sem capas não há processos e sem processos a máquina não se movimenta. Isso é básico, mas alguns secretários municipais querem o mais complicado sem dar conta do que é mais simples. Querem reinventar a roda, mas acabam criando uma elipse muito acentuada. Ou Lindberg muda de secretários ou deixa que os seus secretários façam a população mudar de prefeito.
Outro ponto que transforma o tempo em seu principal algoz é a chamada governabilidade. Durante os seus dois primeiros anos, Lindberg não enfrentou problemas com a Câmara, principal instituição de fiscalização do Poder Executivo. Hoje essa relação mudou. Com isso, sua governabilidade fica abalada pela própria política construída pelo governo, que preferiu subestimar um poder que tem autonomia e independência. A harmonia entre esses poderes foi ferida pela imponência e prepotência de alguns secretários. Arrogância gera arrogância, respeito gera respeito. Isso não só com a Câmara, mas com todos os atores políticos da cidade. Política se faz em grupo, e não de grupelhos.
Bom, falando de tempo, gastei muito dele escrevendo este artigo. Então, quem pensa que acaba aqui está enganado. Um poema para Lindberg refletir:
O tempo
O tempo nos agride,
Mata e fere
Nas mais diversas causas
Nos enruga a pele
Nos caleja a alma
O tempo é o perspicaz
Que no silêncio faz
O que ninguém duvida
Ele nos leva à morte
Ele nos traz a vida
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