Por Cláudia Maria
Acompanhando as declarações do prefeito Lindberg Farias feitas na imprensa não posso deixar de fazer alguns comentários: o primeiro deles é que foi muito bom ele ter dado uma coletiva, a primeira do governo. Demonstra que temos alguém que se responsabiliza pelo que acontece na cidade. Em seguida, quero ressaltar, mais uma vez, que os Hospital da Posse era uma das prioridades do governo petista, o que parece ter sido esquecido. Além disso, o hospital nunca recebeu tantas verbas como hoje. Além dos R$ 3,5 milhões mensais, em 2006, a unidade recebeu R$ 11 milhões para reforma e compra de mais um tomografo e mais R$ 18 milhões extra-teto. Mesmo assim, o prefeito garante que ainda é pouco.
Para quem acompanha a história do Hospital não é difícil concordar, realmente a unidade atente a toda a Baixada e não apenas moradores de Nova Iguaçu e não recebe por isso. Mas Lindberg sabia disso durante a campanha e parece não ter levado em conta. Outro ponto importante é quando ele diz que aplicou na Posse a verba destinada aos pagamentos das clínicas conveniadas e que, mesmo assim, ainda precisa da ajuda dos governos Federal e Estadual para manter o Hospital. Segundo a lei que rege o SUS, ele não poderia ter remanejado esse dinheiro já que se trata de verba específica, que saiu do Ministério da Saúde para pagar as clínicas e não os procedimentos do Hospital da Posse.
Mas, considerando que ele realmente aplicou esse dinheiro na Posse então percebemos que a unidade é um saco sem fundo. Basta entrar no site do SUS para ver que Nova Iguaçu recebeu, em 2006, em média, R$ 7 milhões por mês (em alguns meses foram R$ 8,5 milhões). Há quatro meses que a Secretaria de Saúde não fazia o repasse para as clíncias conveniadas. Então, durante quatro meses a Posse recebeu R$ 28 milhões e mesmo assim está em péssimo estado. Semana passada, a Prefeitura recebeu do SUS o referente ao mês de novembro: R$ 7 milhões e alguns quebrados e depois da manifestação de terça-feira o prefeito mandou pagar o mês de julho para algumas unidades e o de setembro para outras dizendo que estava utilizando verba própria. Então voltamos a perguntar: o restante do dinheito também foi para o Hospital da Posse? Afinal, de quanto a unidade precisa para se manter? R$ 12 milhões por mês?
Esperamos que, na audiência de terça-feira na Câmara, se a secretária comparecer, que ela possa explicar, finalmente, como esse dinheiro está sendo aplicado. Uma coisa é certa, o Governo Federal não deixa de fazer o repasse até o quinto dia útil de cada mês.
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