16.1.07

Para refletir

Alguns analistas políticos acreditam que a crise que o prefeito Lindberg Farias atravessa com a Câmara pode ser o bote de salvação do governo. O motivo é simples. Insatisfeitos com o tratamento que recebem quando vão à prefeitura, os vereadores tensionaram com o governo e alguns secretários passaram a ser alvos dos descontentamentos. Nesse sentido, sabe-se que os parlamentares pediram ao prefeito a exoneração de alguns integrantes do seu alto-escalão, coisa que Lindberg Farias não está tão resistente em atender.
Essa possível mudança no secretariado de Lindberg poderá desemperra a máquina, já são justamente esses secretários de criaram a crise que hoje bate à porta da prefeitura. Assim Lindberg poderá fazer a reforma tão anunciada por ele, inserindo na administração municipal pessoas mais comunicativas com o povo iguaçuano, abrindo um canal onde antes o comportamento de alguns secretários fizeram fechar.
Ainda sobre a crise como instrumento de melhora do governo, há um outro aspecto sobre tal. Hoje, como se sabe, diversos setores estão em campos opostos politicamento ao da administração municipal. Aliados do passado, que foram tratados com uma certa ingratidão política, não movem uma palha para amenizar a crise. Diversos setores da sociedade também. Com isso Lindberg se vê mais necessitado da presença das massas em seu governo. Para isso terá que buscar a população como principal aliada, mas só há uma forma de conseguir este feito. Ele terá que sair do gabinete e ir às ruas, mas com obras efetivas acontecendo. Só assim ele irá conquistando algumas comunidades periféricas que hoje mantém uma relação distanciada com o prefeito, mas que antes conduziram Lindberg Farias ao poder. Quem sabe que na busca por essa aliança a máquina tenha que desemperrar nem que seja a fórceps?
Os erros políticos cometidos pelo governo Lindberg Farias eram previsíveis desde a declaração que ele deu, em dezembro de 2004 - antes da posse -, para o jornal O DIA, quando falou o seguinte: "amigo meu não me pede emprego". Ora, de tão óbvio é o erro que ninguém conseguiu ver. Se amigo dele não participa do governo, então quem participará será o adversário.
Quando Lindberg deu essa declaração à imprensa, mostrava que ao invés de ampliar a sua carteira de aliados, ele faria uma administração pautado na política da exclusão. Assim o fez quando rompeu com algumas forças políticas da região, abrindo espaço para um modelo político sindicalista que não se aplica em uma administração municipal.
Outro fato que colaborou para o surgimento da crise foi a ausência de Lindberg nas principais decisões governamentais. Parecia não ser ele o titular do Poder Executivo, mas sim outras pessoas que não tiveram relação alguma com o grupo que conduziu Lindberg ao poder. Isso foi, talvez, o elemento principal para que o ar de insatisfação se espalhasse com facilidade no céu da política iguaçuana.
Com a crise, Lindberg farias acaba tendo que aprender a primeira lição, coisa que deveria saber desde quando entrou para o movimento estudantil e seguiu na política partidária. Política se faz com grupo, coisa que a Câmara agora está mostrando ao prefeito. Se preocupar em desemperrar a máquina e se esforçar para remontar seu o seu grupo são, hoje, as duas principais ações que podem fazer a administração municipal sair da crise que tirou a governabilidade do prefeito.

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