Há poucos houve agressões em pleno Senado do Brasil. Como se sabe, o Senado é chamado de “Casa da Experiência”, por reunir, quase em sua maioria, políticos de longos anos de carreira – isso para alguns – ou militância política – nos outros casos de homem investidos do espírito republicano. Isso aconteceu em razão do STF permitir que 13 deputados pudessem acompanhar a sessão que decidirá a cassação ou não do senador Renan Calheiros (PMDB). O tumulto, se não revela, pelo menos indica a qual ponto está chegando as nossas instituições e a forma como está cada vez mais denegrido o comportamento político de alguns homens públicos desta Nação. Olha que estamos falando da cassação do presidente do Congresso Nacional.
Homens de espírito público e republicano, como os senadores Pedro Simon (PMDB) e Jefferson Peres (PDT) já alertavam que a permanência de Calheiros na presidência do Senado poderia causar graves danos à imagem da Casa. Alertaram por diversas vezes, mas de nada adiantou.
O episódio envolvendo a agressão do deputado federal Fernando Gabeira (PV), atingindo o senador e vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT), além do golpe chamado de “gravata” dado pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS) em um dos seguranças, é senão a imagem mais rasteira – e verdadeira - da forma com a política está sendo tratada no Brasil. Não que os deputados, ambos reconhecidos como homens como pessoas ponderadas, sejam culpados por todo incidente. Falo dos motivos que resultaram em tal acidente. Vejamos:
Um presidente acusado de trair a esposa e manter ter um filho com a amante, para jogar um manto de silêncio para acoberta a sua “pulada de cerca”, teria recorrido a um lobista de uma empreiteira para apagar tal incêndio. Depois, ainda sob suspeita, este mesmo senador fala da “Mesa Diretora” – o Regimento não permite isso – suas explicações, sem sequer ter sido aparteado por outros senadores, tornado aquela sessão o silêncio do Brasil diante de um homem acusado de tais crimes. Não obstante, este mesmo senador, logo depois, é denunciado de manter relações suspeitas com algumas empresas, inclusive falsificação de notas fiscais. Ora! Mesmo diante de tal quadro e com quatro representações no Conselho de Ética da Casa, esse mesmo homem continuou investido no cargo de presidente do Congresso Nacional, cargo que ainda ocupa e ocupará caso não seja cassado. Para botar mais lenha nessa história que é uma aberração para o Brasil e para o povo brasileiro, descobre-se que o Regimento da Casa permite uma sessão secreta com votos fechados. Ou seja. O povo brasileiro não pode acompanhar o que está para acontecer com um dos homens que ocupa um dos mais importantes cargos das instituições brasileiras. Pior ainda: homens eleitos pelo voto democrático também tiveram que recorrer ao STF para conseguirem ver a sessão. E, quando conseguem, são encarados pelos seguranças da Casa, colocando em cadeia nacional a verdadeira imagem da política brasileira. Ânsia de vômitos!
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