Quando o governo Mario Marques vivia uma crise com a Câmara, este colunista deu uma sugestão que não foi colocada em prática, mas que seria a forma de amenizar a crise e garantir a governabilidade necessária à administração municipal. O sugerido era nomear o líder da oposição como líder do governo na Câmara, fazendo assim uma aproximação do governo com os vereadores, gerando políticas públicas que atenderiam à população e que eleitoralmente seria bom tanto para o então prefeito e para os vereadores. Jorge Gama, na época secretário de Governo, achou a sugestão interessante, enquanto para alguns vereadores o que interessava era a crise.
No governo Lindberg Farias a história se repete. Há uma crise entre a administração municipal e o Poder Legislativo. Sendo que depois de uma nota publicada neste BLOG, falando que Lindberg deveria chamar a Câmara para governar e fazer mudanças estratégicas no seu secretariado, parace que coisa será colocada em prática nos próximos dias. Um vereador foi convidado pelo prefeito para ser o novo articulador político do governo. Tal iniciativa não foi apenas de Lindberg Farias, mas também dos vereadores do chamado Grupo dos 15, que indicaram esta mesma pessoa para ser o canal de conversação com o governo. Tudo indica que a primeira inicaitiva foi dada para mudar o modelo político que até agora foi praticado pela atual gestão. Mas, será que isso resolve o problema? É evidente que não.
Voltar a ter um bom relacionamento com a Cãmara não é o suficiente para que a atual administração saia da crise. É necessário desemperrar a máquina, e isso só acontecerá com a reforma do secretariado. Lindberg Farias terá que equacionar o político com o técnico, coisa que deveria ter feito desde o início da sua gestão. Os técnicos do governo estão parados por falta de ações políticas. Um exemplo: para comandar a Saúde não é necessário um médico. É bom que seja. Mas para comandar essa pasta o que é necessário é vontade política e ações mais abertas com todos os seguimentos. Os técnicos podem pensar o modelo a ser praticado, mas compete ao político viabilizar a execução do que pensaram os técnicos.
Se não houver mudanças no secretariado, sobretudo em setores fundamentais, Lindberg Farias estará trocando seis por meia dúzia. Não há mais tempo para isso. E por isso as mudanças devem ser imediatas, isso sob pena do atual prefeito não conseguir reunir as forças aliadas para o seu projeto de reeleição.
Todos sabem que até setembro, período final das filiações partidárias, o mapa polítco daqueles que disputarão a Prefeitura fica mais claro. É até lá, nessa montagem das nominatas, que pode se ter uma noção das alianças que estão para acontecer. É através dos nomes que estão nos partidos que se pode saber qual a tendência da legenda. Neste sentido, para um governo que está fragmentado, mudar os rumos e repactuar relações devem acontecer o mais breve possível, conjuntamente com a mudança do secretariado.
Segundo fontes deste BLOG, Lindberg Farias percebeu seu erro político. Ou melhor: errou politicamente quando deixou que pessoas tratassem da parte política com exclusividade. Agora ele percebeu que política se faz com grupo e não com dois conselheiros. Agregar os vereadores ao governo neste momento é o que se discute. Pois assim como Lindberg Farias pensa na reeleição, os membros da Câmara também pensam. E é essa junção do interesse eleitoral que poderá desemperrar a máquina através de ações mais efetivas. Nessa política de relacionamento novo, Lindberg terá que limar algumas arestas. Ele terá que repensar o próprio comportamento do governo. Quanto de faz um modelo de administração com pessoas distantes desta terra, terá como efeito uma administração que não é próxima do seu povo. Parece que a necessidade da reeleição fez Lindberg Farias repensar seu modelo político.
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