Por Claudia Maria
Matéria está nas páginas do Jornal de Hoje de hoje. Vou fazer meu comentário acima.
Casa do Menor protesta contra a Prefeitura
Luciana Mesquita
"A prefeita Sheila Gama pode ser minha amiga, mas não é amiga dessas crianças". Com essas palavras, o Padre Renato Chiera, fundador da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, situada em Nova Iguaçu, resume todo o seu desapontamento com o descompromisso do governo da Cidade. Há 26 anos acolhendo crianças e adolescentes em estado de abandono e vitimadas pelo narcotráfico, a entidade vem sofrendo, principalmente, com o atraso no repasse do convênio assinado com a Prefeitura, que lhe dá condição para abrigar 96 crianças e adolescentes.
Com a ajuda dos gritos da sociedade engajada com a sua causa, os meninos da Casa do Menor realizaram, na manhã de ontem, uma manifestação em frente à Prefeitura de Nova Iguaçu. Além da falta de recursos, a entidade denuncia a falta de apoio da atual gestão aos cursos profissionalizantes oferecidos e ao trabalho de desenvolvimento comunitário.
Ex-aluno da Casa do Menor, e atualmente trabalhando como instrutor no Programa Jovem Aprendiz, realizado pela própria instituição, Leandro Monteiro, de 24 anos, explica que a falta de repasse prejudica, principalmente, as crianças portadoras de alguma necessidade especial, já que se torna inviável investir na estrutura da Casa do Jesus Menino, situada no sítio do Tinguá.
"Treze crianças muito especiais são atendidas pela Casa do Jesus Menino. Mas, sem a verba do convênio, teremos que parar com esse atendimento, já que não temos como investir na sua estrutura", disse o jovem.
Leandro lembra que a instituição desempenha um papel que é de responsabilidade dos governos municipal e estadual, e que os governos anteriores sempre valorizaram a sua importância social.
Resultado da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, como o próprio se define, Leandro afirma que trabalha em agradecimento a tudo o que a entidade o proporcionou, e, emocionado, revela o que mais o motiva a ajudar a garotada que mora no abrigo. “Sou a prova que o trabalho feito pela Casa é sério e funciona. E as crianças sabem e acreditam nisso. Ouvi-las dizer ‘tio, quero ser como você’, não tem preço. Continuo, pois sei que posso ajudar mais”, disse.
Um adolescente na prisão vale
mais do que torná-lo cidadão
Responsável também pela área de Comunicação, dentro do setor de Mobilização de Recursos da entidade, Leandro ressalta a dificuldade de manter as crianças no abrigo e torná-las cidadãs. Segundo ele, a verba destinada pelo município para cada um dos acolhidos – atualmente, de R$ 250,00 por mês – é dez vezes menor do que o valor repassado para manter um adolescente na prisão. “Nós oferecemos toda uma estrutura para que o menor não entre na criminalidade. Eles têm acesso à educação, cultura, alimentação e ao lazer. Mas, parece que isso não é o bastante...”, desabafou o eterno jovem aprendiz.
No mesmo momento em que a garotada se mobilizava em frente à sede administrativa da cidade, o Padre Renato Chiera se reuniu, pela primeira vez, com secretários do governo em busca de solução. Além do apoio e do repasse dos valores atrasados, a entidade cobra o pagamento dos aluguéis do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Miguel Couto, do Conselho Tutelar, também em Miguel Couto, e de unidades escolares em Miguel Couto e Rosa dos Ventos, ambas cedidas à Prefeitura.
Em nota enviada ao JORNAL DE HOJE, a Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Secretaria de Comunicação Social, informa que “analisará toda a documentação da instituição imediatamente. Se não houver nenhuma pendência, os débitos serão quitados ainda nesta semana”.
2 comentários:
Excelente matéria!
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